1.6.23

Shinese Class

Faz 549 dias que eu escrevo minhas aulas de mandarim e alemão. Uma a uma, dia por dia. Ininterruptamente. 




Daqui uns dois ou três anos vou criar um Escola de Mandarim, onde aplicarei esse meu método de aprendizagem. Que hoje chamo de Walking Shinese. Shinese, com Sh mesmo, posto que brilhante.


Em 23.08.2020, numa tarde ensolarada no sul do Guarujá, eu já estava na minha aula 125. Click AQUI para ver.




Atualmente (21.01.2023) estou na Aula 754.

31.5.23

Aqui tudo é real

Claro que alterei o Salmo 77: tenho licença poética para ser hiperbólico. Na madrugada de anteontem, Janaína e Adriana me vestiram mesmo com suas peles e ternuras. O Restaurante Deus Me Deu existe realmente, e fica lá no Perequê. Joyce Ann é mesmo a minha musa principal, e nos separamos em 2007, no Pico da relação. Paritosh Keval escreveu mesmo o livro "The Master of Jesus". Minha vó era mesmo a Vitalina. Abujamra esteve mesmo aqui comigo mês passado. O catador de papéis com quem comi pizza e tomei vinho sentado na rua esta noite existe de verdade: chama-se Antonio, e é manco. Até pensei em levá-lo à pizzaria, mas onde deixaríamos o velho carrinho com suas tranqueiras queridas? E Ana, a doce menina dos mamilos cor-de-rosa, estuda mesmo ali naquela escola, no terceiro colegial. Essas coisas não são apenas produto da minha imaginação.

Tudo que aqui escrevo é baseado em fatos reais.

Mas eu acho que as pessoas, quando lêem os meus textos, e me vêem falando só de amores e aventuras, meus demônios e alegrias, minhas flores e estrelas — talvez pensem que é tudo mera ficção. Talvez até digam: Ah: o Edson é um poeta criativo: ele inventa essas histórias.

Mas, como já disse, não invento nada disso.

Aliás, nem conto tudo.

Porque, se eu contasse tudo que faço e vivo; se eu contasse todos os meus amores e saltos profundos, todas as minhas danças e loucuras — até eu mesmo duvidaria de mim...
(*)


Pétalas de Gengibre Dulce com Hibisco recém-colhido.
Para o amigo Capim e sua família.

Por outro exemplo, em 05.10.22 eu fiz este prato 
na Casa Azul
Caule de brócolis cozido em suco de gengibre dulce, sob um guarda-sol amoroso de hibisco recém colhido.



(*) Texto original escrito em 15.07.2008.

30.5.23

Contemplação

É bom pensar, é bom falar, raciocinar e escrever. É bom amar a lógica e o cálculo, é bom saber tabuada e equações exponenciais. É bom ler romances, ver teatro e filmes, visitar museus, tomar sol em novas praias.

É bom dançar, comer, beber, dormir. É bom transar com gostosura e liberdade absoluta. É bom amar demais, é bom se apaixonar todos os dias, desgovernadamente. É bom estudar, meditar, saltar profundo e agitar as circunstâncias deliciosas.

Tudo isso é muito bom e necessário. Mas o que nos leva mesmo ao Templo da Sabedoria, ao Paraíso, ao Nirvana, ao Céu – é outra coisa:





29.5.23

Restaurante Azul

 Almoço de hoje




Jantar de ontem

Omelete de morango, com pimenta vermelha e pétalas de gengibre doce.


.

Luiz iluminado

Hoje eu quero homenagear meu Pai. O nome dele era Luizito, e já escrevi algumas coisas sobre ele. Porém, o que ainda não disse (mas considero importante) é que ele era um aventureiro. Por exemplo: aos 29 anos de idade, ele já era dono de um pequeno armazém de grande sucesso, tinha uma casa própria com quatro quartos num terreno de 1.200 m2 na rua principal da cidade. Tudo na mais perfeita ordem. Então, inspirado por um Deus cuja voz só ele ouvia, largou tudo, fechou o armazém e a casa, e foi morar num ranchinho de sapé numa fazenda perdida, perto de Sengés, no Paraná. "Uma loucura" — diziam todos, sem compreender o que realmente se passava na cabeça dele. Acontece que eu, hoje, depois de conhecer Jesus, Osho e Nietzsche, compreendo esse gesto zen, esse maravilhoso gesto zen do meu Pai.

E, num caminhão azul de mudanças, um fenemê do Capilé, lá se foi ele, com a esperança, a Iracy e os filhos — menos eu, que entraria na escola dois ou três meses depois. Não me senti abandonado; ao contrário: escolhido. Segundo ele, eu precisava estudar.

E eu estudei. 




Um dia, quando eu tinha treze anos, ele mandou-me escrever isto no espelho:


28.5.23

Faz mal sentir raiva

A raiva é apenas a conclusão desastrada de um raciocínio imperfeito. Senti-la é uma bobagem; expressá-la não tem sentido. Faz mal a quem a sente e não atinge o objeto com eficácia. É completamente irracional. Portanto, quando frente a um suposto motivo para sentir raiva, melhor será você manter o equilíbrio emocional e tomar providências racionais — ainda que mais tarde. Isto vale para raiva e também para ciúme, ódio, inveja e rancor. Esses pobres sentimentos só nos causam dor... E acabam constituindo um lamentável complexo de inferioridades.


Felizmente, com o tempo, com inteligência, com estudos, com sabedoria e reflexão, vamos nos aprimorando. Aprendemos a dominar os estados de espírito. Aprendemos a colocar o coração sempre acima do estômago — e o cérebro acima dos dois. Ou não aprendemos.





João e Maria

São muitas as razões pelas quais alguém resolve manter um relacionamento que já se desgastou com o tempo. Refiro-me a relações de amizade, de família, de trabalho, e amorosas. Neste breve ensaio vou me deter na análise de um certo tipo de relação dita amorosa, mais especificamente, entre homem e mulher, adultos, já com ocorrência ou não de casamento tradicional, monogâmico, monocelular, fechado. Com ingerência supostamente estabilizadora marcante de ciúmes e controles, de parte a parte. Só para facilitar o raciocínio a que ora me proponho, vou, em princípio, supor que o pacto de fidelidade e exclusividade sexual é respeitado por ambos os parceiros — espontaneamente pela mulher, e dolorosamente pelo homem.

Vou também supor que existe uma certa paridade intelectual entre os parceiros em questão, visto que, quando há disparidade, a relação se torna mais complexa, de modo diretamente proporcional a este suposto desnível. Vou escolher um casal classe média. Nem dois analfabetos — pois estão fora da crítica, nem dois pós-graduados na USP — pois estes nem entrariam nesse tipo de relação.

Também vou supor que não sejam extremamente pobres, pois, neste caso, só viveriam correndo atrás de comida, e nem sobra tempo pra discutir a relação. Nem vou supor que sejam ricos, porque, neste caso, já teriam resolvido com seus advogados ou terapeutas.

Vou chamar o Mané de João e a Maria, de Maria.

Primeiro vou analisar o caso do ponto de vista da Maria. Filha de pais separados, por divórcio, por viagem, por viuvez ou abandono. Colegial completo ou superior já trancado por falta de ânimo, de tempo ou de dinheiro. Moradora de subúrbio, acima do peso, acredita em horóscopo. Monoglota. Português, malemá. Não sabe nem que o the book fica on the table. Música, só forró e Leo Santana. Com sonhos de virar patroa e ter uma empregada futuramente. Sem filhos, mas vive dizendo que quer ser mãe antes dos trinta. Ou dos quarenta, quem sabe. Sem planejamento, como sói acontecer entre os pobres. Depois desses anos todos (cinco, talvez), já perdeu a tesão pelo marido. Não se masturba. Antes, porque achava que era pecado. Agora, por falta de vontade. Mas bem que olha para alguns homens na rua. O que lhe dá sentimentos de culpa, quase sempre. Acha que já "investiu" demais nessa relação para correr o risco de pô-la a perder assim por quase nada. Dia desses pensou em comprar (e depois comprou) um espartilho e uma calcinha vermelha com cinta liga, dessas que as putas costumam usar. Mas ainda não mostrou para o João. Tem medo da reação dele. Vai que ele não goste.

(...)

Comecei a escrever isto agora, logo depois de ter ligado pra minha Mãe às 12h em ponto, sem que conversássemos, pois me disseram que ela estava almoçando e achei melhor deixar pra mais tarde. Estou agora vendo o sol pela janela do sétimo andar, as pessoas ali na praia, as ondas ao longe. Acho que posso abrir a segunda garrafa desse delicioso Chardonnay chileno, Carta Vieja.

E vou ficar pensando um pouco mais nessa tragédia da Maria e do João. Confesso que se eu vivesse a vida que eles levam — saltaria pela janela. Sem pensar...

Volto mais tarde.
Talvez.

🔴

Texto originalmente escrito em 25.12.2018. Guarujá.



27.5.23

Café com Ciência

Café com Ciência

Faço café religiosamente todo dia (*). E o advérbio é mais para ressaltar o critério do que a constância. Como se meditasse, eu abro a embalagem enluarada, madrugante, cheia de brilho e pó, fecho os olhos, sinto o cheiro, sorrio por dentro e por fora — e começo a sessão. A água já benta e quase fervendo (mas sem deixar que chegue a tanto), o canto dos passarinhos, o barulho do mar, as ondas da música de fundo, a forma dos sentidos — tudo — tudo contribui para que eu logo mais tome um café divino, poético e fundamental neste céu azul do meu amor.

Mas, ontem à noite, esperando a Lua na Feira da própria, eu tive uma vontade enorme de tomar Café com Fé.




(*) Exceto quando estou longe de casa.


 
Essa foto eu fiz em 2014, num sábado à tarde, no primeiro escritório da Calçadas do Brasil em SP.

26.5.23

Certezas quotidianas

Parece que minha rebeldia anda hoje meio fora de forma. Tem dias em que eu contemporizo. Viro um mediador da realidade. Até penso em consertar algumas coisas, embora sabendo que melhor seria talvez desarrumar todas elas de uma vez. Na verdade, eu devia mesmo era realçar essa anarquia deliciosa que me abraça, buscar mais harmonia bonita no desarranjo puro, na inconsequência dançante, no abismo alado absoluto. Desestabilizar esse caos filoerótico que já está ficando íntimo demais. Pôr um pouco mais de dúvidas e flores nas certezas cotidianas. Criar outras loucuras e alegrias, mais doçuras e outros riscos, mais sol, deslumbramentos. E tornar-me desnecessário para todos, para tudo — e para sempre.

Mas tudo de modo amoroso e sem perder a ternura jamais.

25.5.23

Sem pressa

 


Foto feita hoje de manhã no quintal da Casa Azul, enquanto eu tomava sol e também o café que fiz com água benta e açúcar cristal.


Sem fome, sem sono, sem culpa, e sem dor. Sem pressa, sem apego, e sem pressões. Sem esperas, sem cobranças, sem promessas. Sem medo e sem controle, sem ódio e sem juízo. Sem maldade — e sensível. Sentindo-me eterno no transitório. Conseguindo equilíbrio no instável, no incerto e no inseguro. Amado com delícia e liberdade, e amando com grandeza e ousadia.

Passageiro numa viagem sem destino, percorrendo caminhos ainda não trilhados. Cada vez mais fascinado e encantado com os novos horizontes que se abrem para mim. Adorando as surpresas no momento mesmo em que acontecem, e vivendo a Primavera em qualquer das estações.

Quebrando as barreiras, de modo irreversível. 


Encontrando a essência de cada coisa nela mesma. Compreendendo as razões também daqueles que não me compreendem. Vivendo o mais profundo, o mais criativo, o mais sensual, o mais inocente e o mais sagrado período da minha vida.

Sugando a doçura de todas as coisas...

Vivendo as maiores e melhores paixões da minha vida, e vibrando com tudo que me toca. Sentindo-me a cada momento como se Deus me cobrisse de glórias, de flores e estrelas. Dançando nas minhas próprias e nas Suas emoções. Inundado de carinho e gratidão. Com a cabeça nas nuvens — e o coração no infinito.

Portanto, o que mais posso eu querer da vida, além de amores livres e brilhantes, crepúsculos cor de abóbora nessa praia que eu prefiro, óleo de amêndoas doces, um buquê de rosas brancas e vermelhas, duas ou três taças de vinho transbordantes, muita liberdade, alegria, saúde, poesia, gostosura — e tempo livre para viver tudo isso? 




.

24.5.23

Ato de justiça

Se, em reparação a um crime, ofensa ou deslize cometidos eventualmente por maldade, o respectivo ato corretivo de Justiça for racional e elegante, sem violência desnecessária e, em princípio, respeitando a ética, a estética e o bom gosto — eu posso considerá-lo plenamente aceitável.

Mesmo que isso, no fundo, possa até ser chamado de vingança. Em espanhol, venganza. Em inglês, revenge. Ou, em alemão, Rache.


Unicórnios nascendo na sala. Guarujá, 2003.

23.5.23

Será que é mesmo normal ?

A gente pode falar que Ele foi brutalmente espancado, que furaram-lhe o peito com lanças enferrujadas. A gente pode falar que esfregaram-lhe na boca uma esponja com vinagre, a gente pode falar que soldados cuspiram-lhe no rosto e pregaram-lhe as mãos com pregos enormes, também enferrujados. E ainda lhe colocaram uma coroa de espinhos. A gente pode falar que Ele sofreu carregando uma cruz de madeira em direção ao Calvário. A gente pode falar que Ele passou fome, frio, sono e sede. A gente pode falar que Ele foi humilhado, machucado, esfolado e violentado.

A gente pode falar tudo isso e ninguém se espanta.

É normal...

Mas se dissermos que Ele pode ter tido uma relação de amor sensual com Madalena — entre outras — isso é considerado uma coisa horrorosa. Um pecado mortal imperdoável...


🔴

22.5.23

Sambiquira ou Curanchim

Em português popular, sambiquira é o apêndice triangular que recobre as vértebras caudais das aves, onde se inserem as penas da cauda.

Minha Vó Vitalina chamava de CURANCHIM.

Na Ornitologia (ramo da zoologia que trata das aves), a sambiquira é chamada de uropígio, do latim uropygĭum (no sentido de "ponta do espinhaço").

Outros nomes populares do uropígio são rabadela, sobrecu, curanchim (termo usado em São Paulo) e sambiquira (termo usado no Sul do Brasil).

Na língua inglesa, a sambiquira é chamada cientificamente de uropygium; seu nome popular é chicken rump ou chicken butt, como em I love fried chicken butt (Adoro sambiquira frita) ou chicken butt barbecue (churrasco de sambiquira).

Em alemão, Hühnerhintern. Em francês, mégot de poulet. Em italiano, culo di pollo. Em espanhol, trasero de pollo.

Em chinês, 鸡屁股 Jī pìgu

Em japonês, 鶏のお尻 Niwatori no o shiri

Adoro sambiquira!

❤️❤️❤️


Este foi o almoço que eu fiz pra mim hoje.

Sambiquira com morangos.




Mãe

Grávida de Mim é como sinto hoje a minha Mãe ao meio-dia. Pirilampo de si mesma, ela então me dá a Luz em conta-gotas, amorosa, insistente. Em seguida eu me torno cachoeira luminosa, fascinante — e me derramo em seu colo aos borbotões. Nosso Amor é líquido, Mãe. Sinuoso. Delicado. Ultrapassante.


Publicado no Facebook em 22 de maio de 2014.

21.5.23

A nova vida

Às vezes nós temos que desistir da nossa vida antiga. Das velhas razões. Das velhas relações. Das velhas emoções. Desses móveis quadrados que nos imobilizam... 





Sábado ou domingo

Eu crio metáforas como se fizesse amor. Logo de manhã, acordo sempre alegre — e duas vezes. A vida é uma delícia. Mesmo no sábado, a vida é hoje. E hoje não importa se chove ou se faz sol; se comerei um pão seco ali na esquina ou um croissant em Paris; se como feijoada, ou se farei um jejum... 

Eu tudo posso Naquela que me fortalece. 

A vida é um êxtase profundo.

20.5.23

Melancia





Para não ter que humilhar-se 
catando do chão o que Deus derrubou.


A história é a seguinte:


Eu descia pela Rua São Pedro e vi que estavam vendendo melancia em pedaços no mercadinho do japonês.
Mas depois, já na rua, antes da primeira mordida, toda a estrutura ruiu.
A calçada, envergonhada, ficou toda vermelha...

Sorte que eu tinha mais dez dinheiros no bolso para comprar outro pedaço. Que comprei, sem lamentar.

Estava uma delícia inesquecível.





Mas, cá pra nós:

Será que eu hoje estou falando de melancia, mesmo, ou de outra coisa? 



19.5.23

Amor Livre

Cada um escolhe o seu tipo preferido de amor.
Eu escolhi o amor livre.
E você?



Passei minha vida inteira amando. Amando e analisando minhas relações de amor. Sem exagero, tive mais de mil e quatrocentos amores. Comecei com Marina aos sete anos. Nesse universo maravilhoso de relações amorosas, tive apenas cinco ou seis relações fechadas. E foram exatamente essas que deram pau. Portanto, quando alguém agora vem me propor uma relação de amor fechada, eu só posso rir. Eu não suporto amores presos... Porque eu estudei esse assunto dia e noite. Eu vivenciei essa coisa, na prática, amorosamente, cuidadosamente, por anos e anos a fio. E formei a respeito uma convicção inabalável. Que fique bem claro: eu só creio no amor livre. Qualquer outro tipo de amor só traz complicação. E se você não suporta o amor livre, sejamos amigos. É isso que eu digo aos meus amores. Como se vê, eu sou um ótimo amigo.


Mas de amar não pararei jamais!

18.5.23

Olhe para os lados

Agora mesmo, onde você estiver, olhe para os lados. Ajuste a consciência, apure a sensibilidade, abra seu coração, respire fundo, olhe para os lados outra vez, e responda-me sinceramente:


São?!

Porque, se assim não forem, responda-me:


(...)

Mas a pergunta pode ficar ainda mais radical:

— Você manteria relacionamento com uma pessoa que não é amorosa, ou não é compreensiva, ou não é inteligente, ou não é excitante, ou não é audaciosa, ou não é livre, ou não é saudável, ou não é brilhante, ou não é honesta, ou não é sensível, ou não é delicada, ou não é independente, ou não tem entusiasmo algum pela vida?

Manteria?!

16.5.23

As Parábolas de Jesus

As maravilhosas parábolas de Jesus.

Jesus falava sempre através de parábolas — que em grego quer dizer "desvio do caminho". Ele falava dessa forma por uma razão muito simples: era para não salvar todo mundo — mas só aqueles que tivessem sensibilidade suficiente para compreendê-las.

As parábolas de Jesus são ícones. Ícones são signos produtores de informação. Mas o importante é que Jesus, o Filho de Deus, ouvia vozes — e as seguia. Ele arriscava.

Um gênio sempre arrisca!

Os Espíritos da Vida falam para todos — mas só o gênio consegue ouvi-los. Só os gênios e os loucos amorosos são capazes de lhes entender os códigos e traduzir-lhes as metáforas. E Jesus, o Louco, ousava — isso é inquestionável. Se Jesus seguisse só os conselhos dos mais velhos; se Jesus seguisse só o que a tradição Lhe mandava, teria sido apenas mais um marceneiro endividado na pobre e devastada Galileia.

Um Deus sempre arrisca!

15.5.23

Anseios num pano de prato

Era domingo. Era uma tarde chuvosa de domingo em que a vida virou uma encruzilhada: ou eu voava para longe dali em liberdade absoluta, ou me afundava salvando a relação. Era mais do que um dilema: era um projeto de vida fazendo água. Eu me sentia preso. Na verdade, eram grilhões recíprocos. Por isso, olhei fundo nos olhos dela e lhe disse com firmeza:
Não posso mais condicionar o meu galope ao teu trote.
Senti que ela entendeu a metáfora seca e a razão do meu cansaço. Meus olhos falsamente duros puseram distância entre os afetos. Nossas velocidades haviam se tornado muito desiguais, e isso requeria solução imediata. Ela cambaleou, e os seus dezessete anos de vida, frágeis, adolescentes, tremeram todos, um a um. Quase desabaram ali, naquele cimento frio da nossa cozinha. Ela sussurrou um agora inesquecível “eu te amo”, meio desnorteada. Aquilo foi tocante. Por dentro, amparei-a com amor, dei-lhe um abraço forte e terno, coloquei-a de novo no meu colo e cantei outra vez as canções de ninar que eu costumava cantar pra ela. Mas, por fora, virei um poste. Era preciso tornar-me gelo. Era preciso fazer teatro. Mesmo porque nosso relacionamento já estava durando mais do que um relâmpago.
Então, a coitadinha embrulhou seus pequenos anseios num pano de prato e saiu chorando.
Nunca mais nos encontramos.
Acho que foi a maior injustiça que eu jamais cometi.


Entretanto, visto agora com a distância de quase vinte anos anos, esse meu gesto talvez tenha salvado as nossas duas vidas. Pois, se continuássemos juntos daquela forma, teríamos certamente assassinado o nosso próprio amor imortal.

14.5.23

Dia da Mãe

Era um dia de duplas esperanças. Era uma noite de luar azul escandaloso. Era um sábado de alelúias, era hora de metáforas e loucuras. Era uma casinha de madeira e primavera ao lado de uma roseira branca, no finzinho de uma rua principal. Como toda menina inocente, minha Mãe havia sido deflorada por um delicado Inspírito Santo chamado Luiz. Era madrugada e ela estava sozinha outra vez. Foi então que essa Mulher me deu a Luz. Era o começo de uma história de Amor. Ou mais.

Antes do leite, antes do açúcar, antes do arroz com feijão — eu queria mesmo era o Amor que ela me dava. Este, portanto, foi meu primeiro e mais querido alimento: o Amor. Como se pode notar, eu sempre me alimento de Amor e de Mãe, de risco e paixão, de glória e loucura, flores, estrelas, matemática, poesia, lógica e mulher. E liberdade — é claro.

Ela jamais quebrou as lanças da minha ousadia, e nunca pensou em cortar-me as asas de pássaro livre. Ela me apoia com entusiasmo, incentiva os meus saltos profundos e me aplaude todas as conquistas. Compreende os meus gestos, mesmo quando parados no ar. Ela me aceita como eu sou, inteiramente. E me faz acreditar, cada vez mais, que o verdadeiro amor é a união delicada de duas espontaneidades, a fusão poética de dois devaneios. Ou mais.


Até hoje é assim a minha Mãe. Simpática, amorosa e cheia de alegria... Hoje eu tomei café da manhã com Ela


No restaurante que Ela, eu e meu Pai criamos em 1970.

13.5.23

Loucura e loucura

A loucura obtida através da Dor é uma.
A Loucura que se consegue por meio do Prazer — é outra.

São completamente diferentes.




Com relação a tal assunto, eu hoje penso exatamente assim: a loucura derivada do sofrimento é muito mais fácil de ser obtida, mas não tem graça. É feia. Acarreta esquizofrenia, neurose ou depressão, e requer tratamento. Pode acabar em internação sanatorial, ou em tragédias. No mínimo, acaba em tristeza.

A Loucura que eu amo — e considero indispensável — é aquela que se obtém por meio do Prazer escandaloso, contagiante, duradouro e sem maldade. A Loucura que eu amo nasce no coração da Poesia.




Eu escrevo para amantes e sensatos, ciumentos e malucos, depressivos e poetas... Tento a todos incendiá-los com meu verbo ensolarado. Invento-lhes metáforas alegres, e dou-lhes chaves e faíscas com que abram suas portas. Certos dias dou-lhes minha luz escandalosa e minha mão cheia de creme, mas em outros só pretendo inundá-los de profunda escuridão. Alguns dias dou-lhes uma dúzia de tijolos e um pouco de cimento, mas em outros só lhes trago duas rosas vermelhas e um vasinho de lírios. Às vezes, acabo revelando-lhes certas senhas que resolveriam com amor os seus enigmas — e talvez por isso mesmo é que alguns fogem de mim, apavorados.






12.5.23

A vida é uma delícia

A todo instante eu vivo um momento único e ultrapasso um ponto de não-retorno. Em verdade, hoje eu não quero muita coisa: eu só quero abraçar a metade do infinito, e fazer o sol nascer no céu da tua boca. Quero amar a Liberdade, saltar profundo, e viver a Vida. Dançar abraçado a Nietzsche na corda bamba à beira do teu abismo. E sempre colocar meu coração no bom caminho. Ou seja, no caminho da perdição gostosa e da alegria desgovernada.


Passamos esta tarde inesquecível fazendo Arte e tomando Champagne.

Crescimento intelectual

Numa discussão racional sempre sou flexível. Se os argumentos de um suposto adversário forem melhores do que os meus, seria burrice não admitir tais fatos. Aliás, admitindo-os, eu amplio meu sistema de informações. De certo modo, fico ainda mais inteligente, pois acabo incorporando ao meu repertório algumas informações ou conclusões que eu antes não tinha.


Além de demonstrar elegância intelectual com tal atitude, fico até melhor preparado para os futuros embates — com esse mesmo citado suposto adversário ou com eventuais outros..

Será que você pode concordar com esse meu  critério relacional?









Click na imagem acima para ver 
Estratégias de Crescimento.





11.5.23

Dois Caminhos



Ou você segue o caminho da Tristeza,
arma-se de medo e de falsas alegrias,
arma-se de angústia, fecha os olhos, se acomoda,
e segue o rebanho dos que não sabem;
obedece a regras injustas, não reage, não questiona,
não se aprimora, não lê, não significa,
nem percebe o absurdo em que se mete.
Vende a própria natureza
por duas ou três moedas de aço,
troca a inocência pela responsabilidade apressada,
torna-se respeitável aos olhos da sociedade,
cumpre horários, nunca tem tempo,
preocupa-se com coisas banais.
Comerciante das próprias emoções — já não brinca,
vive correndo, ama com pressa,
esquece-se da lua,
e se torna uma pessoa média, mediana, medíocre,
pequena, cansada e normal...


Ou você escolhe o caminho da Ousadia,
compreende, se aprofunda, vai mais longe, realiza,
respeita o ser humano que existe em você mesmo,
resgata a própria vida e o sorriso,
rompe de vez com o passado agonizante,
procura defender a verdade, a justiça e a poesia,
acorda e assopra o fogo da alma que dormia,
cavalga o cavalo negro, cego e alado
das paixões gostosas e sublimes,
enche o peito de coragem, corações e relâmpagos,
acende de novo esse vulcão que é o teu corpo,
deixa a própria cabeça plena de agora,
de ternura e de vertigem,
e parte em busca de Aventura, de Amor e Liberdade.


É uma simples questão de escolha.


Qual é o teu caminho? 









Ombros de um Mestre

Os grandes mestres sempre nos disseram que a vida tem dois caminhos: o caminho da doença e o caminho da cura. Mas algumas pessoas, infelizmente, optam pelo caminho da doença, supondo erradamente ser este o mais correto. É compreensível, mas não vai dar certo. Entretanto, há uma solução (emocional e racional ao mesmo tempo), que requer coragem e disciplina: abrir-se à experiência do aprendizado. Abrir os olhos, o coração e o cérebro — e subir nos ombros de um grande mestre, até para ver mais longe. E fazer do Amor Livre a razão maior da própria Vida.

10.5.23

Picanha com gengibre

Essas pessoas que pregam dietas rigorosas insossas parecem desconhecer que temos uma coisa chamada fígado. Nada entendem de metabolismo e medicina básica. Acham que comer gordura leva gordura diretamente ao sangue, assim como se comer cenoura também levasse a cenoura diretamente ao sangue...

Já fui vegetariano por seis meses e macrobiótico por três, nos anos 90. Naquela época, fiquei chato. Felizmente, recuperei-me dessa doença... rs!

Muitos desconhecem que certas vitaminas essenciais são lipossolúveis. Portanto, flores e vinho, gostosura e alegria, amor e liberdade — e uma deliciosa picanha ao ponto certo para nós todos.




Mas também adoro uma salada linda com gengibre dulce.



E me lembro de um dia qualquer, muito especial, em 2013.


9.5.23

Te deixarei voando

Se eu já te amasse tudo deixaria agora mesmo de te amar o resto, meu amor. No dia em que atingirmos o pico, nosso amor se completa. Por isso, quando a hora chegar, te deixarei voando...



Que não se perca o triplo sentido da minha última frase. Este é o ponto: Te deixar voando. Porque, na maioria das vezes, quando as relações ditas amorosas se quebram, um sempre deixa o outro caído, espezinhado, humilhado. Nas separações, raramente se deixa o outro em condições de voar — e voando! Mais precisamente: é raro querer deixá-lo assim. Quase sempre impera o rancor (quando não ódio) entre os separantes — antes tão amorosos... 

Nos meus casos ocorre exatamente o contrário: eu sempre deixo meus amores voando, em três principais sentidos. Quais sejam: 

1 — Eu as deixo imediatamente, assim que concluímos que nenhuma novidade pode mais haver entre nós. 

2 — Eu saio voando, planando, deliciosamente nos braços do vento, e sem sequer olhar para trás. 

3 — Elas também ficam voando: exercendo o voo que aprenderam comigo e amando a própria liberdade mais ainda.

Claro que tem algumas que não sabem voar quando as conheço. Tem mesmo. Muitas. Mas, a primeira coisa que faço com esses meus novos amores não alados é fazer com que lhes cresçam as asas. E que estas sejam maravilhosas, magníficas, enormes, inquebráveis. 

Quero que esses meus amores adorem voar o próprio voo e que amem fundamente a liberdade. Faço isso porque não quero ter sentimento de culpa quando as abandono lá no Pico. Sei que jamais cairão, pois eu as deixo sempre extremamente capazes de voar. E com suas duas asas abertas...

Só pra finalizar: tem algumas que voam muito melhor do que eu. 

Aprendo com elas!

8.5.23

Três tipos de relacionamentos

Eu quero que neste ano de 2023 você mantenha apenas três tipos de relacionamentos:

1.
Os que te dão prazer e alegria;

2.
Os que são necessários à tua sobrevivência;

3.
Aqueles que te trazem boas informações ou sabedoria, estimulam a criatividade e te fazem progredir.

E que todos os demais sejam considerados dispensáveis.

Extremamente dispensáveis!






7.5.23

Todos os prazeres

Todos os prazeres que tenho vivido nos últimos anos se devem ao meu irrestrito Amor pela Liberdade. Se devem à minha vontade absoluta de ser livre, e à extrema capacidade que tenho de satisfazê-la. Contudo, se eu não tivesse reagido a tempo, com vigorosa determinação, eu hoje provavelmente estaria casado com aquela tonta que me queria escravo.

Ou estaria morto — o que é quase a mesma coisa.

Queria, aquela infeliz, colocar grades no meu crepúsculo, e abri-las só quando ele fosse berrante, se a cor fosse correta, e se tivesse plumagem. Caso contrário, a chave da prisão continuaria em seu poder, pendurada numa correntinha de ouro, no pescoço da desgraçada. Ela dizia me amar, mas queria mesmo era ser a minha dona. Naquilo que nós dois concordávamos, ela dizia que eu estava cem por cento certo. E naquilo que discordávamos, ela garantia que eu estava cem por cento errado! Como se vê, ela não tinha o menor respeito, nem por mim — nem pela Lei das Probabilidades.

Essa pessoa a que me refiro no texto acima é uma personagem do meu livro Solidão a Mil — mas pode ser real também. Existem pessoas assim. No fundo, são autoritários que se cobrem com um manto grosseiro de justificativas absurdas: dizem que têm "personalidade forte"... Ora, quem tem personalidade forte, mesmo, nunca reage dessa forma autoritária. Quem tem personalidade forte, realmente, aceita argumentos eventualmente contrários, e se dispõe a discuti-los. Aliás, aceita até mesmo questionar os próprios. Em nome da Lógica, do bom senso — e da elegância.

6.5.23

A Voz de Deus

Quem sou eu? — você pode perguntar. Sou um poeta, um filósofo, um escritor de ideias. Escritor de ideias libertárias. Amante do risco e do perigo. Um louco trapezista, cheio de paixão absoluta e de coragem, dando sempre saltos vitais no delicioso azul profundo desse circo enorme chamado Vida. Sem redes de proteção... E sem redes de proteção porque eu e Deus somos assim, oh! Aliás, sempre que ouço a voz de Deus dizendo-me "Salte!" — eu salto. E parece que agora começo a ouvi-la de novo, insistente. Carinhosa. Convincente.




Click nas imagens para ver detalhes.



Depois disso eu criei a empresa




5.5.23

Como se fosse um fuzil

Amanheço em mim como se amanhecesse só... 

Mas amanheço muito.


Bolinhas de lembrança na boca que se abre me trazem o gosto do vinho que bebemos noite que passou. Minhas pálpebras vacilam, meus olhos piscam incessantes, como se aplaudissem o duplo sol que se levanta, sanguíneo, entre nós três.

Outra vez, distendo meus músculos de revolução poética, e me atiro de novo em teus braços, meu amor — como se fosse um fuzil.

Me atiro como se fosse de pólvora e Luz.



4.5.23

Companhia amorosa

Terei que conviver comigo mesmo pelo resto da minha vida. Partindo dessa premissa, e supondo que minha vida será longa, fiz tudo para que eu ME tornasse uma companhia agradável, amorosa, sensual e compreensiva — principalmente para mim mesmo.

Fiz tudo para que eu seja digno dessa minha escandalosa auto-adoração.

Cuidei-me.    Aprimorei-me.

TUDO —  para deleitar-me ao extremo comigo mesmo.

TUDO —  para maravilhar-me com meus doces e divinos exercícios diários de auto-admiração.

Narcisismo?!   Claro que não!

É apenas uma autêntica e sublime manifestação de AMOR PRÓPRIO.

3.5.23

Equilíbrio emocional

"Os momentos mais apropriados para tomarmos decisões importantes a respeito da nossa vida, do nosso amor, do nosso trabalho, da nossa família e do nosso futuro — são aqueles em que estamos com bastante raiva, com muito ódio no coração, e numa extrema situação de stress emocional".

Não creio que exista hoje, na face da Terra, um ser humano sequer (saudável) que concorde com a frase acima. Entretanto, é exatamente em situações similares (de raiva, stress ou ódio) que as pessoas comuns se acham mais capazes de emitir julgamentos, e decidir sobre a própria vida. E às vezes não apenas sobre a própria vida, mas também sobre a vida de terceiros. Tais pessoas desestabilizam-se emocionalmente — primeiro — para só depois tomar as decisões sobre o que fazer. São tão tortas que parecem supor que o desequilíbrio as endireita... Mal sabem elas que o equilíbrio emocional é a segunda coisa mais importante num processo de tomada de decisões. Eu disse "segunda coisa mais importante" porque a primeira, fundamental, é a capacidade de raciocinar com lógica, e querer (realmente) que as decisões sejam inteligentes e racionais — para que os resultados possam ser igualmente racionais e inteligentes. Aliás, a irracionalidade nunca vai gerar resultados racionais. Exceto por acaso.

Esse tema não vai caber aqui. Terei que expandi-lo de algum modo. Posso adiantar que, basicamente, todo grande mestre, quer seja ele zen ou não, prega o controle dos estados de espírito como a sua maior conquista como ser humano. Mas, entre as pessoas comuns, o desequilíbrio emocional parece ser algo tão corriqueiro quanto abominável. Explosões emocionais (contidas ou violentas, tanto faz) levam o corpo a uma desgastante produção de hormônios que suportem, fisiologicamente, manifestações de ódio, medo, vergonha, ciúme ou desespero, quase sempre causadas por julgamentos imperfeitos realizados por um cérebro não polido. Energias enormes são assim desperdiçadas ao longo da vida. Energias que poderiam ser canalizadas para outras operações, seguramente mais saudáveis.

Entretanto, outra coisa extremamente grave pode acontecer nesse processo. Depois de errar tanto e pedir tantas desculpas (ou suprimi-las gerando um acúmulo de culpas), o cérebro vai se sentir um completo incapaz. Um incompetente. E vai diminuir, biologicamente, sua capacidade operacional. Não vai conseguir gerir com máxima eficiência o próprio corpo a que pertence. As funções vitais ficarão comprometidas. A respiração, o metabolismo, o batimento cardíaco, a produção de endorfinas, o funcionamento glandular, etc. O corpo passa a adoecer com mais facilidade e com maior frequência. Porque não só as sinapses se desestabilizam, mas toda a estrutura biológica do infeliz que erra muito.

Essa minha tese ainda não está finalizada. Pretendo refiná-la nos próximos dias. Ainda não decidi se a levo mais para o lado da psicologia ou da neurolinguística. Veremos. Não tenho pressa.