24.4.11

menina vestida de chita

Às vezes, não me basta uma deusa perfumada com Fleurs de Rocaille, vestido de seda, anéis de brilhante, pulseiras de ouro, pós-graduada na USP, discutindo Heidegger. Às vezes, eu quero mesmo é essa menina descalça, queimadinha de sol, vestida de chita, deitada e sorrindo no meu colo, tomando água de coco num canudinho cor de laranja, delicadamente, e olhando crepúsculos à beira do mar. Uma menina que me compreenda as loucuras, que adore esse meu inocente amor desgovernado — e que me ame por uns tempos. Mas que não me ame muito nem demais... E que depois desapareça, deliciosa, com a mesma alegria e gostosura com que veio.