16.9.25

Coração sangrando

Hoje um coração à deriva, sangrando, me pediu socorro. Mas vi que sangrava falso, e sangrava tanto, que sangrará de novo se eu socorrê-lo assim. Portanto, é melhor que sofra para ver se aprende. Porque não era um simples coração coitado: era um coração ciumento, que sangrava muito por causa errada. Ele tinha perdido o objeto amado, e só queria um outro, substituto, que lhe fosse escravo... Então, ajudar por quê? Não vale a pena estancar um sangue que é mal vertido. Não posso, portanto, vender meu corpo como remédio.

Dei-lhe um band-aid.




15.9.25

Dois períodos

Só me interessam dois períodos da minha vida: 

os piores e os melhores.


Os piores, porque já passaram — e não voltam nunca mais.

E os melhores, porque acontecem exatamente agora
neste impreciso, fantástico e absoluto momento
em que coloco minha cabeça delicada no teu peito descoberto
e vejo a Lua dizer-me olá!




13.9.25

Meu Pai e os girassóis

A melhor lição que meu Pai me deu.

Se. Eu. Não. Estudar. Eu. Vou. Me. Foder.



MESTRE ZEN COM VARA DE MARMELO

Meu Pai era racional demais, disciplinado demais, e ético demais. Dominava o cálculo, era íntimo dos números, ensinou-me a tabuada do 13 quando eu tinha sete anos. Quem não sabe a tabuada se fode, ele me dizia. Nasceu para o comando. Era dono de uma violência verbal impressionante — e nunca deixava pra depois as broncas que pudesse dar. Exagerado, tinha seus momentos de loucura: de vez em quando mandava fazer almoços festivos para crianças pobres. Era comum se reunirem duzentas ou trezentas em nosso restaurante. Absteve-se do jogo, não fumava, mas bebia um pouco mais do que eu supunha o certo. Com duas exceções, nunca o vi de fogo. Ele nunca nos disse que gostava de poesia, mas certa vez mandou que plantassem trezentos e sessenta pés de girassol no fundo do quintal da nossa casa. Depois que as plantas cresceram, ele ficava toda tarde um tempão lá no fundo, sentado num banquinho improvisado de madeira, sorrindo, encantado, tomando vinho vermelho — e olhando os girassóis girarem... Meu pai, portanto — e no fundo — talvez não fosse apenas um simples comerciante atarracado e ex-delegado de polícia. Talvez fosse um poeta. Pena que não teve tempo de ficar completamente louco: morreu aos 49, por erro de um médico que tinha a morte até no nome.



Acabou sendo enterrado sem sapatos, por uma sábia decisão de minha Mãe. Pois ele dizia que nas ocasiões especiais temos que ir de sapato novo. Então, em respeito ao que dizia e supondo ser aquela uma "ocasião especial" — íamos sair para comprar-lhe um par de novos, lá na loja do Jacopetti. Mas a Mãe foi incisiva, além de delicadamente irônica:
— Prá quê? Vai só com as meias!
Com isso, demonstrou que o comando, agora bem-humorado, passaria a ser dela.

Para um bom entendedor, meias bastam...



Conselhos do meu Pai

Além das suas recomendações sobre sempre respeitar a propriedade alheia — e nunca usar sapatos velhos — há outras dele das quais agora me lembro:

1.  Respeite a tua Mãe.
2.  Não carregue pacotes.
3.  Não economize na comida.
4.  Seja dono do teu próprio negócio.
5.  Junte-se aos melhores.
6.  Beba pouco.
7.  Estude bastante.
8.  Não fume.
9.  Não transe com as empregadas.
10 Não minta — exceto se for para salvar a vida.

Quando morreu, trazia no bolso, na carteira de couro marrom, uma carta, dobradinha, meio amarelada e com sinais evidentes de muitas leituras. Não sei onde pode estar o original. Talvez tenha tido o mesmo destino daquelas fotos que as doentes rasgaram. Felizmente a memória não se perde. Não é possível rasgar uma lembrança, destruir um símbolo, esconder um coração. Manifestações de amor, como essa do meu pai ao carregar minha carta consigo — até no dia da sua própria morte —, não se apagam. É uma honra para mim.

Obrigado, Pai!

11.9.25

Ultrapassando limites

 

Foto feita hoje de manhã no quintal da Casa Azul, enquanto eu tomava sol e também o café que fiz com água benta e açúcar cristal.


Sem fome, sem sono, sem culpa, e sem dor. Sem pressa, sem apego, e sem pressões. Sem esperas, sem cobranças, sem promessas. Sem medo e sem controle, sem ódio e sem juízo. Sem maldade — e sensível. Sentindo-me eterno no transitório. Conseguindo equilíbrio no instável, no incerto e no inseguro. Amado com delícia e liberdade, e amando com grandeza e ousadia.

Passageiro numa viagem sem destino, percorrendo caminhos ainda não trilhados. Cada vez mais fascinado e encantado com os novos horizontes que se abrem para mim. Adorando as surpresas no momento mesmo em que acontecem, e vivendo a Primavera em qualquer das estações.

Quebrando as barreiras, de modo irreversível. 


Encontrando a essência de cada coisa nela mesma. Compreendendo as razões também daqueles que não me compreendem. Vivendo o mais profundo, o mais criativo, o mais sensual, o mais inocente e o mais sagrado período da minha vida.

Sugando a doçura de todas as coisas...

Vivendo as maiores e melhores paixões da minha vida, e vibrando com tudo que me toca. Sentindo-me a cada momento como se Deus me cobrisse de glórias, de flores e estrelas. Dançando nas minhas próprias e nas Suas emoções. Inundado de carinho e gratidão. Com a cabeça nas nuvens — e o coração no infinito.


Portanto, o que mais posso eu querer da vida, além de amores livres e brilhantes, crepúsculos cor de abóbora nessa praia que eu prefiro, óleo de amêndoas doces, um buquê de rosas brancas e vermelhas, duas ou três taças de vinho transbordantes, muita liberdade, alegria, saúde, poesia, gostosura — e tempo livre para viver tudo isso? 





9.9.25

No amor a posse é impossível

Não penso que te possuo — nem quero te pertencer. Não importa se isso dure, nem é preciso que se acabe. Não sei se será sempre tão bom assim, e nem busco certezas eternas. Mas, como as delícias do agora me encantam — e bastam — até posso dizer que já estou começando a te amar. Por isso eu me entrego como um ponto de luz nos teus olhos de mar e um toque sutil na tua pele de Amor. Pois eu só te quero como um risco delicado, um perigo iminente, transitória gostosura — nada mais.

Eu não te quero compromisso: eu te quero dança.

Te quero paixão e alegria. Sem excesso de presença e sem sufoco da esperança. Desse modo, nem meu mundo termina aqui, nem você será prisioneira de mim. Afinal, somos livres um do outro — para sempre.





7.9.25

A independência é fundamental

Viva a Independência.
A dos países e a das pessoas.
A independência política, a financeira,
e a emocional.
A do Corpo e a do Espírito.
A dos amigos — e a dos amores.

Só é livre quem for independente.

PORTANTO,
INDEPENDÊNCIA — OU MORTE!








Qual será dos meus irmãos ?





Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?


Será aquele que eu trouxe no colo, chuviscando, ao lado de um pai desesperado, numa charrete azul puxada por estrelas e ternuras? Será aquela, pequenina, de quem salvei a vida, tirando-a de uma tina cheia de água e sabão, com esforço indescritível? Será aquela que arrumava minha cama com amor na sua casa aconchegante, depois de dar-me um prato de comida e um abraço?



Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?

Será aquele com quem colhemos serralha nos confins do Guarujá e depois jantamos entre vinhos e lembranças? Será aquela que me mandava pés-de-moleque, até por Sedex, e em cuja caixa ainda hoje eu guardo meus tesouros de papel? Será aquele com quem tomei cerveja inesquecível num boteco em Sorocaba várias vezes?



Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?

Será aquela com quem nos perdemos na Serra da Melancia, lá no sítio do Julinho, entre coivaras e alegrias? Será aquele com quem jantamos uma bela caldeirada de salmão no Perequê, numa noite plena de confissões, de risadas e projetos? Será aquela que me escrevia poesias profundas como se eu realmente as merecesse? Será aquela com quem choramos uma tarde inteira sobre um túmulo em frangalhos? Será aquela que sempre me recebia com flores e carinho em sua casa?



Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?

Será aquele que me fez chorar numa ambulância ao vê-lo todo ensanguentado? Será aquela que me emprestou um livro do Reich pleno de caráter? Será aquele que matava bois quando eu chegava e me recebia como a um rei? Será aquela a quem na minha infância eu chamava, carinhosamente, de trator? Será aquela com quem apostei uma viagem a Paris só para salvá-la de um desastre?



Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?


Será aquela que eu buscava toda noite no cursinho e no trabalho em SP? Será aquela que me visitou no Guarujá, no dia em que ficamos quatro horas conversando ao lado da piscina? Será aquele para quem comprei uma brasília amarela há mais de vinte anos? Será aquela com quem comíamos filé à cubana na Barra Funda, nas horas do almoço? Será aquela cujo ex-marido tentou matar-me por eu tê-la defendido certa vez? Será aquele a quem escrevi um lindo poema, chorando na estrada deserta, logo após tê-lo visitado num hospital do interior? Será aquela que já fez tanto por mim, tão sinceramente?



Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?

Será aquela que várias vezes esteve em minha casa na alameda Barros em São Paulo? Serão aquelas com quem viajávamos, que nem andarilhos românticos, pelo sul de Minas Gerais? Será aquele que trouxe a família toda ao Guarujá, numa ocasião em que abandonei até meu trabalho só para tratá-los melhor? Será aquela que sempre me disse eu te amo? Serão aquelas que um dia me encontraram sozinho numa pensão japonesa na zona do mercado? Será aquela com quem fui ao norte do Paraná atrás de um jagunço que lhe matou o marido a sangue frio? Serão aquelas a quem eu toda noite trazia sorvete de abacate, e lhes dava em silêncio?



Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?

Será aquela a quem dei certa vez uma sandália barata porque eu não tinha mais dinheiro? Será aquela com quem fui ao fórum para tentar, em vão, salvá-la de um casamento horroroso? Será aquela que fotografei no dia da morte do nosso pai, pequenininha? Será aquele com quem ficamos conversando sobre a liberdade, ao lado de uma cachoeira em São Francisco? Será aquela que me convidava para jantar todo dia em sua casa no Ibirapuera? Será aquela com quem viajávamos livremente pela vida? Será aquela que agora mesmo deve estar muito triste, pensando no que fez?



Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?

Será aquele a quem certa vez escrevi um poema de amor, e que foi publicado em jornal? Será aquela que me deu uma delicada camisa branca? Será aquele cujo e-mail sincero me levou às lágrimas ontem à noite? Será aquela com quem jantávamos, sempre alegres, num restaurante chinês de Perdizes? Será aquele que ficou louco por ser sensível demais? Será aquela que vivia por trás do muro de Berlim, numa casinha de madeira deliciosa, onde conversávamos ao sol da meia-tarde? Será aquela que ainda hoje me abraça dançando toda vez que me encontra?



Qual será dos meus irmãos aquele que não quer que eu fale mais com minha Mãe?







Esse poema acima foi escrito há mais de vinte anos, em 31.01.2004, depois que o telefone da minha Mãe foi maldosamente trocado (pelas minhas irmãs) sem que Ela tivesse sido sequer avisada a respeito disso. O motivo delas era torpe. Eu telefonava para minha Mãe todos os domingos, ao meio-dia em ponto, desde 1994. E conversávamos amorosamente, sempre. Todos os domingos! E esse nosso amor, é claro, gerava nelas um ciúme enorme...
  





Relendo hoje, 07.09.2025, entre os hibiscos florescendo, no maravilhoso quintal da Casa Azul, só pra dizer que eu venci. De novo.



E continuo falando com minha Mãe. 










O projeto da Capela da Mãe na parede da Casa Azul






3.9.25

A Vida tem dois caminhos



Ou você segue o caminho da Tristeza,
arma-se de medo e de falsas alegrias,
arma-se de angústia, fecha os olhos, se acomoda,
e segue o rebanho dos que não sabem;
obedece a regras injustas, não reage, não questiona,
não se aprimora, não lê, não significa,
nem percebe o absurdo em que se mete.
Vende a própria natureza
por duas ou três moedas de aço,
troca a inocência pela responsabilidade apressada,
torna-se respeitável aos olhos da sociedade,
cumpre horários, nunca tem tempo,
preocupa-se com coisas banais.
Comerciante das próprias emoções — já não brinca,
vive correndo, ama com pressa,
esquece-se da lua,
e se torna uma pessoa média, mediana, medíocre,
pequena, cansada e normal...


Ou você escolhe o caminho da Ousadia,
compreende, se aprofunda, vai mais longe, realiza,
respeita o ser humano que existe em você mesmo,
resgata a própria vida e o sorriso,
rompe de vez com o passado agonizante,
procura defender a verdade, a justiça e a poesia,
acorda e assopra o fogo da alma que dormia,
cavalga o cavalo negro, cego e alado
das paixões gostosas e sublimes,
enche o peito de coragem, corações e relâmpagos,
acende de novo esse vulcão que é o teu corpo,
deixa a própria cabeça plena de agora,
de ternura e de vertigem,
e parte em busca de Aventura, de Amor e Liberdade.


É uma simples questão de escolha.


Qual é o teu caminho? 






1.9.25

Jesus e Suas Metáforas

Tudo era metáfora, tudo era parábola em Jesus. Água em vinho, multiplicação de peixes, pobres de espírito, face esquerda, pão repartido, reino dos céus, ressurreição de Lázaro, mãe virgem, lírios do campo, Sermão da Montanha, Madalena, Marta, Pedro — tudo. Dizem até que a própria vida dele foi uma grande encenação. Não importa: Jesus é um dos meus maiores heróis, um mestre absoluto. Compreendo agora suas metáforas geniais e deliciosas. Dia desses vou convidá-Lo para um vinho aqui comigo. Cabernet Sauvignon, produzido com água benta...


Veja aqui meu livro 


31.8.25

Sonhos



Quanto tempo você acha que ainda vai viver?

Click no link acima para ver a resposta.


Quantas vezes você hoje meditou sobre a Vida?
Quantos minutos você hoje caminhou sem pressa?
Quanto tempo hoje você acariciou teu corpo e tua alma?
Quais os alimentos saudáveis que você vai comer hoje?
Tem seguido o que te pede o teu próprio coração?
Quanta gostosura existe nos teus atuais relacionamentos?
Quantas pessoas você hoje abraçou de verdade?
Quando foi o teu último grande êxtase?
Quantas vezes você hoje ajudou alguém?
Hoje, quais as coisas boas que você já fez ou vai fazer?
Terá tempo de contemplar a lua e as estrelas?
Como anda o teu Planejamento Estratégico Pessoal?
Quantos anos você supõe que ainda vai viver?
Como vai a tua própria Liberdade?
Quais são os teus Sonhos?

Eis a questão fundamental.



Em todos os Sentidos.



Eis uma verdade incontestável: todos os grandes mestres — quer religiosos ou não — desde os primórdios da História da Humanidade, nos dizem que o apego é a doença mais grave que pode acometer um ser humano. Olhai os lírios do campo e os pássaros do céu, dizia um deles...
(...)


Aqui vou criar o novo Jardim de Epicuro.


Click na imagens para ver detalhes

Novo livro meu a ser lançado em Setembro de 2025.



O que eu escrevo é para ser lido sem pressa. O que eu escrevo é para se ler no ônibus, no metrô, no táxi, no avião, na Rodoviária. No banheiro... No hotel. Na cama. No café da manhã. Na praia, no parque, no quintal. No colo amoroso de um grande amor. O que eu escrevo é para ser lido num domingo à noite. É para ser lido na viagem. O que eu escrevo é para ser lido na Vida. Calmamente. Sem pressa.


Experimente-me.
Click acima para ler o poema Mude.




30.8.25

Oziel e Guilherme, meus amigos.

Ontem à noite a caminho do Sul e nos braços abertos de Deus eu conheci Oziel. Tudo por Acaso. O pneu de aço da minha carroça furou, e eu passei a precisar de ajuda. Deus então nos olhou lá cima e falou. Vai lá, Oziel, e dê uma carona para esse poeta do Norte. Assim, junto com seu filho amoroso Guilherme, Oziel, por duzentos e dez quilômetros, sem pressa, me levou até os portões seguros da Casa Azul, e me entregou, são e salvo, nos braços alegres da minha Mãe.









Minha Mãe está olhando tudo isso, e sorrindo.

28.8.25

Da minha ideia 684 à 1.339

Eu já estou tomando providências (biológicas, psicológicas, técnicas, jurídicas, emocionais, financeiras, amorosas e espirituais) para congelar meu cérebro no dia da minha morte, que suponho possa ocorrer a qualquer momento — a partir de 2085. Ou seja, daqui aproximadamente sessenta e sete anos.


Esta foi minha ideia 684, em julho de 2018. Com base nela, e acordando agora no delicioso Itararé Hotel, com uma algazarra de bem-te-vis, acabo de ter a ideia 723. Criar um escritório de advocacia (na verdade um Complexo Jurídico) chamado Minha Morte, Minha Vida. Que vai cuidar, inclusive, das questões jurídicas, legais e econômicas do inventário, testamentos, atendimento psicológico e espiritual aos herdeiros, logística da transição, etc.


Esse Mercado é enorme.



Mas uma das minhas ideias que eu mais gosto é esta.







Com base na minha ideia 152 (Franquia Reversa), pretendo criar dez escritórios (de advocacia, contabilidade, imobiliárias, etc.) em dez cidades diferentes, por volta de Abril de 2026.

A Matriz (Unidade 001) será em São Paulo. 

A Unidade 002 será no Guarujá.

Talvez incluir Consultoria, Assessoria e Administração Agropecuária e também no ramo de Madeiras.

Depois, ampliar o projeto para lojas, bares, restaurantes, pizzarias, salões de beleza e estética.

E empresas de construção civil, além de Portaria e Limpeza e Segurança Patrimonial.


Itararé. Minha ideia 1196. 28.04.21.

A propósito, em 07.11.23, Guarujá, eu tive minha ideia 1300.




Com apoio Financeiro de:




2025

2025. Este é o melhor ano da minha vida. Mas não aconteceu por acaso. Foi preciso eu tomar uma atitude radical. Foi preciso dar um pontapé nas circunstâncias opressoras que teimavam em prender-me. Foi preciso saltar profundo. E eu saltei. Por tudo isso, acabo de me lembrando de um poema que escrevi no meu livro Manual da Separação. Acho que está na página 192. É este:

Se não for agora, quando?

Tem hora de parar — e tem hora de partir,
tem hora de permanecer quieto e calado num canto,
e tem hora de cantar e de voar.
Agora,
agora não é hora de dobrar as asas,
nem de calar a voz,
nem de catar gravetos para fazer o ninho.
Agora não é hora de sentir remorsos,
nem de buscar consolo, nem de caiar o túmulo.

Agora que estou na beirada,
bêbado de alegria — pronto para o salto,
não me segure em nome de nada.
Não queira impedir-me dizendo que é muito cedo,
ou que é muito tarde,
ou que está escuro, é perigoso, muito alto,
muito fundo, muito longe...

Não!

Se você não puder incentivar-me para o salto,
ou até mesmo empurrar-me com amor em direção à Vida,
não me prenda, não me amarre.
Não envenene com teu medo a minha dança.
Seja só uma testemunha silenciosa desta vertigem.
Porque agora,
agora é hora de voar.
Agora é hora de abrir-me a todas as possibilidades.

E voar um voo livre e sem destino para dentro de mim mesmo!


Viver é uma delícia!





27.8.25

As meninas do Arouche

Duas meninas dormindo.

Nesta noite de chuva, 21h, perto do Largo Arouche, em São Paulo, uma menina dorme na rua. Ao seu lado, quase acordando, uma criança de plástico. A mais velha tem um anel. 


Será que jantaram?




Era dia 11.02.2010. 21h13. E eu estava passando por ali, a pé, com minha mala preta nos ombros, em direção à casa da Regina, na Angélica. A mesma mala preta que eu tenho até hoje. Está meio esgarçada e quebrou um zíper.  Aliás, hoje em SP eu comprei uma mala nova, bonita, de couro. Mas não vou abandonar a velha nunca!

26.8.25

Onde estão aqueles sonhos todos ?

JÁ ESTAMOS NO FIM DO ANO... E você continua aí, do mesmo jeito, andando pelas mesmas ruas, girando as mesmas chaves para abrir as mesmas portas? Sentado nas mesmas cadeiras, ao lado das mesmas mesas, fazendo sempre as mesmas coisas? Com os mesmos amigos, os mesmos amores, a mesma visão do mundo? Com os mesmos medos e preconceitos? Abraçando as mesmas pessoas, tocando os mesmos corpos, com o mesmo jeito, os mesmos toques, e o mesmo estilo? A mesma instável estabilidade? Repetindo a mesma angustiante rotina? 




Onde está a coragem de mudar, a coragem de criar? Onde aquele entusiasmo e aquela ousadia de outrora? Onde aquela gostosura tão buscada? 

Onde estão aqueles sonhos todos?




24.8.25

O que é ferramental teórico ?

👆

Este foi um áudio que gravei nesta tarde de domingo. Comecei a pensar em certas pessoas que eu conheço, considerando a história delas, e o seu sucesso já existente, inclusive na área profissional, empresarial, financeira, amorosa, intelectual, etc.

Minha ideia, basicamente, é que, se uma determinada pessoa (de direita), já tivesse sido capaz de usar, desde o início das suas atividades, o ferramental teórico da esquerda, estaria certamente MUITO MELHOR do que está hoje.

Suponho.

Por exemplo, um grande vendedor, se pensar com as ferramentas intelectuais de convencimento da esquerda, venderia talvez o dobro!

É uma tese filosófica minha sobre a qual estou pensando hoje (provisória e discutível, é claro), e que precisa também de um profundo refinamento estrutural. Depois trago aqui mais detalhes.

❤️


🌷



23.8.25

Amar de verdade

MEU CONCEITO DE AMOR


Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.


Amar é permitir sempre. Amar é deixar que o outro vá – ou que fique, se assim o desejar. Amar é ter um respeito absoluto pela própria liberdade e pela liberdade do outro. Amar é compreender sempre. E isso não significa apenas entendimento racional, vai além, muito além: Amar é reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas. Mesmo que essas escolhas eventualmente me excluam.


Mas, se amar significa "reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas" — como eu sempre digo — será que nessa colocação pode estar implícito que devo aceitar as idéias do outro, todas, mesmo as absurdas, e incorporá-las como se fossem minhas, se ele assim o desejar?
Claro que não.
Isto seria uma violência.
Cada um de nós tem um sistema de valores.
Mesmo que seja em nome do amor, a submissão é um horror.

Portanto, amar não significa aceitar todas as escolhas que o outro fizer, mas sim apenas aquelas que não impliquem uma supressão da nossa liberdade pessoal. Porque falta de liberdade causa uma dor imensa. E se causa dor, não é amor. Portanto, se uma determinada escolha feita pelo outro, que diz me amar, contraditoriamente cerceia minha liberdade, ou violenta minha dignidade, me sufoca ou atormenta — então essa escolha me faz mal, e deve ser rechaçada imediatamente, com determinação. Jamais devemos compactuar com quem nos fere ou nos amputa. Sem essa de beijar o carrasco em nome do amor...

Sem liberdade a vida morre.

Amar de verdade é jamais ter ciúmes, nem medo de perder. Amar é não forçar nada, nem sequer um beijo. Amar é não fazer perguntas desnecessárias ou indiscretas — muito menos na hora errada. Amar é deixar fluir a relação em todos os sentidos. É incentivar o voo livre que o outro possa estar querendo, e às vezes até mesmo empurrá-lo com ternura para o abismo gostoso do desconhecido profundo. Amar é respeitar com devoção e aplaudir com entusiasmo esse desejo louco de saltar que o outro às vezes tem. (...)


Eu defendo a tese de que o amor deve ser livre. Se não for livre, chame-o de qualquer outro nome — menos de amor. Aliás, é bom perguntar: se o amor não for livre, como será ele, então? Amor preso? Encarcerado? Acorrentado? Será que alguém, com um mínimo de respeito à vida, pode ser contra o amor livre? Sei que esse é um tema complexo, impossível de ser debatido em meia página de um blog. Mas gosto de supor que sinto-me amado, realmente, quando a pessoa que diz me amar pode olhar-me nos olhos e também dizer, do fundo do coração:

Eu te amo quando não preciso mais dizer te amo.
Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
Eu te amo quando respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
Eu te amo quando compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
Eu te amo quando não te sufoco com chiliques ou pressões.
Eu te amo quando ponho afeto entre as nossas distâncias.
Eu te amo quando aplaudo os teus desejos de voar.
Eu te amo quando me convenço de que o ciúme é algo a superar.
Eu te amo quando te ajudo a ser mais livre do que eras quando eu te conheci.
Eu te amo quando a recíproca a tudo isso também é verdadeira.


22.8.25

No meio desse novo caminho

Utopias podem ser úteis à nossa sobrevivência. Quando você estiver quase desistindo, quase morrendo de cansaço e sede, desanimando, uma miragem maravilhosa — embora falsa — pode te dar a força necessária para caminhar um pouco mais, e talvez encontrar, no meio desse novo caminho, uma salvadora, uma poética, deliciosa e refrescante bica d´água.
Que maravilha!





21.8.25

Minha ideia número 1.339

Minhas ideias sobre o que é ser feliz quase sempre assustam, eu sei. Mas são apenas os que as compreendem é que ficam espantados com elas. Os demais só as consideram inaplicáveis. E talvez sejam mesmo, pois o mundo ainda não está pronto para o sublime.


Mesmo assim, em 12.06.2020, eu tive a minha ideia número 1000.

Distribuir o Excedente.




Cinco anos e dois meses depois, 21.08.2025, estou na minha ideia 1.339.

Ou seja, em 62 meses, 339 ideias novas. Uma média de 5,4 ideias por mês.


Mas eu adoro esta minha ideia 1.093.




20.8.25

Jogo sublime

Além da vida e do amor, há um jogo que também me agrada: é aquele que acontece quando trago para a tela do notebook uma poesia que eu já escrevi. E fico jogando com as palavras e o seu sentido. Passo a noite quase toda mexendo com elas, jogando com elas, acariciando-as, beijando-as, lambendo-lhes as partes mais íntimas, amando-as livremente. Mudo-lhes algum sentido, dou-lhes forma nova, pinto-as de azul. Enriqueço rimas em prol do amor, coloco consoantes de apoio, quebro a estrutura da frase, abandono as regras antigas, invento outras mais gostosas, escrevo, apago, escrevo, pinto, sinto e danço. Se por acaso vou ganhando, vibro e quero sempre ganhar mais. E se perco, a cada jogada sublime que faço, maior é o meu ânimo para jogar de novo, recuperar aquilo que perdi. De qualquer forma, passo a noite toda jogando, em todos os sentidos. Vem a madrugada e já começo a brilhar, metáfora de Lux. Então, exaustos de tanto amor, os dois nos vencemos: o poema ganhou de mim, e eu com certeza o venci.


 

Aula de Mandarim número 305.

Meu projeto para ensinar/aprender mandarim de modo brilhante chama-se Walking Shinese.

18.8.25

As quaro coisas

Eu hoje te desejo as quatro coisas mais importantes do mundo: Tempo, Amor e Liberdade — e uma saúde inabalável!


E o meu conceito de Saúde vai muito além do corpo meramente físico. Não basta ter um corpo em forma, com tudo funcionando bem. Não basta ter o cérebro e os rins, o coração e as glândulas, as artérias e os músculos, o pulmão e o fígado — todos os órgãos, enfim — funcionando bem. É preciso também ter um crescimento emocional, intelectual e, principalmente, espiritual. Aliás, para mim, a Vida de um corpo (qualquer corpo) consiste na presença gloriosa do Espírito. Sem este, aquela se vai.


Mas às vezes me perguntam por que eu defendo como indispensável o crescimento intelectual — além do emocional e do espiritual. Minha resposta: porque a burrice também é uma doença. Tão imperdoável quanto a ira, a gula, o ódio, o ciúme, a inveja, o apego e a maldade. As igrejas costumam chamar essas coisas todas de "pecados", mas para mim são apenas doenças. Curáveis... Plenamente curáveis. Basta que o doente cresça. Emocionalmente, intelectualmente e espiritualmente. Fácil? Não muito. Mas não impossível.


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16.8.25

Mas posso perder a liberdade

Sou livre, mas tão livre, que posso inclusive arranjar a qualquer momento um grande Amor, e me apaixonar tão profunda e deliciosamente — mesmo sabendo que esse processo todo vai depois, contraditoriamente, acabar ameaçando a minha própria liberdade..




14.8.25

Meu Destino

Meu destino é viver na arena, dançando entre leões famintos.

É um perigo, eu sei.

Porém, nos intervalos das lutas, sorrindo, tomo sempre um vinho rouge no gargalo colorido das garrafas de cristal.

Talvez um dia eu acabe até morrendo na arena, quem sabe.

Acontece que, antes de "morrer" na arena, eu VIVO na arena — e isso faz toda a diferença.




Meu coração precisa de sangue, não de capim.



Depois eu conto aqui essa questão das minhas mortes e das três ressurreições.