11.2.25

Quais são os teus sonhos ?



Quanto tempo você acha que ainda vai viver?

Click no link acima para ver a resposta.


Quantas vezes você hoje meditou sobre a Vida?
Quantos minutos você hoje caminhou sem pressa?
Quanto tempo hoje você acariciou teu corpo e tua alma?
Quais os alimentos saudáveis que você vai comer hoje?
Tem seguido o que te pede o teu próprio coração?
Quanta gostosura existe nos teus atuais relacionamentos?
Quantas pessoas você hoje abraçou de verdade?
Quando foi o teu último grande êxtase?
Quantas vezes você hoje ajudou alguém?
Hoje, quais as coisas boas que você já fez ou vai fazer?
Terá tempo de contemplar a lua e as estrelas?
Como anda o teu Planejamento Estratégico Pessoal?
Quantos anos você supõe que ainda vai viver?
Como vai a tua própria Liberdade?
Quais são os teus Sonhos?

Eis a questão fundamental.



Em todos os Sentidos.



Eis uma verdade incontestável: todos os grandes mestres — quer religiosos ou não — desde os primórdios da História da Humanidade, nos dizem que o apego é a doença mais grave que pode acometer um ser humano. Olhai os lírios do campo e os pássaros do céu, dizia um deles...
(...)


Aqui vou criar o novo Jardim de Epicuro.


Click na imagens para ver detalhes

Novo livro meu a ser lançado em Setembro de 2025.



O que eu escrevo é para ser lido sem pressa. O que eu escrevo é para se ler no ônibus, no metrô, no táxi, no avião, na Rodoviária. No banheiro... No hotel. Na cama. No café da manhã. Na praia, no parque, no quintal. No colo amoroso de um grande amor. O que eu escrevo é para ser lido num domingo à noite. É para ser lido na viagem. O que eu escrevo é para ser lido na Vida. Calmamente. Sem pressa.


Experimente-me.
Click acima para ler o poema Mude.




9.2.25

Poema para as Mulheres

MULHERES

Não me bastam os cinco sentidos para perceber-lhes toda a beleza. Não me bastam os cinco sentidos para viver com totalidade o mistério profundo que elas trazem consigo. Eu tenho é que tocá-las, cheirá-las, acariciá-las, penetrar-lhes o sorriso, sentir o seu perfume, beijar-lhes o céu da boca, ouvir suas histórias, transformá-las em deusas. Tenho que dar-lhes o amor que o meu corpo conduz e sustenta-me a alma. O belo amor natural por todas as coisas do mundo. Como espelho de paixões em labareda, tenho que sentir nos seus olhos um raro brilho diamante.

Eu as respeito e as venero — com a graça de um cisne que dança num lago tranqüilo e a ousadia de um touro selvagem recém-despertado. Não lhes faço perguntas, não as pressiono por nada, não lhes tiro a liberdade, não quero mudá-las jamais. Sempre imagino o que estejam sonhando, e pulo de cabeça no sonho delas. Cavalgo o vento para visitar-lhes as razões, as emoções e as loucuras. Como um deus escandaloso e surpreso por sua própria criatura, entro no coração de cada uma delas, deliciosamente, como se entrasse numa pulsante catedral. Mergulho na essência dos seus desejos e cada vez me espanto mais com tanta fantasia. Os cinco sentidos, por não serem precisos, ainda não bastam, e preciso mais do que isso para compreendê-las.

Toda mulher é silenciosa por dentro. A existência pura se manifesta em cada detalhe. Assim na terra como no céu, amar as mulheres é uma experiência religiosa. E eu as amo, fina substância, como deve amar quem ama de verdade — incondicionalmente. Sem ciúmes. Eu amo as morenas, as loiras, as baixinhas, as altas, as lindas, as quase feias. Amo as virtuosas, as magras, as gordinhas, as diabólicas, as tímidas — e até as mentirosas. As iluminadas, as pecadoras, e as santíssimas. Amo as virgens, as pobres, as ricas, as loucas, as muito vivas, as inocentes. As bronzeadas pelo sol, e as branquinhas. As inteligentes — e as nem tanto. Desde que sensíveis, eu amo as jovens, as maduras, as solteiras, as casadas, as separadas. As bem-amadas, e as abandonadas. As livres, e as indecisas. E se me dessem o poder, o tempo e, principalmente, a chance, eu a todas elas daria, todos os dias, um êxtase cósmico, poético e sublime.

Apanharia flores silvestres, tomaria sol com todas elas, todo dia. Andaríamos descalços na areia, contemplaríamos crepúsculos cor de abóbora, jantaríamos à luz de velas, dançaríamos, tomaríamos vinho branco, olharíamos as estrelas. E eu lhes faria poesias de amor. Puro como um anjo, amaria cada uma delas eternamente — uma por vez. Com delicadeza, com doçura, com profundidade, com inocência. Entusiasmado, como se cada uma fosse a única. Como se no mundo inteiro não houvesse mais nada, nem ninguém.

Todas as noites, eu passaria cremes e encantos no seu corpo. Falaria sobre fábulas, contaria histórias românticas, as veria dormir. Ouvindo Beethoven, velaria por um tempo o sono delas, e, de madrugada, antes do sol raiar, antes do primeiro pássaro cantar, as cobriria com o resto de luar que ainda houvesse, e sairia em silêncio. Como um felino lógico, sensual e saciado, deslizaria pelo cetim azul-celeste dos lençóis, saltaria por sobre todas as metáforas — e sorrindo iria embora.

Enfim, se por acaso fosse Deus, eu com certeza não mais ficaria cuidando do universo e dessas outras coisinhas banais. Não ficaria controlando o destino das pessoas, o tempo, os compromissos, a pressa, o caminho dos planetas, a economia, o cotidiano, o infinito, os genes, a Internet, a geografia...    

Não!

Eu somente iria amar as mulheres, como elas merecem — e como nunca foram amadas.


Só isso, definitivamente. Nada mais, nada mais!



Volume 002


Click acima para ver as obras mais recentes.



7.2.25

O destino está na origem

Eu fui gerado sem pressa, na primeira noite enluarada de uma Primavera escandalosa, por dois seres amorosos e amantíssimos, no quarto da frente de uma casinha de madeira ao lado de uma roseira branca, no finzinho de uma rua principal...


Quase debaixo do pé de manga da Vó Vitalina.




Não tinha como dar errado!



O acolchoado florido que minha Mãe me deu em 1994.
Tenho até hoje.

.

6.2.25

Teoria do Acaso

Com base na tese que defendo no livro Teoria do Acaso, só somos o que somos porque fomos o que fomos. O destino não passa de uma inegável sucessão de acasos. A liberdade é sempre condicionada pela base material da existência. Se meu bisavô não tivesse raptado sua amada Vitalina em 1920, eu nem sequer existiria. Se alguém batesse à porta da casa do meu Pai minutos antes de ele transar com minha Mãe no dia em que fui gerado, eu também jamais existiria.


Isso vale inclusive pra você.


E se eu tivesse me casado com o primeiro grande amor da minha vida, certamente não estaria aqui, agora, solteiro — e feliz. Ou talvez meu conceito de felicidade fosse outro, e eu hoje poderia estar mais feliz ainda — e casado. Mas, com base nas estatísticas, e se o casamento é mesmo o túmulo do amor, tivesse casado, eu hoje estaria morto — no sentido figurado, ou de verdade, tanto faz.


Como se vê, o acúmulo das decisões tomadas por nós determina a situação presente. Nesse sentido, se eu mudasse qualquer das decisões que tomei, por menores que fossem, em qualquer momento anterior da minha vida, nada do que vivi após essa decisão teria acontecido como aconteceu. E hoje eu não seria o que sou. Poderia estar melhor ou pior, não importa. O que realmente importa é que toda decisão é crucial. Portanto, reflita bastante sobre as decisões que você estiver tomando hoje. Elas determinarão o teu futuro, necessariamente. E como mudar o passado não é mais possível, tente mudar o futuro. Se o caminho que você hoje percorre pode desembocar na escuridão, tome providências.


Às vezes, na vida da gente, logo ali à frente pode haver uma emboscada. Ou talvez uma porta escancarada para o céu, não se sabe. Mas vale a pena correr o risco.




Você pode ler os capítulos iniciais desse livro AQUI






4.2.25

Meus mamãos


Nenhum dos meus mamãos me compreende. Primogênito, solteiro e sem filhos, amante do vinho, da dança e da música — além de poeta libertário cheio de amores — pareço-lhes um louco. Aliás, a partir do momento em que disserem que me compreendem, estarão eles assumindo, implicitamente, que se deram mal. E essa conclusão, sob todos os bons pontos de vista, é-lhes desesperadamente incômoda. Porque nossas razões são mutuamente excludentes.


Com a cambaleante e honrosa exceção de uma delas (cuja relação até parece razoável, ainda que sem brilho), todos os meus mamãos se deram mal no casamento. Não dá nem pra disfarçar. Logo vemos na cara dos coitados: se foderam todos no grau máximo que a expressão comporta. Eu vivia lhes dizendo, e o demonstrava com minhas atitudes cotidianas: não confundam uma transa eventual com a constituição racional de uma família. Não pensem que todo orgasmo chocho tem necessariamente que gerar uma fruta — ou uma cria. Não se fodam em nome do amor. As relações são passageiras. Tudo se transforma. Não existe amor eterno, etc. etc. etc.


Eu lhes dizia — mas eles fizeram questão de não me ouvir...

3.2.25

Analisando sistemas

Eu costumo olhar para além dos horizontes. Tanto para a esquerda, quanto para a direita, para frente e para trás, para baixo e para cima. Para perto e para longe. Para dentro, e para fora. Especialmente, para dentro e para fora.

Tudo com fundamento na Teoria dos Conjuntos e na Lei das Probabilidades. E na visão macro da Física Quântica e das Lógicas Formal e Dialética.

E com base na minha experiência de mais de quarenta anos em Análise de Sistemas e Estrutura de Projetos, eu agora, com o advento da Tecnologia 5G  (*), começo a aprimorar a visão holística que eu tenho das coisas.

(*) Espero que seja Huawei.



Acabei me estendendo, mas eu só ia te contar que tive hoje (esta madrugada de 07.03.2020) minha ideia 935 (*), que será um Aplicativo integrado para escritórios de advocacia.

Nem preciso dizer que será um App inteligente e revolucionário. Genial. Que todo bom escritório de advocacia, no mundo, gostará de ter.

Quer participar?



Será feito pela Liberdata Uruguay.




Detalhes públicos em: 

S424. 14.03.2020. 04h39.




Atualizando em 07.09.2022. Hoje já estou na ideia 1262.

Nova atualização em 29.09.23, quando eu tive a ideia 1292


Agora vamos para 2025.



Resumindo, desde a ideia 935 - de 07.03.2020 - até a ideia 1323 - de 13.01.2025 - nesses quase cinco anos, foram 388 ideias novas minhas. Nem todas plausíveis, nem todas ainda aplicáveis, mas suponho que umas vinte ou trinta podem ser consideradas geniais. Ausência de modéstia, inclusa...

.

1.2.25

Fome

Acabei de almoçar sozinho aqui na Casa Azul. Uma comida que eu mesmo fiz, amorosamente, logo após ter escrito um texto complexo para um dos meus projetos. E fico aqui pensando: nunca passei fome, em toda minha vida. Considero isto uma bênção. Tive a sorte de poder, junto com meu Pai e minha Mãe, aos 16 anos, abrir um restaurante que ainda hoje existe, e onde eu comia picanhas e filés no almoço e no jantar. Porém, comunista que sou desde que nasci, lembro-me sempre de Knut Hamsun. E preocupo-me com os famintos. Pois a fome é sempre dolorida, suponho.





31.1.25

Revide, corajosamente!

"Se te baterem na face esquerda, ofereça também a direita."
Mateus 5:39.

Dizem que isso é de autoria de Jesus, mas eu não creio. Afinal, Jesus não era um plagiador, e, segundo pesquisa que fiz na internet, essa mesma frase já havia sido dita duas vezes antes dele: por Akhenaton em 1364 a.C e pelo Buda Siddartha Gautama em 564 a.C.
(...)

Mas, como está no Sermão da Montanha — que eu acho uma das coisas mais belas da Bíblia — vamos supor que Jesus tenha realmente dito essa frase absurda.



Oferecer mansamente a face direita a quem te bater na esquerda?!


— Claro que não!

(*)

Eu já dei minha versão a isso em outro local. Qual seja: após te baterem, ofereça o teu OUTRO LADO. O teu lado valente. Teu lado intrépido, arrojado, corajoso.

Dito de outra forma:

— REVIDE A PORRADA !!!

👆




30.1.25

Melancia



Para não ter que humilhar-se catando do chão o que Deus derrubou.


A história é a seguinte:

Eu descia pela Rua São Pedro e vi que estavam vendendo melancia em pedaços no mercadinho do japonês. Entrei, comprei um. Eu adorava. Mas depois, já na rua, antes da primeira mordida, toda a estrutura ruiu. 

E o pedaço se fez mil. 

A calçada, envergonhada e triste, ficou toda vermelha...


Sorte que eu tinha mais dez dinheiros no bolso para comprar outro pedaço. Que em seguida comprei, sem lamentar a perda que eu tive. Minha inteligência emocional já vinha desde aquele tempo.


Estava uma delícia inesquecível.




Mas, cá pra nós:




MudeaVida.com


Um pouco de história.


29.1.25

Desesperando Godot

Esta linda tarde, enquanto tomávamos vinho nos braços eternos de um grande amor, deitados eu e ela, a menina de amarelo, ali no chão da sala, entre as esperanças derramadas no meu colo por Godot, tive um duplo insight. Incorporei o insuperável Samuel Beckett — e comecei a falar... Por isso, com base nele e no seu personagem Malone, quero agora dizer o seguinte:

O tempo que temos aqui na Terra é sempre muito curto para que o percamos com outras coisas além de nós.

Porque não se vive de verdade à espera de um Godot: é preciso que o busquemos dentro do nosso próprio peito, bem no fundo desse Sonho delicioso que agora sonhamos.




Publicação original no Guarujá - Janeiro de 2009.

28.1.25

Os loucos que me inspiram

Eu não me encanto com quem se diz normal. Acabo confiando mais nos loucos, esses que são loucos pra viver e pra dançar, para amar ou escrever. Loucos para serem salvos ou perdidos — tanto faz. São loucos por metáforas. Livres, fascinantes, criativos, desgovernados e parabólicos, querem tudo e querem nada ao mesmo tempo. Esses loucos explodem de alegria, e nunca desanimam nem dizem coisas tediosas. São loucos que nos excitam, elevam, inspiram, e queimam feito velas coloridas fabulosas acesas por relâmpagos em meio a flores e estrelas. São passageiros, como eu, como você. Duram pouco, como Jack Kerouac. Mas brilham — e isso faz toda a diferença.



Texto que escrevi hoje de madrugada, inspirado no Sermão da Montanha e em Jack Kerouac. Entre flores e estrelas, café feito com água benta, pássaros cantando e o amor de minha Mãe no Jardim da Casa Azul


A propósito: não deixe de ver o filme Na Estrada: dirigido por Walter Salles. Baseado no livro On The Road, de Jack Kerouac. Se você ainda não leu esse livro, leia — antes que seja tarde demais.





27.1.25

Aqui é o Céu

Eu detesto relações ordinárias. O que é comum tem um poder impressionante de jamais me impressionar. Eu gosto é de êxtase. Eu gosto de alegria, de sonhos, de encantos profundos. Eu gosto de companhias brilhantes. De pessoas amáveis — que vibrem a todo momento, como se a todo momento fizessem amor. Como se aqui fosse o céu... Porque aqui é o Céu.





Eu hoje sugiro que você acesse o site

Onde estou escrevendo sobre a Teoria do Acaso.


A vida é uma aventura extraordinária.



Meu poema Mude no comercial da Fiat.


25.1.25

Crescimento intelectual

Numa discussão racional sempre sou flexível. Se os argumentos de um suposto adversário forem melhores do que os meus, seria burrice não admitir tais fatos. Aliás, admitindo-os, eu amplio meu sistema de informações. De certo modo, fico ainda mais inteligente, pois acabo incorporando ao meu repertório algumas informações ou conclusões que eu antes não tinha.


Além de demonstrar elegância intelectual com tal atitude, fico até melhor preparado para os futuros embates — com esse mesmo citado suposto adversário ou com eventuais outros..

Será que você pode concordar com esse meu  critério relacional?












Abaixo a canequinha de lata.









Não devemos ficar muito impressionados com uma ideia, só porque ela é nossa. Toda hipótese boa não passa de um pequeno passo no caminho do verdadeiro conhecimento. O que temos que perguntar, sempre, é por que uma determinada ideia nos agrada tanto. Temos obrigação intelectual de compará-la, imparcialmente, com as alternativas. É bom verificarmos se é possível encontrar razões que a invalidem. Aliás, essa verificação é fundamental. Porque, se não fizermos isso, outros certamente o farão — e nós poderemos ser inclusive ridicularizados. Nossa reputação intelectual pode ir para o ralo... O que nos deve interessar, portanto, antes de tudo, é a verdade, e não o nosso apego inabalável a certas conclusões que adoramos.

24.1.25

ÚNICA - Usina Nuclear




Tem dias em que eu contemporizo. Viro um mediador da realidade. Até penso em consertar algumas coisas, embora sabendo que melhor seria talvez desarrumar todas elas de uma vez. 

Na verdade, eu devia mesmo era realçar essa anarquia deliciosa que me abraça louca, buscar mais harmonia bonita no desarranjo puro, na inconsequência dançante, no abismo alado absoluto. 

Desestabilizar esse caos filoerótico que já está ficando íntimo demais. Pôr um pouco mais de dúvidas e flores nas certezas cotidianas. Criar outras loucuras e alegrias, mais doçuras e outros riscos, mais sol, deslumbramentos. E tornar-me desnecessário para todos, para tudo — e para sempre.

E para mim.


Mas tudo de modo amoroso e sem perder a ternura jamais.





A propósito, hoje estou cuidando da

ÚNICA

Usina Nuclear de Ideias e Conceitos Avançados.


















A vida é uma aventura extraordinária.



Meu poema Mude no comercial da Fiat.







E o pé de pitanga está lindo.
Foto feita em 10.10.23.

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22.1.25

Deus Energia Iracy

Hoje acordei de manhã, esparramado na sala depois de ver o começo de um filme, e havia uma Mulher me acariciando, emoldurada, pertinho do meio copo de vinho vermelho caído no chão que esqueci de tomar, entusiasmada, segurando uma bacia de girassóis. Essa Mulher, que nunca vi triste, que incentivou sempre todos os meus amores, me inspira suspirando, me aceita como sou — e me diz, toda hora, que o verdadeiro amor é a união de duas espontaneidades, a fusão desgovernada de dois devaneios. Me ama, eu sei, mas antes de me amar, sei que ama o infinito absoluto onde eu danço as minhas próprias escolhas profundas


Desde que nasci, essa mulher me alimenta de leite, amor, vitaminas, desapego, matemática, feijão, arroz e liberdade. Achava melhor ensinar-me a ser homem do que pregar-me um botão. Toda noite me contava histórias pra que eu não dormisse. Cantava o Kyrie Eleison como se fosse uma canção de ninar pelo avesso. Jamais quebrou as lanças da minha ousadia, nem pensou em cortar-me as asas de pássaro livre. Ainda me ampara com firmeza, sustenta-me a alma e me aplaude as loucuras. 




Mil quilômetros nos separam hoje, mas sei que Ela me ama da única forma que uma mãe ama seu filho: incondicionalmente. A recíproca também é verdadeira. Então dou um beijo na boca da foto, me viro de lado e volto a ver Kurosawa. Quero sonhar com Van Gogh de novo. E, porque sou produto escandaloso de uma deliciosa mitologia grega, sonharei com Freud também, naturalmente.





O texto acima eu escrevi em 2005, numa manhã ensolarada de domingo, no Guarujá, quando acordei e vi uma foto Dela ao meu lado, num quadrinho de moldura dourada:

20.1.25

Minhas ins-pirações

Ideias nascem na minha cabeça como fossem cabelos. Às vezes lisas, outras vezes enroladas, em cachos, negras, loiras, caracóis. Tenho que penteá-las, faço luzes, dou-lhes brilho, corto as pontas. Algumas são aranhas, delirantes, apressadas; outras, sementes, delicadas, viram trigo, ouro em nuvens, brancas, loucas, prateadas. Diferentes entre si, são multicores, quase sempre. Todas verdes, entretanto. Mas não quero que amadureçam... Em verdade, quero é torná-las ainda mais verdes, mais puras, mais viçosas, mais crianças — mais inocentes. Mais fáceis de serem pensadas e sentidas. E portanto mais belas e velozes, para que se transmitam galopantes nesse louco cavalo alado chamado Amor.


Às vezes, eu chego a pensar que já não mais escreverei coisas novas. Mas, logo em seguida, inspirado por amantes deliciosas em noites de luar escandaloso, inspirado por vinho, flores e estrelas e abraçado à liberdade absoluta — outras mil ideias luminosas fervilham na minha cabeça flamejante. No coração, metáforas pululam docemente como rãs embriagadas de néctar; nos meus olhos, imagens dançam coreografias maravilhosas criadas por Deus. E de minhas línguas e seus versos nascem palavras grávidas de encantos que se dão à luz. Então, escrevo. Escrevo, danço, pinto e bordo...







Em 12.06.2020 eu tive minha ideia número 1.000. Em 22 de fevereiro de 2023, na madrugada, em sonho, eu tive minha ideia 1.271. A partir de uma jaqueta de couro inteligente. Em 18.10.23 eu tive minha ideia 1296 - Força Lógica. Em 02.02.24 eu estava na minha ideia 1302 - TriUber. E hoje, 20.01.25, estou na ideia 1.323.



Resumindo. De 12.06.2020 até hoje eu tive 323 ideias novas.




AQUI.


18.1.25

Jó perdeu quase tudo

O Livro de Jó


Jó havia perdido tudo: a esposa e as amantes, o gado, os filhos, a lavoura e as empresas. Perdeu seus camelos, suas tendas e colares. As carroças conversíveis e os cartões de crédito. Seu mundo começou a ruir. E Deus ainda teve a maldade de cobri-lo com lepra da cabeça aos pés. Jó ficou sem a casa e o jardim, sem o churrasco e a cerveja, sem a música, sem champagne, sem morangos. Na miséria mais absoluta. Sem café e sem Drambuie...

Seus amigos — como sempre acontece! — desapareceram. Até seus irmãos o desprezaram.

Jó perdeu tudo, mas não perdeu a autoconfiança. Perdeu tudo, menos a fé — que era exatamente o que Satanás queria que ele perdesse.

Você sabe da história: Deus apostou com Satanás. Aliás, segundo a Bíblia, essa foi a única aposta que Deus já fez em toda sua vida. Então a esposa de Jó, ciumenta, pede-lhe que amaldiçoe Deus — e que morra. Como você vê, já naquela época o casamento acabava em pancadaria. Depois, ainda chegam três amigos que ficam sete dias e sete noites reclamando no ouvido de Jó. Visita de sete dias é um horror; amigo reclamando, então, nem se fala. E Jó, mesmo assim, não amaldiçoou Deus, não — de jeito nenhum.

Mas quando ficou de saco cheio daquela situação, resolveu agir, decidiu confrontar Deus. Subiu ao topo da montanha mais alta que havia naquelas bandas, e gritou: "Deus, o senhor tá me fodendo, mas eu nunca pequei, não mereço passar por isto. Sou inocente!"

E Jó louva Deus.

E Deus então fala com Jó através de um trovão. Deus usa metáforas, você sabe. Às vezes metáforas ribombantes... Deus manda sinais — e não é todo mundo que os entende. Deus não fala português. A presença de Deus impressiona Jó, mas Deus não lhe dá as respostas que ele queria. Deus usa uma linguagem poética, e lhe pergunta: "Jó, onde o caminho da morada de quem engendra a geada do meu céu?"

Jó fica pensando. E mesmo sem ouvir as respostas que buscava, Jó tem um insight. Jó se transforma espiritualmente, se arrepende, aceita o seu destino, aceita as suas dores. A sua sina. A sua cruz.

Então Deus começa a devolver tudo o que Jó havia perdido: os camelos, as amantes, as tendas, os cartões de crédito, a saúde, as carroças conversíveis, a alegria de viver — e até mesmo o celular e os licores. Mas quando chegou a vez da esposa, Jó gritou: "Essa, não, meu Senhor. Essa não!"


E Jó voltou a viver — cheio de graça e alegria.
E dormindo sozinho numa casa de casal.
Dizem que chegou aos 140 anos...
Feliz da Vida!




O Livro de Jó é radical.

Portanto, antes que a nossa hora chegue, eu gostaria que você pensasse um pouco mais no Livro de Jó. Na aposta de Deus com Satanás — esse duelo de titãs. Como é que foi parar na Bíblia essa grande obra literária? A principal questão do livro de Jó, filosoficamente, é esta: Qual a razão do sofrimento humano? É bom lembrar que estávamos no ano 400 antes de Cristo, mais ou menos. E o autor dessa história ninguém sabe quem foi. Mas era um gênio da literatura, o Shakespeare da Bíblia. Fosse hoje, teria criado um blog chamado Mude a Vida.


Edson Marques.
Minha respeitosa versão.
Do meu livro Solidão a Mil – página 352.






Uma Crítica - Por Felipe Fanuel

Salve!

É com bastante alegria que leio esse texto. Muita coisa interessante! Suas leituras revelam sempre um lado desconhecido de qualquer hermenêutica: a sensibilidade poética de ler detalhes, perceptíveis apenas por gênios que sentem a vida antes de serem sentidos por ela. Essa idiossincrasia nos insere no seu mundo, literário por essência, porque você quer ver a realidade do jeito que ela é, não como um meio, tampouco como um fim, mas como ela é, como vida. É por isso que seu blog nos faz pensar, nos incomoda, faz-nos ridículos diante da tela, provoca problema de vista. (Na vida real, a gente vê uma cadeira e acha que é para sentar, ponto. Aqui você pinta a cadeira e diz que ela é só cadeira, nada mais, pois a sua condição é ser cadeira.)

Sabe. Seu comentário de Jó mostra uma aproximação extremamente radical com a narrativa. Na verdade, você constrói uma outra narrativa a partir da narrativa. Que se dane o Jó histórico (ele existiu?), você quer o Jó literário! Aquele Jó parecido com muita gente hoje: tinha tudo, hoje tem nada. Personagem arquetípico é, portanto, já que não há sociedade onde não se prega a consciência de que quem tem muito deve-se cuidar para não ficar na lama. A aposta divina com o cão merece um romance. Aí tem coisa! Vale a pena botar a pena no papel. De quebra, a sua aplicação filosófica do livro no final denuncia uma quedinha sensível (que há muito eu já desconfiava) pela ontologia. Afinal, a pergunta "qual a razão do sofrimento humano?" já está repleta de respostas. O autor do Livro de Jó seria mais insolente. Sua ontologia é mais confrontativa do que questionadora. Sua ontologia é mitológica. Religiosa, diríamos apressados. Mas esquecemos que no mito, na resposta, já está a pergunta existencial profunda, do mesmo jeito que hoje, na pergunta, já está a resposta.





15.1.25

Calçadas do Brasil

Planejamento cuidadoso, disciplina absoluta e flexibilidade conceitual. Sócios brilhantes, capital de sobra, e um excelente sistema de informações. Marketing eficiente, prospecção de mercado, intensa captação de clientes, competência operacional, e boa estrutura administrativa. Comunicação constante. Parceiros confiáveis. Ampla terceirização. E uma rotina de pós-venda de primeira classe. Eis os fundamentos para o sucesso de uma empresa que certamente será grande.







Click acima para ver fotos de 30.08.23.





Almoço que fiz hoje.



Talharim Bonalle, com picanha suína, alho cozido, champignon e cebolinha, tudo sob uma torre generosa de parmesão ralado.






Quase 600 páginas, encadernadas com entusiasmo.


Mas tem dias que eu tento conter este divino coração que salta profundo de mim, e que me beija dançando de dentro pra fora. Amantíssimo, poético, livre — e meu: eis o meu coração, meu amor: escancarado em teus braços... Porque em mim agora não existem outras estações. A primavera toda cresce dentro do meu peito, e as flores já não murcham mais. Sou um trem desgovernado em direção ao interior. Zen, vazio de tudo mas cheio de graça, com seu louco motivo e doce razão. E o apito sinuoso que se ouve daqui, reto, respeitoso, se curva.


Também não quero que me considerem muito original: eu apenas repito o que me dizem os pássaros livres no quintal azul da minha Mãe. Transformo em português, literalmente, os cantos que eles cantam para mim. E repito-os para que vocês possam ouvi-los de verdade em nossa língua. Às vezes, quando chove chuva e o canto deles vem molhado, limpo um pouco o seu trinado, acrescento algumas notas, pinto-as de vermelho, reescrevo a melodia. E transformo o bem-te-vi em bem-te-vejo. O beija-flor em minha estrela. O pardal em perdão, o tiziu em tesão. E abro todas as gaiolas.



Todos os dias.















Para fazer as minhas obras, eu às vezes me inspiro em Miró, outras vezes em DaliNiemeyerFrank Gehry, e também em Gaudí e Calatrava.


Mas, no fundo, sou apenas um poeta.