1.6.23
Shinese Class
31.5.23
Aqui tudo é real
Claro que alterei o Salmo 77: tenho licença poética para ser hiperbólico. Na madrugada de anteontem, Janaína e Adriana me vestiram mesmo com suas peles e ternuras. O Restaurante Deus Me Deu existe realmente, e fica lá no Perequê. Joyce Ann é mesmo a minha musa principal, e nos separamos em 2007, no Pico da relação. Paritosh Keval escreveu mesmo o livro "The Master of Jesus". Minha vó era mesmo a Vitalina. Abujamra esteve mesmo aqui comigo mês passado. O catador de papéis com quem comi pizza e tomei vinho sentado na rua esta noite existe de verdade: chama-se Antonio, e é manco. Até pensei em levá-lo à pizzaria, mas onde deixaríamos o velho carrinho com suas tranqueiras queridas? E Ana, a doce menina dos mamilos cor-de-rosa, estuda mesmo ali naquela escola, no terceiro colegial. Essas coisas não são apenas produto da minha imaginação.
Tudo que aqui escrevo é baseado em fatos reais.
Mas eu acho que as pessoas, quando lêem os meus textos, e me vêem falando só de amores e aventuras, meus demônios e alegrias, minhas flores e estrelas — talvez pensem que é tudo mera ficção. Talvez até digam: Ah: o Edson é um poeta criativo: ele inventa essas histórias.
Mas, como já disse, não invento nada disso.
Aliás, nem conto tudo.
Porque, se eu contasse tudo que faço e vivo; se eu contasse todos os meus amores e saltos profundos, todas as minhas danças e loucuras — até eu mesmo duvidaria de mim...
(*)
(*) Texto original escrito em 15.07.2008.
30.5.23
Contemplação
29.5.23
Restaurante Azul
Almoço de hoje
.
Luiz iluminado
E, num caminhão azul de mudanças, um fenemê do Capilé, lá se foi ele, com a esperança, a Iracy e os filhos — menos eu, que entraria na escola dois ou três meses depois. Não me senti abandonado; ao contrário: escolhido. Segundo ele, eu precisava estudar.
E eu estudei.
28.5.23
Faz mal sentir raiva
Felizmente, com o tempo, com inteligência, com estudos, com sabedoria e reflexão, vamos nos aprimorando. Aprendemos a dominar os estados de espírito. Aprendemos a colocar o coração sempre acima do estômago — e o cérebro acima dos dois. Ou não aprendemos.
João e Maria
🔴
Texto originalmente escrito em 25.12.2018. Guarujá.
27.5.23
Café com Ciência
Faço café religiosamente todo dia (*). E o advérbio é mais para ressaltar o critério do que a constância. Como se meditasse, eu abro a embalagem enluarada, madrugante, cheia de brilho e pó, fecho os olhos, sinto o cheiro, sorrio por dentro e por fora — e começo a sessão. A água já benta e quase fervendo (mas sem deixar que chegue a tanto), o canto dos passarinhos, o barulho do mar, as ondas da música de fundo, a forma dos sentidos — tudo — tudo contribui para que eu logo mais tome um café divino, poético e fundamental neste céu azul do meu amor.
Mas, ontem à noite, esperando a Lua na Feira da própria, eu tive uma vontade enorme de tomar Café com Fé.
26.5.23
Certezas quotidianas
Mas tudo de modo amoroso e sem perder a ternura jamais.
25.5.23
Sem pressa
Passageiro numa viagem sem destino, percorrendo caminhos ainda não trilhados. Cada vez mais fascinado e encantado com os novos horizontes que se abrem para mim. Adorando as surpresas no momento mesmo em que acontecem, e vivendo a Primavera em qualquer das estações.
Quebrando as barreiras, de modo irreversível.
Sugando a doçura de todas as coisas...
Vivendo as maiores e melhores paixões da minha vida, e vibrando com tudo que me toca. Sentindo-me a cada momento como se Deus me cobrisse de glórias, de flores e estrelas. Dançando nas minhas próprias e nas Suas emoções. Inundado de carinho e gratidão. Com a cabeça nas nuvens — e o coração no infinito.
Portanto, o que mais posso eu querer da vida, além de amores livres e brilhantes, crepúsculos cor de abóbora nessa praia que eu prefiro, óleo de amêndoas doces, um buquê de rosas brancas e vermelhas, duas ou três taças de vinho transbordantes, muita liberdade, alegria, saúde, poesia, gostosura — e tempo livre para viver tudo isso?
24.5.23
Ato de justiça
Mesmo que isso, no fundo, possa até ser chamado de vingança. Em espanhol, venganza. Em inglês, revenge. Ou, em alemão, Rache.
23.5.23
Será que é mesmo normal ?
🔴
22.5.23
Sambiquira ou Curanchim
Em chinês, 鸡屁股 Jī pìgu
Em japonês, 鶏のお尻 Niwatori no o shiri
Mãe
21.5.23
A nova vida
Sábado ou domingo
Eu crio metáforas como se fizesse amor. Logo de manhã, acordo sempre alegre — e duas vezes. A vida é uma delícia. Mesmo no sábado, a vida é hoje. E hoje não importa se chove ou se faz sol; se comerei um pão seco ali na esquina ou um croissant em Paris; se como feijoada, ou se farei um jejum...
Eu tudo posso Naquela que me fortalece.
A vida é um êxtase profundo.
20.5.23
Melancia
A história é a seguinte:
Mas, cá pra nós:
19.5.23
Amor Livre
Eu escolhi o amor livre.
E você?
Passei minha vida inteira amando. Amando e analisando minhas relações de amor. Sem exagero, tive mais de mil e quatrocentos amores. Comecei com Marina aos sete anos. Nesse universo maravilhoso de relações amorosas, tive apenas cinco ou seis relações fechadas. E foram exatamente essas que deram pau. Portanto, quando alguém agora vem me propor uma relação de amor fechada, eu só posso rir. Eu não suporto amores presos... Porque eu estudei esse assunto dia e noite. Eu vivenciei essa coisa, na prática, amorosamente, cuidadosamente, por anos e anos a fio. E formei a respeito uma convicção inabalável. Que fique bem claro: eu só creio no amor livre. Qualquer outro tipo de amor só traz complicação. E se você não suporta o amor livre, sejamos amigos. É isso que eu digo aos meus amores. Como se vê, eu sou um ótimo amigo.
Mas de amar não pararei jamais!
18.5.23
Olhe para os lados
17.5.23
16.5.23
As Parábolas de Jesus
Jesus falava sempre através de parábolas — que em grego quer dizer "desvio do caminho". Ele falava dessa forma por uma razão muito simples: era para não salvar todo mundo — mas só aqueles que tivessem sensibilidade suficiente para compreendê-las.
As parábolas de Jesus são ícones. Ícones são signos produtores de informação. Mas o importante é que Jesus, o Filho de Deus, ouvia vozes — e as seguia. Ele arriscava.
Um gênio sempre arrisca!
Os Espíritos da Vida falam para todos — mas só o gênio consegue ouvi-los. Só os gênios e os loucos amorosos são capazes de lhes entender os códigos e traduzir-lhes as metáforas. E Jesus, o Louco, ousava — isso é inquestionável. Se Jesus seguisse só os conselhos dos mais velhos; se Jesus seguisse só o que a tradição Lhe mandava, teria sido apenas mais um marceneiro endividado na pobre e devastada Galileia.
Um Deus sempre arrisca!
15.5.23
Anseios num pano de prato
Não posso mais condicionar o meu galope ao teu trote.
Senti que ela entendeu a metáfora seca e a razão do meu cansaço. Meus olhos falsamente duros puseram distância entre os afetos. Nossas velocidades haviam se tornado muito desiguais, e isso requeria solução imediata. Ela cambaleou, e os seus dezessete anos de vida, frágeis, adolescentes, tremeram todos, um a um. Quase desabaram ali, naquele cimento frio da nossa cozinha. Ela sussurrou um agora inesquecível “eu te amo”, meio desnorteada. Aquilo foi tocante. Por dentro, amparei-a com amor, dei-lhe um abraço forte e terno, coloquei-a de novo no meu colo e cantei outra vez as canções de ninar que eu costumava cantar pra ela. Mas, por fora, virei um poste. Era preciso tornar-me gelo. Era preciso fazer teatro. Mesmo porque nosso relacionamento já estava durando mais do que um relâmpago.
Então, a coitadinha embrulhou seus pequenos anseios num pano de prato e saiu chorando.
Nunca mais nos encontramos.
Acho que foi a maior injustiça que eu jamais cometi.
Entretanto, visto agora com a distância de quase vinte anos anos, esse meu gesto talvez tenha salvado as nossas duas vidas. Pois, se continuássemos juntos daquela forma, teríamos certamente assassinado o nosso próprio amor imortal.
14.5.23
Dia da Mãe

Ela jamais quebrou as lanças da minha ousadia, e nunca pensou em cortar-me as asas de pássaro livre. Ela me apoia com entusiasmo, incentiva os meus saltos profundos e me aplaude todas as conquistas. Compreende os meus gestos, mesmo quando parados no ar. Ela me aceita como eu sou, inteiramente. E me faz acreditar, cada vez mais, que o verdadeiro amor é a união delicada de duas espontaneidades, a fusão poética de dois devaneios. Ou mais.
Até hoje é assim a minha Mãe. Simpática, amorosa e cheia de alegria... Hoje eu tomei café da manhã com Ela
13.5.23
Loucura e loucura
A loucura obtida através da Dor é uma.
A Loucura que se consegue por meio do Prazer — é outra.
São completamente diferentes.
Com relação a tal assunto, eu hoje penso exatamente assim: a loucura derivada do sofrimento é muito mais fácil de ser obtida, mas não tem graça. É feia. Acarreta esquizofrenia, neurose ou depressão, e requer tratamento. Pode acabar em internação sanatorial, ou em tragédias. No mínimo, acaba em tristeza.
A Loucura que eu amo — e considero indispensável — é aquela que se obtém por meio do Prazer escandaloso, contagiante, duradouro e sem maldade. A Loucura que eu amo nasce no coração da Poesia.
12.5.23
A vida é uma delícia
Crescimento intelectual
Numa discussão racional sempre sou flexível. Se os argumentos de um suposto adversário forem melhores do que os meus, seria burrice não admitir tais fatos. Aliás, admitindo-os, eu amplio meu sistema de informações. De certo modo, fico ainda mais inteligente, pois acabo incorporando ao meu repertório algumas informações ou conclusões que eu antes não tinha.
Além de demonstrar elegância intelectual com tal atitude, fico até melhor preparado para os futuros embates — com esse mesmo citado suposto adversário ou com eventuais outros..
Será que você pode concordar com esse meu critério relacional?
11.5.23
Dois Caminhos
Ombros de um Mestre
10.5.23
Picanha com gengibre
Já fui vegetariano por seis meses e macrobiótico por três, nos anos 90. Naquela época, fiquei chato. Felizmente, recuperei-me dessa doença... rs!
Muitos desconhecem que certas vitaminas essenciais são lipossolúveis. Portanto, flores e vinho, gostosura e alegria, amor e liberdade — e uma deliciosa picanha ao ponto certo para nós todos.
9.5.23
Te deixarei voando
Se eu já te amasse tudo deixaria agora mesmo de te amar o resto, meu amor. No dia em que atingirmos o pico, nosso amor se completa. Por isso, quando a hora chegar, te deixarei voando...
Que não se perca o triplo sentido da minha última frase. Este é o ponto: Te deixar voando. Porque, na maioria das vezes, quando as relações ditas amorosas se quebram, um sempre deixa o outro caído, espezinhado, humilhado. Nas separações, raramente se deixa o outro em condições de voar — e voando! Mais precisamente: é raro querer deixá-lo assim. Quase sempre impera o rancor (quando não ódio) entre os separantes — antes tão amorosos...
Claro que tem algumas que não sabem voar quando as conheço. Tem mesmo. Muitas. Mas, a primeira coisa que faço com esses meus novos amores não alados é fazer com que lhes cresçam as asas. E que estas sejam maravilhosas, magníficas, enormes, inquebráveis.
Só pra finalizar: tem algumas que voam muito melhor do que eu.
8.5.23
Três tipos de relacionamentos
1. Os que te dão prazer e alegria;
2. Os que são necessários à tua sobrevivência;
3. Aqueles que te trazem boas informações ou sabedoria, estimulam a criatividade e te fazem progredir.
E que todos os demais sejam considerados dispensáveis.
Extremamente dispensáveis!
7.5.23
Todos os prazeres
Ou estaria morto — o que é quase a mesma coisa.
Queria, aquela infeliz, colocar grades no meu crepúsculo, e abri-las só quando ele fosse berrante, se a cor fosse correta, e se tivesse plumagem. Caso contrário, a chave da prisão continuaria em seu poder, pendurada numa correntinha de ouro, no pescoço da desgraçada. Ela dizia me amar, mas queria mesmo era ser a minha dona. Naquilo que nós dois concordávamos, ela dizia que eu estava cem por cento certo. E naquilo que discordávamos, ela garantia que eu estava cem por cento errado! Como se vê, ela não tinha o menor respeito, nem por mim — nem pela Lei das Probabilidades.
Essa pessoa a que me refiro no texto acima é uma personagem do meu livro Solidão a Mil — mas pode ser real também. Existem pessoas assim. No fundo, são autoritários que se cobrem com um manto grosseiro de justificativas absurdas: dizem que têm "personalidade forte"... Ora, quem tem personalidade forte, mesmo, nunca reage dessa forma autoritária. Quem tem personalidade forte, realmente, aceita argumentos eventualmente contrários, e se dispõe a discuti-los. Aliás, aceita até mesmo questionar os próprios. Em nome da Lógica, do bom senso — e da elegância.
6.5.23
A Voz de Deus
5.5.23
Como se fosse um fuzil
Amanheço em mim como se amanhecesse só...
Bolinhas de lembrança na boca que se abre me trazem o gosto do vinho que bebemos noite que passou. Minhas pálpebras vacilam, meus olhos piscam incessantes, como se aplaudissem o duplo sol que se levanta, sanguíneo, entre nós três.
Outra vez, distendo meus músculos de revolução poética, e me atiro de novo em teus braços, meu amor — como se fosse um fuzil.
Me atiro como se fosse de pólvora e Luz.
4.5.23
Companhia amorosa
3.5.23
Equilíbrio emocional
Não creio que exista hoje, na face da Terra, um ser humano sequer (saudável) que concorde com a frase acima. Entretanto, é exatamente em situações similares (de raiva, stress ou ódio) que as pessoas comuns se acham mais capazes de emitir julgamentos, e decidir sobre a própria vida. E às vezes não apenas sobre a própria vida, mas também sobre a vida de terceiros. Tais pessoas desestabilizam-se emocionalmente — primeiro — para só depois tomar as decisões sobre o que fazer. São tão tortas que parecem supor que o desequilíbrio as endireita... Mal sabem elas que o equilíbrio emocional é a segunda coisa mais importante num processo de tomada de decisões. Eu disse "segunda coisa mais importante" porque a primeira, fundamental, é a capacidade de raciocinar com lógica, e querer (realmente) que as decisões sejam inteligentes e racionais — para que os resultados possam ser igualmente racionais e inteligentes. Aliás, a irracionalidade nunca vai gerar resultados racionais. Exceto por acaso.
Esse tema não vai caber aqui. Terei que expandi-lo de algum modo. Posso adiantar que, basicamente, todo grande mestre, quer seja ele zen ou não, prega o controle dos estados de espírito como a sua maior conquista como ser humano. Mas, entre as pessoas comuns, o desequilíbrio emocional parece ser algo tão corriqueiro quanto abominável. Explosões emocionais (contidas ou violentas, tanto faz) levam o corpo a uma desgastante produção de hormônios que suportem, fisiologicamente, manifestações de ódio, medo, vergonha, ciúme ou desespero, quase sempre causadas por julgamentos imperfeitos realizados por um cérebro não polido. Energias enormes são assim desperdiçadas ao longo da vida. Energias que poderiam ser canalizadas para outras operações, seguramente mais saudáveis.
Entretanto, outra coisa extremamente grave pode acontecer nesse processo. Depois de errar tanto e pedir tantas desculpas (ou suprimi-las gerando um acúmulo de culpas), o cérebro vai se sentir um completo incapaz. Um incompetente. E vai diminuir, biologicamente, sua capacidade operacional. Não vai conseguir gerir com máxima eficiência o próprio corpo a que pertence. As funções vitais ficarão comprometidas. A respiração, o metabolismo, o batimento cardíaco, a produção de endorfinas, o funcionamento glandular, etc. O corpo passa a adoecer com mais facilidade e com maior frequência. Porque não só as sinapses se desestabilizam, mas toda a estrutura biológica do infeliz que erra muito.
Essa minha tese ainda não está finalizada. Pretendo refiná-la nos próximos dias. Ainda não decidi se a levo mais para o lado da psicologia ou da neurolinguística. Veremos. Não tenho pressa.