Mais de oito da noite, uma cidade hospitaleira, mas num país estranho, e eu não sabia sequer onde dormir. Parecendo Zorba o Grego. Cinquenta dólares no bolso, um cartão quebrado e falando línguas que aqui não entendem. Essa assombrosa e radical instabilidade é fascinante — acreditem. Às vezes me canso um pouco dela, mas mesmo assim quero continuar com ela, porque sei que é disso que eu preciso para viver com emoção. E se algum dia eu mudar, meus amores, façam-me voltar a esse tipo de vida, façam com que eu me lembre do quanto isso tudo é muito bom. A normalidade é uma doença. Nunca mais serei normal. Tenho é que radicalizar ainda mais, com veemência, nesse caminho de perdição e gostosura. Sou movido a pecado, transgressões e alegria.