30.4.11
meu verbo
29.4.11
Van Gogh - Louco ou Gênio

historia de amor
Para melhor entender o texto de hoje, valeria ler este: Se eu já te amasse tudo deixaria agora mesmo de te amar o resto, meu amor. No dia em que atingirmos o pico, nosso amor se completa. Por isso, quando a hora chegar, te deixarei voando... /// Continua.
28.4.11
amar
Amar é deixar que o outro vá
ou que fique, se assim o desejar.
Amar é ter um respeito absoluto
pela própria liberdade
e pela liberdade do outro.
Amar é compreender sempre.
E isso não significa apenas
entendimento racional,
vai além, muito além:
amar é reconhecer
afetuosamente
o direito que o outro tem
de fazer suas escolhas.
Mesmo que essas escolhas eventualmente me excluam.
27.4.11
o artista e o poeta
dois lados
26.4.11
jogo de cena
25.4.11
clitoral
Guarujá
Sento-me aqui, ao lado do Oceano Atlântico — e fico pensando na vida. Olhando este mar azul do Guarujá, e ouvindo a Barcarolle de Offenbach. Dois ou três cacos de céu no meu caminho, dois pedaços de silêncio onde se ampara a minha voz. Tomo outro gole de vinho branco logo no primeiro quiosque, e vejo que meu corpo tem muitos sentidos e muitas razões. Talvez por isso é que eu preciso de metáforas lógicas para dizer-me todo.
Não sei para onde vou hoje.
Talvez fique aqui mesmo, fazendo nada como se fizesse tudo — ou vice-versa. Talvez escreva um poema de amor praquela menina de azul, ali; talvez termine aquele ensaio sobre Jesus que comecei ontem. Talvez desenhe um outro projeto louco para uma parede nova, ou talvez volte simplesmente a ler Montaigne...
Não sei.
Só sei que o Mundo tem paredes e muros, mas também tem portas e janelas. E as portas estão completamente escancaradas para nós!
Ouça a Barcarolle de Offenbach.
24.4.11
menina vestida de chita
23.4.11
meus olhos riem
opções
Uma delas é continuar aqui, pensando na vida.
Outra é largar tudo agora mesmo, e sair correndo para encontrar um grande amor.
22.4.11
respeito deus
Um pescador louco, um camponês, um sapateiro, uma prostituta. Dizem que esses foram os primeiros que entenderam Jesus. Pedro jogou a rede, e sequer a recolheu... Por que você não segue o teu próprio coração — assim como Pedro seguiu Jesus?
Aos seis anos de idade Jesus foi buscar água no Rio da Prata e quebrou a moringa. Teve que trazer a água num saco de pano que fez com a própria camisa. Maria nem se espantou. Mas o primeiro milagre público foi feito a pedido da Mãe, numa festa, quando Ele transformou água em vinho. Podia ter sido em suco de laranja, ou até mesmo em leite, mas isso não demonstraria bom gosto. Tinha que ser um cabernet sauvignon!
Quando José morreu, deixando Maria com um punhado de crianças, Jesus, primogênito, teria que assumir a marcenaria. Porém, entre ser microempresário ou transformar-se em Deus, não teve dúvidas: saiu de casa — e botou o pé na estrada. Foi cumprir o seu destino genial. Foi criar histórias para Tomé escrever um livro. O resto vocês já sabem.
tocar o intocavel
21.4.11
20.4.11
coivaras
19.4.11
o que eu sinto
— Eu só sinto Amor.
E você?
joyce ann
18.4.11
morra
Esse é hoje o meu desejo mais sincero. Eu realmente quero que você morra. Mas que essa tua morte seja apenas a do teu modo errado de viver. Que morra só esse teu lado emocionalmente fraco, tedioso, triste, cambaleante. Que você morra como Jesus morreu: metaforicamente.
Crucifique teus anseios bobos, desfaça-se do que não presta, desmonte as relações que te oprimem, abandone agora mesmo essa vidinha inexpressiva. Dê um belo salto profundo. Morra. Mas morra com um só e claro objetivo: ressuscitar gloriosamente logo mais. Nem precisa esperar três ou quatro dias, nem precisa ser parente do José de Arimatéia.
Lembre-se: até Jesus teve que "morrer" um dia para subir aos Céus... Mas não caia na besteira de morrer de verdade, nem de morrer aos poucos. Morra muito e morra logo. E que essa tua morte seja só a morte do teu modo errado de viver.
Eu quero que você viva!
galopando
— Não posso mais condicionar o meu galope ao teu trote, meu amor...
E saí.
Galopando.
17.4.11
meus avessos
16.4.11
Sou um cãozinho Zen

E não quero ter dono nunca.
15.4.11
amor eterno
A memória de um Amor brilhante é muito melhor do que o risco de vê-lo morto, estrebuchando no meio da relação. Portanto, respeitem o seu próprio coração: Separem-se no pico!
O Amor é uma curva.
Depois do Pico não existe mais nada.
Lembrem-se: Só a perda abre caminho para o Novo.
E o Novo é fascinante...
verdades e mentiras
14.4.11
ultimo bem
O verdadeiro desapego é aquele que temos pelas coisas externas e pelas internas. O verdadeiro desapego tem que acontecer por dentro da gente: vamos deixando de precisar daquilo que já estava no interior de nós mesmos. Porque desapegar-se só das coisas que estão fora (embora muita gente não consiga) é muito fácil.
Houve um tempo em que eu precisava de uma casa enorme para guardar tudo aquilo que eu imaginava indispensável. Depois, as coisas que supunha muito importantes para mim cabiam numa sala pequena. Mais tarde, essas coisas "extremamente importantes" passaram a caber num armário de tamanho médio no quarto do fundo. Bem depois, coloquei tudo aquilo que ainda considerava “muito importante” no porta-malas de um carro conversível — e saí pelo mundo. Andei, tomei sol e chuva, ar e vento, brisas e tormentas, amei com a liberdade mais absoluta — e fui me despojando ainda mais. Tanto, que agora, cheio de amor e dúvida, vejo que todas as coisas verdadeiramente importantes para mim, hoje, cabem dentro de uma calça jeans e de uma camiseta branca de algodão gostoso que estou usando. Não preciso nem de sapatos!
Nós temos que nos desapegar até mesmo dos nossos amores.
vibora
Na mitologia grega as musas eram nove. Na minha mitologia, também. Ao homem comum basta uma musa — mas o poeta precisa das nove. No mínimo. Simultaneamente.
A propósito dessas duas musas citadas:
Enquanto Patrícia oferecia-me a morte em bandejas de prata, Suzana dava-me a vida na palma da mão. Patrícia era uma espécie de Fedra sensualíssima, e Suzana, uma pequenina e doce Ariadne. A primeira queria enforcar-me com cordinhas de seda; a segunda deu-me os fios do amor com que me salvei do labirinto. As duas diziam me amar... Mas a primeira me queria boi, e a segunda — Minotauro.
Com qual delas você acha que eu fiquei?
(...)
Patrícia queria certezas; Suzana me jogava no abismo.
Patrícia significava segurança, estabilidade.
Mas Suzana quer dizer Aventura!
Durou quase dois anos esse nosso delicioso triângulo de vertigens. E foi só quando chegamos ao pico é que tive de optar com veemência. Porque, de Patrícia, eu tinha que me salvar correndo, para enfim poder viver. E de Suzana, eu só queria ter belíssimas lembranças...
Além disso, ambas também precisavam salvar-se de mim.
Então, saltei.
De cabeça, no coração da Vida.
13.4.11
Lanhouses

fiel e livre
12.4.11
deusescravos
— Eu os crio para serem meus escravos.
crimes
11.4.11
circo versus matadouro
Todos nascemos para a Arte, para o inocente jogo da Vida, para o lúdico, para o puro e o sorridente. Alguns permanecem no palco — e se transformam em artistas, atores, cantores, poetas, bailarinos, amantes, loucos: todos palhaços. Outros, convencidos à força pelos pais, pelos padres, pastores, professores e patrões — e, quando não, pela polícia — ficam sérios, perdem a graça e o brilho. E logo são encaminhados ao matadouro. Alguns, entretanto, retornam ao palco, depois de perceber que foram iludidos na origem: não lhes agradam os grilhões da seriedade: suas almas de palhaço ainda estavam intactas, por sorte.
Porque assim que você sai do ovo, algemas claras prateadas lhe são postas nos braços. Grilhões de seriedade nas canelas. Se você não reagir a tempo, teremos uma deusa enclausurada. Ou um pequeno deus encarcerado. E eu fico pensando: Qual será o perverso mecanismo que transforma esse Jesus num chefe de escritório? Que maldição faz da musa uma dona de casa? Quais são os fatores horrorosos que acabam levando um pequeno Buda em direção ao matadouro? O que é que, na maioria das vezes, arrasta um ser humano iluminado, e o joga no rodamoinho da desgraça cotidiana — e lhe apaga a luz?
10.4.11
jamais contarei
— Sou amante da Vida!
9.4.11
Meu Rebelde preferido
(...)
Então o respeitável senhor Luiz Marques, meu bisavô, tomou aquelas decisões que só os grandes homens conseguem tomar: montou o cavalo negro do risco absoluto e partiu! Pois ele já sabia que o único crime que não tem perdão é desperdiçar a vida. Abandonou tudo para não ter que abandonar a própria existência naqueles caminhos já percorridos. Pensou bastante, montou um plano de vida, e virou rebelde. Não fosse por isso, eu não estaria aqui, agora, à beira do mar, tomando um belo copo de vinho branco e contando essas coisas pra você.
Sou bisneto da rebeldia, neto da emoção, filho da loucura, irmão do desejo, primo do prazer, amigo da liberdade, e amante de todos os meus amores. E existo, por incrível que pareça. No céu da minha boca não há fogos de artifício. Só estrelas..
paulo coelho
PAULO COELHO E OS PLÁGIOS QUE COMETEU EM VÁRIAS PUBLICAÇÕES DO POEMA MUDE
Significa que as 26.000 pessoas que curtiram e as 1780 que comentaram foram iludidas,
e precisam ser informadas da verdade: essa frase não é de Paulo Coelho!
Isso sem contarmos os milhões que leram sem se manifestar!
Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.
E "esqueceu" de citar o autor... rs!
Mas esse é um "detalhe" que ele terá que resolver urgentemente.
O caso do Mude é um pouco mais grave. Ele tem publicado esse meu poema com o título alterado para "Mudança", e com MUITAS (e desautorizadas) modificações no texto. Eu não autorizei ninguém (nem o Paulo Coelho) a mexer no meu poema Mude.
1. Paulo Coelho publicou os versos iniciais do Mude em inglês no Twitter
2. Também no Twitter em português, alterando o original.
3. Idem no Facebook em inglês, tudo sem citar o autor.
4. Já havia publicado em português no seu blog Guerreiro da Luz em 2003.
5. Também no blog em inglês Warrior of the Light, alterando o original.
6. Em sua coluna no Diário de Pernambuco em 28.02.2011
7. No jornal O Estado do Paraná - em 20-02-2011.
8. Em sua coluna no site 40Graus.com.br
9. Na Gazeta Digital de Cuiabá em 22.03.2011
10. No jornal A Tribuna de Santos - AT Revista - em 27.03.2011
11. E em sua coluna no Diário do Nordeste - também em 27.03.2011
12. Na Rede Bom dia - em 11.04.2011
13. No Jornal de Santa Catarina - em 09.04.2011
14. No ParanáOnLine - em 27.05.2003 - sim, há QUASE OITO ANOS!!!
Aqui no ParanaOnline o próprio jornal fez, no fim do texto, uma citação correta de autoria.
15. Depois disso minha frase já é de Paulo Coelho em muitos sites e blogs mundo afora.
16. Em alguns blogs, o poema Mude inteiro também já é "de Paulo Coelho" (sic)...
17. Espalha-se a notícia de que Paulo é autor do Mude... rs!
18. No tumblr virou febre - tudo como se fosse de Paulo Coelho!
19. Até na Palestina!
20. Hungria.
21. Coreia..
etc.
Finalizo com uma pergunta séria e irônica:
Se é verdade que Paulo Coelho, desde 2003, tem interesse em conhecer o verdadeiro autor do poema Mude, será que nunca soube da existência e das funções do Google?
Paulo continua publicando o Mude (sem citar o autor), mesmo após nossos contatos por e-mail: O Girassol - Na coluna dele, dos dias 04 e 11 de maio no mesmo jornal.
Por que será que Paulo Coelho continua publicando esse texto?
Apesar de eu já ter dito a Paulo Coelho, várias vezes, que não autorizo e não quero que ele publique meu poema Mude em suas colunas, ele não se emenda. Continua, insistente, publicando. Desta vez, publicou meu poema em sua coluna no jornal Clarin, da Argentina, sem sequer citar o título. Suplemento Vida, edição de 29 de maio 2011:


Nessa publicação no Clarin, ele diz que o poema Mude é um texto "anônimo, porém conhecido". Paulo Coelho chega até a fazer-me um elogio, ainda que de forma indireta: "Um autor sem nome [que] enumera as transformações possíveis e desejáveis. Desde as minimalistas até as essenciais — que nos levam a ser quem somos." Também diz que eu posso ter escrito esse poema "num momento de inspiração, único e irrepetível" — mas suficiente para deixar nele a minha marca. Pena que não cita o autor, apesar de já saber que sou eu.
Mas o pior é que Paulo Coelho mexeu no meu poema. Adulterou o texto. Mudou a frase final, além de adulterar muitas outras partes também. Portou-se com deselegância, ou até mesmo com falta de ética. Falta de inspiração, talvez. Estou publicando logo abaixo essas "mudanças" que ele — sem minha autorização — fez no meu poema Mude. E eu digo, em princípio, que foi ele o autor de tais adulterações, posto que no Google só Paulo Coelho publica o texto nesse formato. Ninguém mais. Entretanto, se ele negar ser o autor de tal crime, terá que citar suas fontes. Exigirei isso por via judicial. Depois de quase oito anos tentando, em vão, resolver essa questão de forma amigavel, não me resta alternativa.
É uma vergonha!
Alterou o título imperativo: de Mude para Mudança.
Suprimiu "o novo amor, a nova vida" — e acrescentou "a nova posição".
Logo após eu ter dito: "Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes", Paulo Coelho (ou alguém em seu nome) acrescentou uma frase estranha: "Mesmo achando que a outra pessoa pode ficar assustada, sugira o que sempre sonhou fazer, na hora do sexo." Essa frase eu jamais colocaria nesse poema, pois, quando eu o escrevi, imaginei que seria lido também por crianças. Nesse caso, falar de sexo é uma estultice!
Quando eu disse: procure andar descalço alguns dias, ele acrescentou "— nem que seja em casa". (Eu jamais ressalvaria essa normalidade!)
Quando, jogando com as palavras, escrevi "leia outros livros, viva outros romances", ele acrescentou uma besteira: "— nem que seja em sua imaginação". Aqui ele parece querer "guiar" o leitor, como se este fosse incapaz de fazer ilações...
Quando eu digo "Tire uma tarde inteira para (...) ouvir o canto dos passarinhos", ele acrescenta "ou o ruído dos carros". Eu jamais diria isso! Tirar uma tarde inteira para ouvir ruido dos carros?! Que horror!
Ele suprimiu estes versos:
Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Suprimiu também estes:
Tente.
Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.
Suprimiu isto:
Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.
Suprimiu também esta frase que é muito significativa para o tema do poema:
Lembre-se de que a vida é uma só.
Também retirou este verso, que eu, como autor, considero fundamental:
Veja o mundo de outras perspectivas.
Além disso, mudou alguns outros versos de lugar, mexeu em outras coisas, acrescentou palavras, suprimiu outras tantas. Intrometeu-se!
E ainda acrescentou "e você está vivo" no último verso.
Ou seja, tirou o impacto que eu pretendi no final: Só o que está morto não muda!
Só me resta perguntar: — Com ordem de quem, Sr. Paulo Coelho?
Se, por acaso, não foi Paulo Coelho o autor de tais adulterações, terá que provar que não. E apontar quem foi — ou citar suas fontes. Pois ele é o único que publica esta "versão" do poema Mude na internet e em suas colunas em jornais e revistas (no Brasil e no exterior) — além de já tê-la publicado em seu blog e no próprio site, desde 2003!
Esta frase "Change.But start slowly, because direction is more important than speed" — que ele, plagiando-me, publicou como dele, é também um caso grave. Se dermos um Google nela, veremos milhares de citações, todas dando Paulo Coelho como autor. Pergunto: como agora corrigiremos isto?
Veja aqui o original do poema Mude, conforme publicado pela Pandabooks, e interpretado por Simone Spoladore no CD Filtro Solar, de Pedro Bial.
gerado numa suruba
Mas não.
8.4.11
esta noite
7.4.11
loucura
6.4.11
5.4.11
agatha
enquanto trabalho
não escrevo poesias, não tomo sol nem vejo a lua;
Se enquanto trabalho não sorrio nem gargalho,
nem vejo os olhos amantes da minha mãe;
Se enquanto trabalho não ando descalço
em areias brancas, nem ouço o barulho do mar;
Se enquanto trabalho não abraço a Vida com tesão e alegria,
nem leio Henry Miller nem Neruda nem Jesus;
Se enquanto trabalho não mergulho fundo em minha alma;
Se enquanto trabalho não vejo filmes, não sinto perfume de lírios,
nem admiro alguma coisa genial de Michelangelo;
Se enquanto trabalho não escalo essas montanhas,
nem salto profundo, nem tomo vinho branco;
Se enquanto trabalho não medito, nem canto, nem ouço música,
nem como doce de abóbora com coco ralado,
nem respiro o sagrado ar da liberdade...
Se enquanto trabalho não sonho, não pinto, nem componho,
não desenho, nem danço, nem esculpo;
Se enquanto trabalho nem sequer me lembro
dos vinte poemas de amor e das canções desesperadas;
Se enquanto trabalho não parto melancias,
nem crio conceitos,
nem beijo mamilos de um grande amor...
Se enquanto trabalho não faço nada disso,
então só me resta perguntar:
O que é que estou fazendo aqui?
4.4.11
3.4.11
se eu ficar famoso
Como se vê, tudo é relativo.