Dei-lhe um band-aid.
16.9.25
Coração sangrando
Dei-lhe um band-aid.
15.9.25
Dois períodos
13.9.25
Meu Pai e os girassóis
Meu Pai era racional demais, disciplinado demais, e ético demais. Dominava o cálculo, era íntimo dos números, ensinou-me a tabuada do 13 quando eu tinha sete anos. Quem não sabe a tabuada se fode, ele me dizia. Nasceu para o comando. Era dono de uma violência verbal impressionante — e nunca deixava pra depois as broncas que pudesse dar. Exagerado, tinha seus momentos de loucura: de vez em quando mandava fazer almoços festivos para crianças pobres. Era comum se reunirem duzentas ou trezentas em nosso restaurante. Absteve-se do jogo, não fumava, mas bebia um pouco mais do que eu supunha o certo. Com duas exceções, nunca o vi de fogo. Ele nunca nos disse que gostava de poesia, mas certa vez mandou que plantassem trezentos e sessenta pés de girassol no fundo do quintal da nossa casa. Depois que as plantas cresceram, ele ficava toda tarde um tempão lá no fundo, sentado num banquinho improvisado de madeira, sorrindo, encantado, tomando vinho vermelho — e olhando os girassóis girarem... Meu pai, portanto — e no fundo — talvez não fosse apenas um simples comerciante atarracado e ex-delegado de polícia. Talvez fosse um poeta. Pena que não teve tempo de ficar completamente louco: morreu aos 49, por erro de um médico que tinha a morte até no nome.
Acabou sendo enterrado sem sapatos, por uma sábia decisão de minha Mãe. Pois ele dizia que nas ocasiões especiais temos que ir de sapato novo. Então, em respeito ao que dizia e supondo ser aquela uma "ocasião especial" — íamos sair para comprar-lhe um par de novos, lá na loja do Jacopetti. Mas a Mãe foi incisiva, além de delicadamente irônica:
— Prá quê? Vai só com as meias!
Com isso, demonstrou que o comando, agora bem-humorado, passaria a ser dela.
Para um bom entendedor, meias bastam...
Conselhos do meu Pai
Além das suas recomendações sobre sempre respeitar a propriedade alheia — e nunca usar sapatos velhos — há outras dele das quais agora me lembro:
1. Respeite a tua Mãe.
2. Não carregue pacotes.
3. Não economize na comida.
4. Seja dono do teu próprio negócio.
6. Beba pouco.
7. Estude bastante.
8. Não fume.
9. Não transe com as empregadas.
10 Não minta — exceto se for para salvar a vida.
Quando morreu, trazia no bolso, na carteira de couro marrom, uma carta, dobradinha, meio amarelada e com sinais evidentes de muitas leituras. Não sei onde pode estar o original. Talvez tenha tido o mesmo destino daquelas fotos que as doentes rasgaram. Felizmente a memória não se perde. Não é possível rasgar uma lembrança, destruir um símbolo, esconder um coração. Manifestações de amor, como essa do meu pai ao carregar minha carta consigo — até no dia da sua própria morte —, não se apagam. É uma honra para mim.
Obrigado, Pai!
11.9.25
Ultrapassando limites
Passageiro numa viagem sem destino, percorrendo caminhos ainda não trilhados. Cada vez mais fascinado e encantado com os novos horizontes que se abrem para mim. Adorando as surpresas no momento mesmo em que acontecem, e vivendo a Primavera em qualquer das estações.
Quebrando as barreiras, de modo irreversível.
Sugando a doçura de todas as coisas...
Vivendo as maiores e melhores paixões da minha vida, e vibrando com tudo que me toca. Sentindo-me a cada momento como se Deus me cobrisse de glórias, de flores e estrelas. Dançando nas minhas próprias e nas Suas emoções. Inundado de carinho e gratidão. Com a cabeça nas nuvens — e o coração no infinito.
Portanto, o que mais posso eu querer da vida, além de amores livres e brilhantes, crepúsculos cor de abóbora nessa praia que eu prefiro, óleo de amêndoas doces, um buquê de rosas brancas e vermelhas, duas ou três taças de vinho transbordantes, muita liberdade, alegria, saúde, poesia, gostosura — e tempo livre para viver tudo isso?
9.9.25
No amor a posse é impossível
Eu não te quero compromisso: eu te quero dança.
Te quero paixão e alegria. Sem excesso de presença e sem sufoco da esperança. Desse modo, nem meu mundo termina aqui, nem você será prisioneira de mim. Afinal, somos livres um do outro — para sempre.
7.9.25
A independência é fundamental
A dos países e a das pessoas.
A independência política, a financeira,
e a emocional.
A do Corpo e a do Espírito.
A dos amigos — e a dos amores.
Só é livre quem for independente.
PORTANTO,
INDEPENDÊNCIA — OU MORTE!
Qual será dos meus irmãos ?
Será aquele que eu trouxe no colo, chuviscando, ao lado de um pai desesperado, numa charrete azul puxada por estrelas e ternuras? Será aquela, pequenina, de quem salvei a vida, tirando-a de uma tina cheia de água e sabão, com esforço indescritível? Será aquela que arrumava minha cama com amor na sua casa aconchegante, depois de dar-me um prato de comida e um abraço?
Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?
Será aquele com quem colhemos serralha nos confins do Guarujá e depois jantamos entre vinhos e lembranças? Será aquela que me mandava pés-de-moleque, até por Sedex, e em cuja caixa ainda hoje eu guardo meus tesouros de papel? Será aquele com quem tomei cerveja inesquecível num boteco em Sorocaba várias vezes?
Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?
Será aquela com quem nos perdemos na Serra da Melancia, lá no sítio do Julinho, entre coivaras e alegrias? Será aquele com quem jantamos uma bela caldeirada de salmão no Perequê, numa noite plena de confissões, de risadas e projetos? Será aquela que me escrevia poesias profundas como se eu realmente as merecesse? Será aquela com quem choramos uma tarde inteira sobre um túmulo em frangalhos? Será aquela que sempre me recebia com flores e carinho em sua casa?
Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?
Será aquele que me fez chorar numa ambulância ao vê-lo todo ensanguentado? Será aquela que me emprestou um livro do Reich pleno de caráter? Será aquele que matava bois quando eu chegava e me recebia como a um rei? Será aquela a quem na minha infância eu chamava, carinhosamente, de trator? Será aquela com quem apostei uma viagem a Paris só para salvá-la de um desastre?
Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?
Será aquela que eu buscava toda noite no cursinho e no trabalho em SP? Será aquela que me visitou no Guarujá, no dia em que ficamos quatro horas conversando ao lado da piscina? Será aquele para quem comprei uma brasília amarela há mais de vinte anos? Será aquela com quem comíamos filé à cubana na Barra Funda, nas horas do almoço? Será aquela cujo ex-marido tentou matar-me por eu tê-la defendido certa vez? Será aquele a quem escrevi um lindo poema, chorando na estrada deserta, logo após tê-lo visitado num hospital do interior? Será aquela que já fez tanto por mim, tão sinceramente?
Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?
Será aquela que várias vezes esteve em minha casa na alameda Barros em São Paulo? Serão aquelas com quem viajávamos, que nem andarilhos românticos, pelo sul de Minas Gerais? Será aquele que trouxe a família toda ao Guarujá, numa ocasião em que abandonei até meu trabalho só para tratá-los melhor? Será aquela que sempre me disse eu te amo? Serão aquelas que um dia me encontraram sozinho numa pensão japonesa na zona do mercado? Será aquela com quem fui ao norte do Paraná atrás de um jagunço que lhe matou o marido a sangue frio? Serão aquelas a quem eu toda noite trazia sorvete de abacate, e lhes dava em silêncio?
Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?
Será aquela a quem dei certa vez uma sandália barata porque eu não tinha mais dinheiro? Será aquela com quem fui ao fórum para tentar, em vão, salvá-la de um casamento horroroso? Será aquela que fotografei no dia da morte do nosso pai, pequenininha? Será aquele com quem ficamos conversando sobre a liberdade, ao lado de uma cachoeira em São Francisco? Será aquela que me convidava para jantar todo dia em sua casa no Ibirapuera? Será aquela com quem viajávamos livremente pela vida? Será aquela que agora mesmo deve estar muito triste, pensando no que fez?
Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?
Será aquele a quem certa vez escrevi um poema de amor, e que foi publicado em jornal? Será aquela que me deu uma delicada camisa branca? Será aquele cujo e-mail sincero me levou às lágrimas ontem à noite? Será aquela com quem jantávamos, sempre alegres, num restaurante chinês de Perdizes? Será aquele que ficou louco por ser sensível demais? Será aquela que vivia por trás do muro de Berlim, numa casinha de madeira deliciosa, onde conversávamos ao sol da meia-tarde? Será aquela que ainda hoje me abraça dançando toda vez que me encontra?
Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?
Esse poema acima foi escrito há mais de vinte anos, em 31.01.2004, depois que o telefone da minha Mãe foi maldosamente trocado (pelas minhas irmãs) sem que Ela tivesse sido sequer avisada a respeito disso. O motivo delas era torpe. Eu telefonava para minha Mãe todos os domingos, ao meio-dia em ponto, desde 1994. E conversávamos amorosamente, sempre. Todos os domingos! E esse nosso amor, é claro, gerava nelas um ciúme enorme...
Relendo hoje, 07.09.2025, entre os hibiscos florescendo, no maravilhoso quintal da Casa Azul, só pra dizer que eu venci. De novo.
3.9.25
A Vida tem dois caminhos
1.9.25
Jesus e Suas Metáforas
31.8.25
Sonhos
Quanto tempo você acha que ainda vai viver?
Click no link acima para ver a resposta.
Experimente-me.
Click acima para ler o poema Mude.
30.8.25
Oziel e Guilherme, meus amigos.
Minha Mãe está olhando tudo isso, e sorrindo.
28.8.25
Da minha ideia 684 à 1.339
Esta foi minha ideia 684, em julho de 2018. Com base nela, e acordando agora no delicioso Itararé Hotel, com uma algazarra de bem-te-vis, acabo de ter a ideia 723. Criar um escritório de advocacia (na verdade um Complexo Jurídico) chamado Minha Morte, Minha Vida. Que vai cuidar, inclusive, das questões jurídicas, legais e econômicas do inventário, testamentos, atendimento psicológico e espiritual aos herdeiros, logística da transição, etc.
Esse Mercado é enorme.
A propósito, em 07.11.23, Guarujá, eu tive minha ideia 1300.
2025
Tem hora de parar — e tem hora de partir,
tem hora de permanecer quieto e calado num canto,
e tem hora de cantar e de voar.
Agora,
agora não é hora de dobrar as asas,
nem de calar a voz,
nem de catar gravetos para fazer o ninho.
Agora não é hora de sentir remorsos,
nem de buscar consolo, nem de caiar o túmulo.
Agora que estou na beirada,
bêbado de alegria — pronto para o salto,
não me segure em nome de nada.
Não queira impedir-me dizendo que é muito cedo,
ou que é muito tarde,
ou que está escuro, é perigoso, muito alto,
muito fundo, muito longe...
Não!
Se você não puder incentivar-me para o salto,
ou até mesmo empurrar-me com amor em direção à Vida,
não me prenda, não me amarre.
Não envenene com teu medo a minha dança.
Seja só uma testemunha silenciosa desta vertigem.
Porque agora,
agora é hora de voar.
Agora é hora de abrir-me a todas as possibilidades.
E voar um voo livre e sem destino para dentro de mim mesmo!
Viver é uma delícia!
27.8.25
As meninas do Arouche
Nesta noite de chuva, 21h, perto do Largo Arouche, em São Paulo, uma menina dorme na rua. Ao seu lado, quase acordando, uma criança de plástico. A mais velha tem um anel.
Será que jantaram?
26.8.25
Onde estão aqueles sonhos todos ?
JÁ ESTAMOS NO FIM DO ANO... E você continua aí, do mesmo jeito, andando pelas mesmas ruas, girando as mesmas chaves para abrir as mesmas portas? Sentado nas mesmas cadeiras, ao lado das mesmas mesas, fazendo sempre as mesmas coisas? Com os mesmos amigos, os mesmos amores, a mesma visão do mundo? Com os mesmos medos e preconceitos? Abraçando as mesmas pessoas, tocando os mesmos corpos, com o mesmo jeito, os mesmos toques, e o mesmo estilo? A mesma instável estabilidade? Repetindo a mesma angustiante rotina?
Onde está a coragem de mudar, a coragem de criar? Onde aquele entusiasmo e aquela ousadia de outrora? Onde aquela gostosura tão buscada?
24.8.25
O que é ferramental teórico ?
Este foi um áudio que gravei nesta tarde de domingo. Comecei a pensar em certas pessoas que eu conheço, considerando a história delas, e o seu sucesso já existente, inclusive na área profissional, empresarial, financeira, amorosa, intelectual, etc.
23.8.25
Amar de verdade
Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
Amar é permitir sempre. Amar é deixar que o outro vá – ou que fique, se assim o desejar. Amar é ter um respeito absoluto pela própria liberdade e pela liberdade do outro. Amar é compreender sempre. E isso não significa apenas entendimento racional, vai além, muito além: Amar é reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas. Mesmo que essas escolhas eventualmente me excluam.
Mas, se amar significa "reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas" — como eu sempre digo — será que nessa colocação pode estar implícito que devo aceitar as idéias do outro, todas, mesmo as absurdas, e incorporá-las como se fossem minhas, se ele assim o desejar?
Claro que não.
Isto seria uma violência.
Cada um de nós tem um sistema de valores.
Mesmo que seja em nome do amor, a submissão é um horror.
Portanto, amar não significa aceitar todas as escolhas que o outro fizer, mas sim apenas aquelas que não impliquem uma supressão da nossa liberdade pessoal. Porque falta de liberdade causa uma dor imensa. E se causa dor, não é amor. Portanto, se uma determinada escolha feita pelo outro, que diz me amar, contraditoriamente cerceia minha liberdade, ou violenta minha dignidade, me sufoca ou atormenta — então essa escolha me faz mal, e deve ser rechaçada imediatamente, com determinação. Jamais devemos compactuar com quem nos fere ou nos amputa. Sem essa de beijar o carrasco em nome do amor...
Amar de verdade é jamais ter ciúmes, nem medo de perder. Amar é não forçar nada, nem sequer um beijo. Amar é não fazer perguntas desnecessárias ou indiscretas — muito menos na hora errada. Amar é deixar fluir a relação em todos os sentidos. É incentivar o voo livre que o outro possa estar querendo, e às vezes até mesmo empurrá-lo com ternura para o abismo gostoso do desconhecido profundo. Amar é respeitar com devoção e aplaudir com entusiasmo esse desejo louco de saltar que o outro às vezes tem. (...)
Eu defendo a tese de que o amor deve ser livre. Se não for livre, chame-o de qualquer outro nome — menos de amor. Aliás, é bom perguntar: se o amor não for livre, como será ele, então? Amor preso? Encarcerado? Acorrentado? Será que alguém, com um mínimo de respeito à vida, pode ser contra o amor livre? Sei que esse é um tema complexo, impossível de ser debatido em meia página de um blog. Mas gosto de supor que sinto-me amado, realmente, quando a pessoa que diz me amar pode olhar-me nos olhos e também dizer, do fundo do coração:
Eu te amo quando não preciso mais dizer te amo.
Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
Eu te amo quando respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
Eu te amo quando compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
Eu te amo quando não te sufoco com chiliques ou pressões.
Eu te amo quando ponho afeto entre as nossas distâncias.
Eu te amo quando aplaudo os teus desejos de voar.
Eu te amo quando me convenço de que o ciúme é algo a superar.
Eu te amo quando te ajudo a ser mais livre do que eras quando eu te conheci.
Eu te amo quando a recíproca a tudo isso também é verdadeira.
22.8.25
No meio desse novo caminho
21.8.25
Minha ideia número 1.339
20.8.25
Jogo sublime
Meu projeto para ensinar/aprender mandarim de modo brilhante chama-se Walking Shinese.
18.8.25
As quaro coisas
E o meu conceito de Saúde vai muito além do corpo meramente físico. Não basta ter um corpo em forma, com tudo funcionando bem. Não basta ter o cérebro e os rins, o coração e as glândulas, as artérias e os músculos, o pulmão e o fígado — todos os órgãos, enfim — funcionando bem. É preciso também ter um crescimento emocional, intelectual e, principalmente, espiritual. Aliás, para mim, a Vida de um corpo (qualquer corpo) consiste na presença gloriosa do Espírito. Sem este, aquela se vai.
Mas às vezes me perguntam por que eu defendo como indispensável o crescimento intelectual — além do emocional e do espiritual. Minha resposta: porque a burrice também é uma doença. Tão imperdoável quanto a ira, a gula, o ódio, o ciúme, a inveja, o apego e a maldade. As igrejas costumam chamar essas coisas todas de "pecados", mas para mim são apenas doenças. Curáveis... Plenamente curáveis. Basta que o doente cresça. Emocionalmente, intelectualmente e espiritualmente. Fácil? Não muito. Mas não impossível.