14.6.25

Nortesul e Calçadas do Brasil

 Antes eu era um vendedor de ideias.




Veja o Projeto revolucionário que, como criador e Diretor de Arte da Construtora NorteSul, desenhei para o quinto dos onze prédios de um Conjunto Residencial, na cidade de São Vicente, SP. Levemente inspirado em Gaudí, com cerâmicas Portobello, 9.5 x 9.5. /// Depois eu publico aqui as fotos dos outros quatro prédios anteriores, e explico como foi que concebi a ideia gráfica do revestimento. Pena que o Santiago Calatrava não pôde me ajudar...



Estas paredes não são virtuais: estão prontas e lindas. Desenhadas por mim, ao som de Vangelis e tomando Lambrusco. Fotografei com uma máquina simples, digital, foco automático. Se quiser ver detalhes, dê um click sobre a foto. E lá também havia uma Rose....


No fundo,
 sou apenas um pedreiro inspirado e parabólico... Mas, talvez em 2025, vou fazer pós-graduação em Arquitetura. Só para poder frequentar o escritório do Calatrava, lá em Valencia. Ou em Nova York, tanto faz.


Mas agora estou finalizando o projeto de uma casa para mim, cuja ideia básica eu desenhei num guardanapo de papel no Restaurante Brahma em SP, em 12.10.2010. Quatro dias antes, já havia tido um vislumbre da ideia em Santos, na Kopenhagen. Veja detalhes no link acima.


A seguir uma homenagem aos 7 haitianos que trabalham conosco
Eles adoram almoçar todos os dias na Praça de Alimentação do Shopping West Plaza, que fica em frente às nossas obras nos Condomínios Milano e Torino, Avenida Francisco Matarazzo, São Paulo.




Nada de verdadeiramente grandioso foi criado até hoje na história da Humanidade — sem paixão, ousadia e liberdade!

13.6.25

Razões para sorrir


Não espere a próxima primavera
para sentir o perfume de todas as flores.



Amanhã pode ser tarde demais.

Há oito dias ele estava assim, viçoso.









Razões para chorar. 

Eu acredito sempre na supremacia da ternura. Escrevi esta frase na página 4 de um livro de Erich Fromm, onde ele analisa a Antígona de Sófocles. Eu a escrevi num momento de silêncio após ter almoçado uma deliciosa comida-surpresa, no Pedra Baiana. Coloquei açúcar hoje na salada e temperei com vinho. Me acham louco, também por coisas assim. Eu estava me lembrando de como os infelizes têm certas dificuldades de raciocinar com lógica, quando fui interrompido pelo dono do restaurante, que veio me cumprimentar, todo sorridente. O cozinheiro já tinha vindo antes, e os três garçons também. Não sei o que eles veem em mim. Talvez gostem de poesia ou talvez saibam que eu amo Henry Miller. Não sei. Mas eles são simpáticos e competentes. Leio mais um pouco, pago a conta, me dão balas, vou embora. O carro estava na sombra, felizmente. Resolvo então passar no Pão de Açúcar da Presidente Wilson. Escolho um vinho diferente, duas garrafas, só para experimentar; guaraná Antarctica, um leite Parmalat premium, um pedacinho de queijo, duas mangas. E entro na fila, cantando por dentro. Divagando...  

Será que vou à praia agora? Vejo um dvd do Sammy Davis Jr na gôndola ao lado e me lembro do meu Pai, que gostava dele. A menina do caixa tem os olhos lindos. E os lábios dela, parecem da Angelina Jolie. Bem que eu beijaria... Alguém me liga, convidando pra jantar. Atendo e desligo. Não posso: tenho que terminar o desenho daquele projeto. Nossa, já são quase três horas! Acho que vou subir à piscina primeiro. Tomara que aquela gostosinha de Piracicaba esteja hoje lá de novo. Me lembro de algumas cenas do filme A Filha de Ryan, que vi de madrugada. Olha, que loira linda ali, escolhendo melancias... Acho que vou... 


Eis que acontece um insight: Na fila, logo atrás de mim, dois rapazes contam suas moedinhas... Meu mundo vira de ponta-cabeça na hora! Um deles trazia quatro salsichas num saquinho transparente. Será que vai dar, o mais novo perguntou. E o outro recontou as moedinhas, uma por uma. Acho que vai, responde, apreensivo. Duas lágrimas rolam dos meus olhos e eu tento disfarçar. Um monte delas caem de novo agora enquanto escrevo isto. Meu Deus: como pode nossa sociedade ainda produzir cenas como essa? Tanta complexidade só para comprar quatro salsichas?! Tanta dor e tanto sofrimento por causa de noventa e quatro centavos?! Tanta humilhação só para se matar a fome?! E meu coração me diz que devemos fazer alguma coisa... Então, peço-lhes, gentilmente, que passem à minha frente, e o que faço depois não é preciso contar aqui.


Isto aconteceu no dia 10 de janeiro de 2008, quando eu estava fazendo uma obra em São Vicente, SP, no Condomínio Brasil Colonial, e, além do Guarujá, morava também no Flat Paladium.










12.6.25

Dia dos Namorados


Neste Dia dos Namorados eu quero que você faça esta profunda Declaração de Amor ao teu Amor.

E que ouça dele a mesma coisa, talvez em outros termos — mas com a mesma gostosura:


Eu te amo quando não preciso mais dizer te amo.

Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
Eu te amo quando respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
Eu te amo quando compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
Eu te amo quando não te sufoco com chiliques ou pressões.
Eu te amo quando ponho afeto entre as nossas distâncias.
Eu te amo quando aplaudo os teus desejos de voar.
Eu te amo quando me convenço de que o ciúme é algo a superar.
Eu te amo quando te ajudo a ser mais livre do que eras quando eu te conheci.
E eu me amo quando a recíproca a tudo isso também é verdadeira.

Eu Me Amo!


Meus presentes amorosos no Jardim da Casa Azul.



 

10.6.25

Estratégias de Deus

Começo a supor que existam estratégias inconscientes pessoais inexplicáveis. Montadas à nossa revelia, escapam da nossa compreensão primária, imediata. São racionais, logicamente, posto que originadas no cérebro, embora delas não tenhamos consciência. Entretanto, talvez não tenham origem no cérebro, mas, sim, sejam lá colocadas pelos Assessores de Deus (*), em mais um capítulo do Seu Grande Projeto... Preciso pensar um pouco mais sobre esse tema. Inclusive sobre o papel fundamental do Inconsciente nas determinações da Consciência.





(*) Isto, claro, é só uma metáfora.

9.6.25

Tudo que existe

Click na imagem para ver minha biografia.

Foto que fiz de uma carroça conversível que estava estacionada em frente ao boteco do meu Pai, com uma máquina fotográfica Kodak, comprada por reembolso postal. Eu tinha 11 anos, e já era um Cartier-Bresson.



Tudo que existe no mundo — existe duas vezes : primeiro, na cabeça do Criador. Toda mudança tem que antes ser sonhada. A realidade só se transforma de verdade, na prática, depois que transformou-se em teoria. Primeiro no cérebro — depois, no mundo. Sem sonho e sem loucura inteligente, nada de concreto se produz. Nem sorvete, nem avião, computador, arranha-céu. Nem igreja, nem poesia, nem romance, nem boteco, nem Calçadas do Brasil.


Os inventores, os poetas, os artistas, os cantores, e os sonhadores empreendedores — são todos visionários. Einstein, Jesus Cristo, Picasso, Buda, Galileu, John Lennon, Espinosa, Niemeyer e o dono do boteco ali da esquina: um bando de malucos. Se dependesse apenas dos normais, ainda andaríamos de carroça. Talvez nem mesmo de carroça, pois a roda foi criada por um louco... Sem fantasia e liberdade não se encanta o cotidiano. A imaginação descontrolada é que dá cor e vida ao mundo livre. Por isso é que a Loucura Criativa é necessária, desejada — e tão temida.



Volume 001.


8.6.25

Capela da Mãe




 Teste  Casa 1925 da Rua 15.









Capela de Nossa Senhora de Iracy

Minha ideia 469.

Esboço da Capela que vou construir no jardim da minha Mãe. Lembrem-se de Arquimedes, quando disse: "Deem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu levantarei o mundo". Só agora eu vejo que tem relação com isso. Essa obra terá um único ponto de apoio. Eu a tinha feito apenas com dois traços: o V e o círculo. Depois, acrescentei (em traços um pouco mais finos) a "Cruz" estilizada, que em verdade é o ideograma em mandarim 上 (shàng), que significa "pra cima, alto, superior, excelente". E que compõe 上帝 (shàng dì), que significa Deus. O altar ficará no círculo (que na execução será uma esfera). Ainda estou extasiado com a beleza dessa ideia. Ela me surgiu de repente, assim que me acordei, num domingo Guarujá de manhã, dia 23/09/2015.
.


7.6.25

Pontos de vista

Quero te fazer umas perguntas, cujas respostas podem me dizer quem você é:

Especialmente em questões subjetivas — tais como amor e liberdade, família e religião, psicologia e direito, casamento e política, dinheiro e negócios — quando você não concorda com determinadas concepções alheias, também considera que a razão pode estar com o outro?

Em certos debates, em certas discussões, você costuma ter abertura intelectual suficiente para eventualmente considerar que o ponto de vista contrário ao teu pode estar até mais próximo da verdade?

Na vida, você já não defendeu valores, ideias e proposições que depois envelheceram, desesperadamente?

Você já não teve tantas e tantas certezas absolutas que mais tarde foram fulminadas pelo tempo, pela experiência — e, principalmente, pelo estudo?

Sobre certos assuntos, você já não mudou de ideia muitas e muitas vezes?

E será que agora você nunca mais vai mudar?

Será que você, neste exato momento da tua vida, já chegou a todas as conclusões possíveis?




O poema Mude no comercial da Fiat.

5.6.25

Escola de mudanças




E quantas vai aprender hoje?





Sou um poeta


Mas também sou saniasyn, e meu nome, Paritosh Keval, foi dado por Osho, em Poona, India. Sou leitor voraz de Nietzsche, Jung, Cioran, Sartre, Freud, Reich, Leminski, Henry Miller, entre outros.  Acabei de relançar meu livro "Solidão a Mil". Esta edição tem 380 páginas. Filosoft.

Sou o autor do poema "Mude", texto do belíssimo comercial da FIAT, feito pela Agência Leo Burnett. Há muitas outras versões em vídeos no meu blog Mude. Em 2006, foi publicado o livro Mude - pela PandaBooks Editora Original, com prefácio de Antonio Abujamra, a quem concedi entrevista no programa Provocações - TV Cultura.


Sou sócio fundador da Ordem Nacional dos Escritores, ocupando a cadeira número 6, cujo patrono é Graciliano Ramos. Fui Diretor do Clube de Poesia de São Paulo, na Gestão Ives Gandra da Silva Martins. Criador da Máquina de Vendas em 2001. Vencedor do Prêmio Cervantes/Ibéria/1993, categoria Narración em Portugués, com o conto mágico-realista cujo título é A orelha,  Criador da empresa de software  Liberdata. E da Calçadas do Brasil em 2001.

Psicodramatista inquieto, trabalhei, entre outros, com Alfredo Soeiro. Claro que adoro também a Psicanálise. Já experimentei (quase) todas as linhas terapêuticas, a fundo. Mas, em princípio — e exceto para casos gravíssimos — rejeito frontalmente as soluções químicas. Também estou finalizando o Tratado do Arrependimento, livro em que falo das relações familiares, basicamente. Além do livro Teoria do Acaso — cujo título, por sugestão da minha Mãe, será alterado para Tudo é por Acaso.


Estudei Filosofia na USP. Fui aluno de Marilena Chauí, Oswaldo Porchat, Franklin Leopoldo e Silva, entre outros. Sou quase jornalista pela ECA (parei na metade). Estudei Direito também na USP (Largo São Francisco), onde meu maior Mestre era Gofredo Silva Telles. Abandonei a faculdade de Direito no sexto semestre para tornar-me um fotógrafo profissional. Também estudei Economia, por uns tempos, mas isso agora não vem ao caso.  Por sugestão do meu professor de Lógica, Oswaldo Porchat, comecei a estudar Alan Turing fora da USP. Em seguida, fascinado que fiquei, entrei de cabeça na computação. Sem abandonar a poesia, aprendi várias linguagens, inclusive Cobol, Assembler, Pascal e Fortran. Tudo isso em apenas um ano de dedicação integral. Fui ser programador, e três meses depois era Analista de Sistemas e em seguida, aos 22 anos, promovido a Gerente de Informática numa empresa chamada Protin. Meu salário, impulsionado pela Lógica, decuplicou. Cheguei a abrir uma empresa chamada K-Misster. Depois, por doze anos, fui Diretor (inclusive de TI) da empresa ITEL. E continuava mergulhando na Filosofia — e amando a Lógica cada vez mais. Por isso hoje esse meu respeito absoluto pela lógica e pela poesia. Eu respiro lógica e poesia o dia inteiro.  E adoro cozinhar na Casa Azul.



Quantas dimensões será que tem o tempo?







4.6.25

Ultrapassando limites

 

Foto feita hoje de manhã no quintal da Casa Azul, enquanto eu tomava sol e também o café que fiz com água benta e açúcar cristal.


Sem fome, sem sono, sem culpa, e sem dor. Sem pressa, sem apego, e sem pressões. Sem esperas, sem cobranças, sem promessas. Sem medo e sem controle, sem ódio e sem juízo. Sem maldade — e sensível. Sentindo-me eterno no transitório. Conseguindo equilíbrio no instável, no incerto e no inseguro. Amado com delícia e liberdade, e amando com grandeza e ousadia.

Passageiro numa viagem sem destino, percorrendo caminhos ainda não trilhados. Cada vez mais fascinado e encantado com os novos horizontes que se abrem para mim. Adorando as surpresas no momento mesmo em que acontecem, e vivendo a Primavera em qualquer das estações.

Quebrando as barreiras, de modo irreversível. 


Encontrando a essência de cada coisa nela mesma. Compreendendo as razões também daqueles que não me compreendem. Vivendo o mais profundo, o mais criativo, o mais sensual, o mais inocente e o mais sagrado período da minha vida.

Sugando a doçura de todas as coisas...

Vivendo as maiores e melhores paixões da minha vida, e vibrando com tudo que me toca. Sentindo-me a cada momento como se Deus me cobrisse de glórias, de flores e estrelas. Dançando nas minhas próprias e nas Suas emoções. Inundado de carinho e gratidão. Com a cabeça nas nuvens — e o coração no infinito.


Portanto, o que mais posso eu querer da vida, além de amores livres e brilhantes, crepúsculos cor de abóbora nessa praia que eu prefiro, óleo de amêndoas doces, um buquê de rosas brancas e vermelhas, duas ou três taças de vinho transbordantes, muita liberdade, alegria, saúde, poesia, gostosura — e tempo livre para viver tudo isso? 





3.6.25

Metáforas de açúcar



Daqui você sai diferente do que era quando entrou. Eu quero te provocar, intelectualmente. Quero que você suba ao palco da Vida agora mesmo. Por isso é que nas cadeiras poéticas do meu teatro fantástico eu coloco um monte de preguinhos instigantes e palavras que te ferem de algum modo, delicadas, deliciosas, penetrantes...


Eu te provoco com metáforas de açúcar. Eu te cutuco com verbos e delícias insistentes. Eu te cutuco com flores e estrelas — todo dia — porque quero que você pense de modo diferente. Quero que você mude. Quero que você viva.


Quero que você dance no arco-íris de um violino que se chama Liberdade.

2.6.25

Minha Primeira Noite

A Primeira Noite de um Menino.


Quando a primeira paixão da minha vida começou a incendiar-me o peito, tornei-me um serzinho sensual e amoroso full-time. Transformei meu coração num sol inesgotável, e pensei que todas as meninas e mulheres do mundo, daquele dia em diante, se chamariam Marina.


Foto minha aos seis meses de idade, feita por Gustav Jansson.

1.6.25

Zorba - o Buda

Como disse Zorba, o Buda, cada um procura (ou constrói) o seu próprio paraíso: alguns consideram paraíso um copo de pinga; outros, uma igreja evangélica ou uma carreira de sucesso; outros ainda, um saldo bancário ou relações fechadas de amor eterno. Mas eu, como poeta que sou, tenho assim meu paraíso: uma bela tarde ensolarada, uma brisa delicada me tocando as duas faces, gostosuras preenchendo meus olhares, tempo livre, e ao meu lado um amor apaixonado que eu agora esteja amando. E mais duas ou três mulheres-roses dispostas a beijar-me os pés.

É assim meu paraíso: entre vinhos e mulheres, entre flores e estrelas, delícias, liberdades.

E muita paz no coração.



Por falar em paraíso e mulheres-roses, Marina hoje beijou-me os pés. Beijos cândidos, lúbricos, a língua dançante, cobra vermelha entre os meus dedos loucos, explodindo-os de alegria na praia da Enseada. Agora sei o que sentia Jesus quando chegava a prometer até o céu às mulheres que Lhe beijavam os pés.

Agora eu sei...


E pergunto: por que demoraste tanto, Jesus, para mostrar-me agora essa mulher-Marina e seus lábios doces? Por que demoraste tanto, Edson, a mostrar-me essa mulher-Menina?




31.5.25

Conclusões

Não devemos ficar muito impressionados com uma ideia, só porque ela é nossa. Toda hipótese boa não passa de um pequeno passo no caminho do verdadeiro conhecimento. Temos que perguntar, sempre, por que uma determinada ideia nos agrada tanto. Temos obrigação intelectual de compará-la, imparcialmente, com as alternativas. É bom verificarmos se é possível encontrar razões que a invalidem. Aliás, essa verificação é fundamental. Porque, se não fizermos isso, outros certamente o farão — e nós poderemos ser inclusive ridicularizados. Nossa reputação intelectual pode ir para o ralo... O que nos deve interessar, portanto, antes de tudo, é a verdade, e não o nosso apego inabalável a certas conclusões que adoramos.




30.5.25

Crescimento emocional

Numa discussão racional (*) sempre sou flexível. Se os argumentos de um suposto adversário forem melhores do que os meus, seria burrice não admitir tais fatos. Aliás, admitindo-os, eu amplio meu sistema de informações. De certo modo, fico ainda mais inteligente, pois acabo incorporando ao meu repertório algumas informações ou conclusões que eu antes não tinha.


Além de demonstrar elegância intelectual com tal atitude, fico até melhor preparado para os futuros embates — com esse mesmo citado oponente ou com eventuais outros..

(*) E se for uma discussão irracional, eu nem entro.


Será que você, em princípio, pode concordar com esse meu critério relacional?












Abaixo a canequinha de lata.









Não devemos ficar muito impressionados com uma ideia, só porque ela é nossa. Toda hipótese boa não passa de um pequeno passo no caminho do verdadeiro conhecimento. O que temos que perguntar, sempre, é por que uma determinada ideia nos agrada tanto. Temos obrigação intelectual de compará-la, imparcialmente, com as alternativas. É bom verificarmos se é possível encontrar razões que a invalidem. Aliás, essa verificação é fundamental. Porque, se não fizermos isso, outros certamente o farão — e nós poderemos ser inclusive ridicularizados. Nossa reputação intelectual pode ir para o ralo... O que nos deve interessar, portanto, antes de tudo, é a verdade, e não o nosso apego inabalável a certas conclusões que adoramos.



29.5.25

Paulo Coelho plagiou meu poema Mude


Veja o histórico dos muitos PLÁGIOS que Paulo Coelho cometeu contra mim, em várias publicações pelo mundo.




Em 23.01.2015 ele se desculpou, publicamente.


Em 16.03.2011 ele já tinha conversado comigo.

E ainda tentou me intimidar... rs!

Acontece que o plágio vinha desde 2008.


28.5.25

Mu danças

Eu vivo a deliciosa incerteza a cada instante. E exceto a defesa radical da Liberdade absoluta, não tenho convicções inabaláveis. Não creio em destino. Adoro varandas. Construo jardins...

A vida é incerta. Uma corda bamba de seda à beira do abismo me excita. Eu não quero ordens — eu quero música. Ninguém me prende, ninguém me dirige, ninguém me controla, ninguém me segura. Não aceito invasões. Ninguém pode viver minha vida em meu nome. Não terceirizo as minhas emoções. Não estou à venda. Sou eu que faço as minhas escolhas.





27.5.25

Minha Vó Vitalina

Minha bisavó Vitalina às vezes se fazia de surda — para defender-se das besteiras que toda família acaba proferindo, diariamente. Quando alguém lhe falava coisas que não lhe pareciam importantes, ela continuava com seu cigarrinho de palha, olhando para o nada. Então, sorria pra mim, dava uma piscadinha sarcástica e, mais tarde, quando estávamos só nós dois, ela me explicava sobre tudo o que tinha ouvido, mas fingira que não. Um dia ela me disse que, para sobreviver com decência, eu deveria ter duas qualidades: pensar rápido e enganar autoridades. Tive que aprender.




Minha bisaVó Vitalina Marques e minha Mãe Iracy Marinho (que nesse dia, aos dezenove anos de idade, já estava grávida de mim).







 Teste 1925


26.5.25

Nasci para voar


Nasci para ser livre.

Eu já nasci entusiasmado pela Vida. Já nasci fazendo amor e alegria. Mas também nasci para contestar as regras bobas e saltar profundo. Para escrever poemas libertários e dançar com Deus. Para tomar o vinho consagrado e mastigar a hóstia. Nasci para provocar os acomodados. Para compreender os incompreendidos. Para fazer escândalos poéticos e cobrir de gostosura os anseios do teu peito, meu Amor.

Eu nasci para tocar teu delicado coração.

Nasci para ser Livre.

Nasci para ser Meu.


Desde aquela madrugada solitária em que a Mãe do Mel me deu a Luz numa casinha de madeira, ao lado de uma roseira branca, minha alma transformou-se no meu corpo — e vive em festa.

24.5.25

Aconteceu na Romênia

Falo como se fosse Medy. Falo como se fosse noite. Como se fosse tarde. A vida tem muitas estações — eu já sabia. Estávamos numa delas, a mais fria, ao norte da Bucareste assolada pela guerra, na região industrial, com suas chaminés fumegantes apontando para um céu sombrio. Sentada numa pedra ao lado dos trilhos, eu contava os buracos que enfeitavam minhas luvas de lã. De vez em quando olhava para minha mãe, com seu lenço escurecido, emoldurando com tristeza um rosto marcado por tempo e angústia. Mesmo de longe eu sentia que seus olhos estavam úmidos. Parece que ela economizava até lágrimas, pois quase não as derramava, e elas ficavam contidas nos seus olhos, formando dois minúsculos lagos misteriosos e azuis. Sentada num banco de madeira gasta, ela todo dia esperava por alguém que nunca vinha. Se bem me lembro, nunca veio. Senti a fome outra vez — mas fiquei com vergonha de achar que era verdade. Diria Knut Hamson que a nossa situação se recusava a melhorar — e eu só podia contribuir com renúncias. Eram pequenas as renúncias que eu fazia, mas eram todas que podia fazer. Quando saíamos de casa pela manhã, já tinha consciência de que poderíamos voltar à noite com a mesma fome original. As circunstâncias me pareciam eternas, imutáveis. Minha mãe lutava com as armas que tinha, e eu já compreendia que ninguém vai além dos seus limites. Nunca lhe falei sobre fome, por maior que fosse — como essa que agora me corta em duas.

Mais um trem passou entre nós, sinuoso, e eu pisco meus olhos para vê-la entre um vagão e outro. Minha mãe era tudo o que me ligava à vida. Foi ela que me ensinou a contar, a rezar, a cantar. E, principalmente, a sorrir.

Ontem, eu contei trinta e quatro buraquinhos, e hoje, trinta e dois. Será que Deus anda consertando minhas luvas à noite, sem que eu veja? Será que é por Deus também que minha mãe espera todo dia na estação? Hoje não está nevando, mas o vento parece que tem lâminas. Brinco com pedrinhas nesse chão encardido da Romênia, e vejo minha sombra escurecer um pouco mais: é o sol que surge tímido no céu. Levanto então minha cabeça, e vejo coisas lindas. Vislumbro tudo aquilo que um dia vou ter: avião, automóveis, colares, braceletes de ouro, pulseiras divinas.

Eu me espanto.

Abro ainda mais os olhos, e vejo claramente uma mesa enorme: comidas, bebidas, flores, pérolas, pãezinhos, doces de todos os tipos, luzes, barras de chocolate. E tudo isso vai ser meu — um dia. Tudo!

A esperança acendeu meu coração de novo. Mais que esperança, era uma certeza absoluta.

Grito "mammi!"

E me levanto, atravesso os trilhos ofegantes, escorrego em pedregulhos, chego perto dela: "Mammi, sabe o que eu vi?"

Ajoelho-me à sua frente, e conto-lhe tudo, tintim por tintim — com aquela alegria pura que só uma criança consegue sentir, e mostrar que sentiu. Quero compartilhar com ela o que teremos um dia. Ela sorri, passa sua mão por meus cabelos revoltos, e não diz nada. Vejo que agora transbordam seus dois lagos azuis. Inundada de gratidão, choro também. Choro porque ela me ama. Porque demonstra com seus olhares e gestos que confia em mim:   e sabe que é verdade tudo aquilo que eu vi.

Ela acredita.


(Eu também.)




Escrevi esse texto acima no Flat Palladium em 2010, no último dos quatro anos em que lá também morei (além do Guarujá). Foi quando eu estava criando as paredes do Brasil Colonial. Nesse sofá do meio, na recepção, eu escrevi centenas de páginas para os meus livros. E lá em cima, na piscina, também.




Em abril de 2027 vou ficar uns dias lá de novo, só para me lembrar da Giulia, neta da Dryade.

23.5.25

Vira-lata zen

Se uma pessoa tem charme e gostosura — não precisa de mais nada para manter-me junto dela, deliciosamente solto a seus pés... Não preciso de alianças no dedo anular, nem de cordinhas de seda no pescoço. Não preciso de coleiras. Não preciso de promessas nem de garantias em papel. Nas questões do amor, sou só um cãozinho inocente, bonitinho, um verdadeiro vira-lata zen. Mas sou um vira-lata com pedigree. Vivo abanando meu rabinho pra todo mundo que tem charme, inteligência e gostosura — e que ame a Liberdade sobre todas as coisas.


Mas também sou às vezes um gatinho zen...




Diógenes e o Cinismo


22.5.25

Cãozinho Cínico

No final do segundo bloco da minha entrevista ao Abujamra eu faço a seguinte pergunta aos telespectadores:

Olhe para os lados. Aqui, aí, agora mesmo, olhe para os lados. Ajuste a consciência, apure a sensibilidade, abra o coração, respire fundo... e responda-me sinceramente:

As pessoas com as quais você hoje convive — em casa, na escola, no trabalho ou na internet — são inteligentes, sensíveis e honestas; compreensivas, saudáveis e amorosas; livres, independentes, e cheias de entusiasmo pela vida?


Porque, se assim não forem, responda-me:







Sou só um cãozinho cínico e alegre, um vira-lata zen: vivo à luz da lua, ao deus-dará. Não tenho nada. Passo fome, tomo chuva, tomo sol. Se me agradam, abano o rabo e faço festa. Mas, se me batem ou me ofendem, fujo de mansinho...

E não quero ter dono nunca.



Escrevi o texto acima em 16.11.2008.

20.5.25

Morrer

Eu não choro a morte de ninguém. Tenho uma compreensão absoluta desse fato inexorável que é a morte biológica das pessoas que eu amo. A primeira morte marcante de que agora me lembro é da minha Vó Vitalina. Depois, há mais de vinte anos, a de meu Pai — a quem escrevi um poema de amor. E a mais recente, ontem (*), a do Gaiarsa — com quem troquei e-mails há cerca de vinte dias. São essas as três únicas mortes que me fariam chorar. E mesmo assim não fizeram. Porque, para mim, a morte nada mais é que uma separação radical. Como não tenho sentimento de posse sobre aquele que morre, não posso dizer que lhe sinto a falta. Não há luto na situação que me resta. E se algum dia eu chorar (ou chorei) por alguém que morreu, é só pela lembrança daquilo de bom que algum dia fizemos, um para o outro.

Não há sentimento de perda, nem um vazio me toma de assalto. Eu compreendo sempre o acaso que nos liga — e o acaso que nos separa. Claro que detesto supor que a morte pode ter sido dolorida a quem a sofreu. Nesse sentido, um dedinho queimado de alguém me esquentando café no fogão de manhã me incomoda também. Sou contra a dor, não sou contra a perda. Aliás, só a perda abre caminho para o novo — e o novo é fascinante.

Lógico que tem uma morte que vai me afetar diretamente: a minha. Embora remotíssima, eu também a compreenderei... Mas não quero ser chorado apenas porque fui. Aliás, imagino-me saudado em meu último dia como o personagem de Charles Denner no filme O homem que amava as mulheres. Mas digo isto porque sei que vou durar para sempre. Para sempre ou até os 120, pelo menos. Ou talvez eu morra como previ naquele meu poema que está no livro Solidão a Mil — no cume da montanha, louvado por Maria e minha Mãe. Não sei. Daqui uns cinquenta e sete anos eu talvez pense um pouco mais a respeito.




Foto minha aos seis meses de idade,
feita por Gustav Jansson.



(*) Texto escrito em 2010.

19.5.25

Onde está a Felicidade ?

A felicidade só existe na outra vida. Dito assim, pode até chocar. Mas é a mais pura verdade. Precisamos apenas conceituar os termos "felicidade" e "outra vida". Felicidade você (não) sabe o que é. Mas "outra vida" é aquela que você está deixando de viver. Aquela que você hoje troca por qualquer coisa. Por bugigangas e quinquilharias. Por compromissos absurdos, relações opressivas — e erros de avaliação.

E por pressa.

💚



17.5.25

Luz di amante

Nunca escondo meus leitores de si mesmos: em verdade, eu ilumino a parte clara do caminho que se encontra dentro deles. E também a parte escura que se perde. Como sou um garimpeiro de verbos incendiados, só gosta de me ler quem já tem brilho e não se apaga...

Mas se eu primeiro não tornar as emoções em alegria, não terei coragem de abrir meu coração inteiro para ser lido com ternura por você. Por isso, só me mostro mesmo após o meu encanto, e só te dou estas palavras depois que as refino. Aliás, se eu antes não polir as minhas pedras preciosas com amor e gostosura, como poderia eu querer trocá-las por essa tua tão amada luz diamante?




16.5.25

Para ler na viagem

 

Click na imagem para ver detalhes

Novo livro meu a ser lançado em Dezembro de 2025.



O que eu escrevo é para ser lido sem pressa. O que eu escrevo é para se ler no ônibus, no metrô, no táxi, no avião, na Rodoviária. No banheiro... No hotel. Na cama. No café da manhã. Na praia, no parque, no quintal. No colo amoroso de um grande amor. O que eu escrevo é para ser lido num domingo à noite. É para ser lido na viagem. O que eu escrevo é para ser lido na Vida. Calmamente. Sem pressa.


Experimente-me.
Click acima para ler o poema Mude.



Sinta a gostosura da minha própria liberdade.

Você  sabe a diferença entre solidão e solitude?


No fundo, sou apenas um poeta...




Feita pela empresa


A vida é uma Obra de Arte.


Mas a criatividade é fundamental.



Seja o líder da alcateia.