2.7.25

Jesus, grande filósofo

 

Uma visão espiritual, agnóstica e materialista do grande filósofo judeu Jesus Cristo.


"Jesus, reformador ou revolucionário? Essas categorias são muito modernas, filhas das Revoluções francesa, russa, mexicana, chinesa e cubana, talvez as únicas, até agora, dignas desse nome. A tomada do poder pelas classes oprimidas raras vezes (alguma?) ocorreu na História. A doutrina de Jesus, porém, tomou o poder no Império Romano, sem disparar um tiro, quer dizer, sem disparar uma flecha nem levantar uma espada."

Isso é um fato.

Jesus A.C.

Texto acima de Paulo Leminski.


Mal-aventurados os que se rendem às verdades absolutas sobre Jesus. Se foi reformador ou revolucionário, fariseu dissidente ou profeta iluminado, nada disso nos contam os Evangelhos. Jesus sabia se esconder bem entre as muralhas e as palavras. Indiscutível apenas é que sua doutrina tomou o poder no Império Romano sem levantar uma espada. Entender suas parábolas é mergulhar num emaranhado de significados que se multiplicam como os peixes do milagre evangélico. Peixes, símbolo de subversão da ordem vigente. Ler Jesus é caminhar sobre as águas incertas, que vêm com força e quebram em ondas de interpretações. Nas praias, porém, só existe a certeza de que ele era um superpoeta.

Uma biografia de Jesus

Click no link acima para baixar o PDF completo.



Mas minha visão, pessoal, é esta a seguir.


Deus é a oitava cor do arco-íris. Nem todos podem vê-la. Para vê-Lo, precisamos do Sexto Sentido — que eu suponho já contido no DNA, mas ainda não descoberto cientificamente. Portanto, do meu ponto de vista, negar — a priori — a existência de Deus é uma pequena demonstração de irresponsabilidade intelectual. Provocativamente, posso dizer que é uma burrice. Da mesma forma que afirmar — a priori — a existência de Deus também não é uma demonstração de muita inteligência. Pois não é porque Deus está na Bíblia (ou em outros livros considerados sagrados) que podemos afirmar e defender, peremptoriamente, a sua existência. Os filósofos, até por dever de profissão, não podemos respeitar, de modo algum, os chamados "argumentos de autoridade". Para nós — e para todos aqueles que têm o hábito saudável de raciocinar antes de emitir julgamentos — uma determinada hipótese é verificável, ou não. Em princípio, as coisas devem ser encaradas assim. Mas há muitas outras formas, mais bonitas e até mais instigantes — e seguramente mais elegantes — de abordar essa questão.

De certo modo, Deus é um Axioma. Sua existência não pode nem precisa ser provada. Mas não caia na tentação infantil de rezar para um Axioma... Deus não nos pede rezas nem orações: Ele nos pede apenas Amor. Se é que pede...

Meu conceito de Deus

Texto acima de Edson Marques.



30.6.25

Talvez eu esteja certo

Eu não perco nenhuma oportunidade de ajudar alguém. Esta frase me ocorreu a propósito de uma cena presenciada ontem por mim. Um conhecido meu — crente em Deus, devoto sincero — ao ver um maltrapilho pedindo um pratinho de comida, recusou-se a ajudar, sob a alegação de que "Deus sabe o que faz", e que, se aquele ser humano está passando fome (ou sede, ou frio, ou dor), é porque merece esse "castigo". Já minha visão do fato é outra. Minha leitura da mesma cena é radicalmente diferente. Embora eu também possa considerar que "Deus sabe o que faz", suponho que Deus (*) colocou aquela pessoa no meu caminho exatamente para que eu participe da cena — e o ajude. No fundo, é uma chance que Deus me concede para que eu ajude alguém. Portanto, eu jamais iria desperdiçar uma chance de servir a Deus. Além do mais, pode ser que Deus me apresenta essas coisas todas só para ver se estou atento ao sofrimento alheio... Vai saber.



E essa forma fria, cruel e econômica que esse sujeito frio escolheu para encarar tal questão me parece desumana e meio contraditória, pois elimina qualquer possibilidade de ajuda humanitária, apoio amoroso, justiça social e até mesmo caridade. Desumaniza as relações. Inclusive, vai contra o que pregava Jesus Cristo.

Entretanto, ressalvo que também eu, neste específico caso, talvez esteja errado — e Deus realmente pode não estar ligando nem um pouquinho para o sofrimento humano...

Vai saber!



(*) Como filósofo, necessariamente, sou ateu. Como poeta, gosto da ideia.



29.6.25

Meu bisavô Luiz Marques

A vida é uma delícia.

Ainda nem era meio-dia hoje de manhã, e já estávamos tomando vinhos perante um hibisco recém-colhido no Jardim da Casa Azul.


E eu fico aqui pensando sobre meu Bisavô Luiz Marques...


O mestre Antonio Abujamra intepreta aqui o texto que escrevi sobre meu bisavô.



SOU BISNETO DA REBELDIA


Meu bisavô, aos sessenta e dois anos de idade, na década de trinta do século passado, abandonou tudo e apareceu por aqui trazendo no colo uma adolescente chamada Vitalina Maria de Jesus. Um despropósito, disseram todos. Mas o verdadeiro rebelde não hesita entre viver e morrer. O velho Luiz Marques, atolado numa estabilidade massacrante, não havia desistido de procurar aquela coisa que atende pelo singelo nome de felicidade.

Gastou janeiro fazendo planos, um mês inteiro ouvindo vozes, que nem Moisés. E aquela menina passando ali, na frente dele, feito convite, descalça, vestidinho de chita, cabelos soltos, meio ressabiada... Os peitinhos despontando. Então o fazendeiro abandonou tudo: as propriedades e as impropriedades que a elas se ligam, a esposa controladora, os filhos perplexos, as fazendas, as noras, os netinhos, os novilhos e as velhas emoções.

Tudo por causa de Vitalina.

Por aquela menina delicada ele daria o mundo. Por ela, e pelo que então simbolizava aquele amor, ele abandonou mais de mil cabeças de gado e todas as certezas que lhe haviam dado como herança. Era um autêntico rebelde: acabou trocando o futuro garantido e certo, porém morno, por um presente delicioso e faiscante.

Jogou fora o velho baú de premissas usadas, quebrou as algemas — e caiu na Vida. Trocou um milhão de verdades antigas por uma pequena mochila de sonhos. Porque, você sabe, não dá para salvar a alma sem antes salvar o corpo. E o que mais excita o ser humano é a possibilidade aberta de uma nova vida. O respeitável senhor Luiz Marques tomou aquelas decisões que só os grandes homens conseguem tomar: montou o cavalo negro do risco absoluto e partiu! Pois ele também já sabia que o único crime que não tem perdão é desperdiçar a vida. Abandonou tudo para não ter que abandonar a própria existência naqueles caminhos já percorridos.

Não fosse por isso, eu não estaria aqui, agora, à beira do mar, tomando um belo copo de vinho branco e contando essas coisas todas pra você.

Sou portanto bisneto da rebeldia.

Sou bisneto da rebeldia, neto da emoção, filho da loucura, irmão do desejo, primo do prazer, amigo da liberdade, e amante de todos os meus amores.

E existo, por incrível que pareça. No céu da minha boca não há fogos de artifício. Só estrelas.






O texto acima abre meu livro Manual da Separação. Caso queira saber mais, click na imagem da capa:

27.6.25

Abandone as bugigangas

OLHAI OS LÍRIOS DO CÉU.

Eis uma verdade incontestável: todos os grandes mestres — quer religiosos ou não — desde os primórdios da História da Humanidade, nos dizem que o apego é a doença mais grave que pode acometer um ser humano. Olhai os lírios do campo e os pássaros do céu, dizia um deles... O apego está na origem da corrupção, da inveja, da cobiça, do roubo e do ciúme — entre outras maldades. É uma demonstração cabal de insegurança e falta de personalidade. Entretanto, se você tiver necessidade compulsiva de apegar-se a alguma coisa, apegue-se logo a um Camaro preto, e não a uma canequinha de lata. Por que amar um crocodilo se você pode amar um Deus? Apegar-se a uma coisinha comum, é imperdoável. É como apegar-se a uma canequinha de lata, ou a um saquinho de tranqueiras... É ridículo! Abandone as bugigangas.


O foco desse meu texto tem duas vertentes básicas. A primeira é o horror ao apego. Mas deixei uma alternativa para quem não consegue livrar-se dele. Que possa então escolher algo mais interessante para apegar-se: algo melhor do que uma canequinha de lata. Algo que possa dar mais prazer. Suponho que uma Mercedes conversível dê mais prazer do que uma canequinha de lata. Mas nem todos concordam com isso. Tem gente que nem dirige...


A segunda é a confusão entre apego e amor. Entre apego e gosto, preferências, escolhas, desejos. Eu gosto muito de pão e café: será que sou apegado a pão e café? Eu gosto de vinho e estrelas, eu amo a liberdade, eu amo a minha Mãe, eu amo meus múltiplos amores: será que sou apegado a isso tudo? Claro que não. Porque sou zen. E porque sou zen e lógico, suponho que sou zen. Entretanto, tem gente que se apega a beijos, a flores, amores.


Tudo vem da cabeça. Até o coração vem da cabeça. Inclusive os olhos. E os meus olhos se arregalam, mesmo, diante de uma Ferrari vermelha. Diante de uma obra de Niemeyer, de um poema de Neruda, de um sorriso de criança. Meus olhos se arregalam diante de um belo corpo de mulher. Meus olhos vivem arregalados... E se isso acabar sendo considerado uma demonstração de apego, então eu posso até contradizer, de algum modo, a minha própria zenidade. Racionalmente.




Foto que fiz aos doze anos em frente ao boteco do meu Pai.



Acho que esse assunto ainda vai longe.
Guarujá. 15.07.2013.

25.6.25

Inteligência racional

As grandes inteligências conseguem considerar duas ou mais visões diferentes, opostas, contrastantes ou até mesmo contraditórias de uma mesma questão, analisá-las ambas ou todas em conjunto, racionalmente, metodicamente, e às vezes simultaneamente, e não preferir nenhuma delas até que alguma conclusão logicamente satisfatória se apresente.




Com as minhas atitudes (quase sempre racionais e com base na lógica) eu não busco a priori aprovação alheia, nem quero aplausos fáceis. O apoio dos normais não me interessa. Eu quero apenas provocar intelectualmente as pessoas criativas, como suponho você é. No fundo, eu quero questionar todas as "verdades", e esmagar todas as convicções. Inclusive as tuas, mas principalmente as minhas. Para que possamos trocar experiências fascinantes — e talvez criar alguma coisa verdadeiramente nova.



Ontem, na Casa Azul, eu fiz esse omelete de queijo e cebola, com tomate cereja e pimenta comari.

24.6.25

Casa Azul

Eu diferencio claramente solidão de solitude: esta é voluntária e corajosa; aquela nos é imposta pelo Medo. Solidão é carência. Solitude é suficiência. A solitude tem beleza e esplendor: por isso, positiva. A solidão é humilhante, escura e melancólica: portanto, negativa. A primeira é saudável; a outra, uma doença. Solitude é coisa do indivíduo. In-divíduo. Inteiro. Único. Indivisível. Porém, a solidão vive sempre em busca de caras metades. Sempre pede companhia, implora companhia. Mas só companhia certamente não resolve. Tanto, que existe solidão a dois e solidão a mais. Escrevi até um livro, cujo título é Solidão a mil — com o duplo e dialético sentido que o termo sugere.




22.6.25

Com as asas no Pico

Cair do pico é fatal. Portanto, só suba até aqui se você já tiver criado asas. E se já souber voar, perfeitamente. Caso contrário, fique por aí mesmo...


A condição sine qua non para subir ao Pico (e sentir-se bem aqui) é ter asas próprias, saber voar com eficiência — e amar a Liberdade sobre todas as coisas. Sem isso, é melhor contentar-se com o sopé da montanha. Ou tomar providências rigorosas imediatas!






20.6.25

Amar de verdade

MEU CONCEITO DE AMOR


Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.


Amar é permitir sempre. Amar é deixar que o outro vá – ou que fique, se assim o desejar. Amar é ter um respeito absoluto pela própria liberdade e pela liberdade do outro. Amar é compreender sempre. E isso não significa apenas entendimento racional, vai além, muito além: Amar é reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas. Mesmo que essas escolhas eventualmente me excluam.


Mas, se amar significa "reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas" — como eu sempre digo — será que nessa colocação pode estar implícito que devo aceitar as idéias do outro, todas, mesmo as absurdas, e incorporá-las como se fossem minhas, se ele assim o desejar?
Claro que não.
Isto seria uma violência.
Cada um de nós tem um sistema de valores.
Mesmo que seja em nome do amor, a submissão é um horror.

Portanto, amar não significa aceitar todas as escolhas que o outro fizer, mas sim apenas aquelas que não impliquem uma supressão da nossa liberdade pessoal. Porque falta de liberdade causa uma dor imensa. E se causa dor, não é amor. Portanto, se uma determinada escolha feita pelo outro, que diz me amar, contraditoriamente cerceia minha liberdade, ou violenta minha dignidade, me sufoca ou atormenta — então essa escolha me faz mal, e deve ser rechaçada imediatamente, com determinação. Jamais devemos compactuar com quem nos fere ou nos amputa. Sem essa de beijar o carrasco em nome do amor...

Sem liberdade a vida morre.

Amar de verdade é jamais ter ciúmes, nem medo de perder. Amar é não forçar nada, nem sequer um beijo. Amar é não fazer perguntas desnecessárias ou indiscretas — muito menos na hora errada. Amar é deixar fluir a relação em todos os sentidos. É incentivar o voo livre que o outro possa estar querendo, e às vezes até mesmo empurrá-lo com ternura para o abismo gostoso do desconhecido profundo. Amar é respeitar com devoção e aplaudir com entusiasmo esse desejo louco de saltar que o outro às vezes tem. (...)


Eu defendo a tese de que o amor deve ser livre. Se não for livre, chame-o de qualquer outro nome — menos de amor. Aliás, é bom perguntar: se o amor não for livre, como será ele, então? Amor preso? Encarcerado? Acorrentado? Será que alguém, com um mínimo de respeito à vida, pode ser contra o amor livre? Sei que esse é um tema complexo, impossível de ser debatido em meia página de um blog. Mas gosto de supor que sinto-me amado, realmente, quando a pessoa que diz me amar pode olhar-me nos olhos e também dizer, do fundo do coração:

Eu te amo quando não preciso mais dizer te amo.
Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
Eu te amo quando respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
Eu te amo quando compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
Eu te amo quando não te sufoco com chiliques ou pressões.
Eu te amo quando ponho afeto entre as nossas distâncias.
Eu te amo quando aplaudo os teus desejos de voar.
Eu te amo quando me convenço de que o ciúme é algo a superar.
Eu te amo quando te ajudo a ser mais livre do que eras quando eu te conheci.
Eu te amo quando a recíproca a tudo isso também é verdadeira.


18.6.25

Me apaixonando

Ontem eu tirei o dia pra me apaixonar. Faz tempo que eu não fazia isso. Quase um mês. Sair assim, sem destino, ao acaso, e ir me apaixonando, deliciosamente, ao deus-dará... Por meninas e praias, conhecidas ou desconhecidas, tanto faz. Ao léu. Almoçando no Guarujá, jantando em Juqueí, parando nos botecos amigos na beira da estrada. Descalço, despreocupado, escrevendo poesias em guardanapos de papel, fazendo planos maravilhosos — e dançando livremente em todas as praias. Sem buscar nada e encontrando tudo... 

E depois ainda voltar pra casa cantando! 

São e salvo. 


Tem coisa melhor?





17.6.25

Eu te convido a ter Coragem

Minha proposta é a Liberdade Absoluta. Eu venho é para semear razões, quebrar paradigmas, romper limites e derrubar padrões. Não trago nenhuma resposta pronta: só faço perguntas. Eu quero é mexer no coração da tua cabeça, carinhosamente. Fazer um delicioso cafuné nos teus neurônios enrolados. Passar um pente fino nos caracóis da tradição empedernida. Quero questionar tuas verdades mais queridas. Chacoalhar tuas convicções inabaláveis. Não vim, portanto, te propor sossego — nem venho te trazer a paz cansada... Eu te convido a ter coragem. Eu te convido a um salto profundo. Um salto escandalosamente profundo em direção à Vida.






16.6.25

A busca pela inexplicação correta


 
Mojud - O homem com a vida inexplicável


Havia uma vez um homem chamado Mojud. Vivia numa cidade onde obtivera um emprego como pequeno funcionário, e tudo parecia indicar que terminaria sua vida como Inspetor de Pesos e Medidas. Certo dia quando caminhava ao longo dos jardins de um antigo edifício próximo à sua casa, Khidr, o misterioso Guia dos Sufis, surgiu diante dele, vestido de um verde luminoso.
Então Khidr disse:
— Homem de brilhantes perspectivas! Deixe seu trabalho e se encontre comigo na margem do rio dentro de três dias.
Dito isso, desapareceu.
Excitado, Mojud procurou seu chefe e lhe disse que ia partir. E todos na cidade logo souberam do fato e comentaram:
— Pobre Mojud! Deve ter ficado louco.
Mas como havia muitos candidatos ao posto vago, logo se esqueceram de Mojud. No dia marcado, Mojud encontrou Khidr, que lhe disse:
— Rasgue suas roupas e se lance no rio, talvez alguém o salve.
Mojud obedeceu, embora se perguntasse se não estaria louco .
Já que sabia nadar, não se afogou, mas ficou boiando à deriva um longo trecho da corrente antes que um pescador o recolhesse em seu bote, dizendo:
— Homem insensato! A corrente aqui é forte. Que está tentando fazer?
— Na verdade, eu não sei — respondeu Mojud.
— Vejo que perdeu a razão, mas o levarei à minha cabana de juncos junto ao rio e aí veremos o que se pode fazer por você — disse o pescador.
Quando o pescador descobriu que Mojud era bem instruído, passou a aprender com ele a ler e escrever. Em troca, Mojud recebeu alojamento e comida e ajudou o pescador em seu trabalho diário.
Transcorridos uns poucos meses, Khidr apareceu novamente, desta vez ao pé do leito de Mojud, e disse:
— Levante-se e deixe a cabana deste pescador. Será provido do necessário.
Vestido como um pescador, Mojud deixou imediatamente a humilde cabana e perambulou sem rumo certo até alcançar uma estrada. Ao romper da aurora, viu um granjeiro montado num burro, a caminho do mercado.
— Procura trabalho? — perguntou o agricultor. — Estou precisando de um homem que me ajude a trazer algumas compras da cidade.
Mojud o acompanhou então. Trabalhou para o granjeiro durante quase dois anos, ao fim dos quais aprendeu muita coisa, mas somente sobre agricultura.
Uma tarde quando estava ensacando lã, Khidr fez nova aparição e lhe disse:
— Deixe esse trabalho, dirija-se à cidade de Mosul, e empregue suas economias para se converter em mercador de peles.
Mojud obedeceu.

(...)


Um mestre sufi em êxtase

14.6.25

Nortesul e Calçadas do Brasil

 Antes eu era um vendedor de ideias.




Veja o Projeto revolucionário que, como criador e Diretor de Arte da Construtora NorteSul, desenhei para o quinto dos onze prédios de um Conjunto Residencial, na cidade de São Vicente, SP. Levemente inspirado em Gaudí, com cerâmicas Portobello, 9.5 x 9.5. /// Depois eu publico aqui as fotos dos outros quatro prédios anteriores, e explico como foi que concebi a ideia gráfica do revestimento. Pena que o Santiago Calatrava não pôde me ajudar...



Estas paredes não são virtuais: estão prontas e lindas. Desenhadas por mim, ao som de Vangelis e tomando Lambrusco. Fotografei com uma máquina simples, digital, foco automático. Se quiser ver detalhes, dê um click sobre a foto. E lá também havia uma Rose....


No fundo,
 sou apenas um pedreiro inspirado e parabólico... Mas, talvez em 2025, vou fazer pós-graduação em Arquitetura. Só para poder frequentar o escritório do Calatrava, lá em Valencia. Ou em Nova York, tanto faz.


Mas agora estou finalizando o projeto de uma casa para mim, cuja ideia básica eu desenhei num guardanapo de papel no Restaurante Brahma em SP, em 12.10.2010. Quatro dias antes, já havia tido um vislumbre da ideia em Santos, na Kopenhagen. Veja detalhes no link acima.


A seguir uma homenagem aos 7 haitianos que trabalham conosco
Eles adoram almoçar todos os dias na Praça de Alimentação do Shopping West Plaza, que fica em frente às nossas obras nos Condomínios Milano e Torino, Avenida Francisco Matarazzo, São Paulo.




Nada de verdadeiramente grandioso foi criado até hoje na história da Humanidade — sem paixão, ousadia e liberdade!

13.6.25

Razões para sorrir


Não espere a próxima primavera
para sentir o perfume de todas as flores.



Amanhã pode ser tarde demais.

Há oito dias ele estava assim, viçoso.









Razões para chorar. 

Eu acredito sempre na supremacia da ternura. Escrevi esta frase na página 4 de um livro de Erich Fromm, onde ele analisa a Antígona de Sófocles. Eu a escrevi num momento de silêncio após ter almoçado uma deliciosa comida-surpresa, no Pedra Baiana. Coloquei açúcar hoje na salada e temperei com vinho. Me acham louco, também por coisas assim. Eu estava me lembrando de como os infelizes têm certas dificuldades de raciocinar com lógica, quando fui interrompido pelo dono do restaurante, que veio me cumprimentar, todo sorridente. O cozinheiro já tinha vindo antes, e os três garçons também. Não sei o que eles veem em mim. Talvez gostem de poesia ou talvez saibam que eu amo Henry Miller. Não sei. Mas eles são simpáticos e competentes. Leio mais um pouco, pago a conta, me dão balas, vou embora. O carro estava na sombra, felizmente. Resolvo então passar no Pão de Açúcar da Presidente Wilson. Escolho um vinho diferente, duas garrafas, só para experimentar; guaraná Antarctica, um leite Parmalat premium, um pedacinho de queijo, duas mangas. E entro na fila, cantando por dentro. Divagando...  

Será que vou à praia agora? Vejo um dvd do Sammy Davis Jr na gôndola ao lado e me lembro do meu Pai, que gostava dele. A menina do caixa tem os olhos lindos. E os lábios dela, parecem da Angelina Jolie. Bem que eu beijaria... Alguém me liga, convidando pra jantar. Atendo e desligo. Não posso: tenho que terminar o desenho daquele projeto. Nossa, já são quase três horas! Acho que vou subir à piscina primeiro. Tomara que aquela gostosinha de Piracicaba esteja hoje lá de novo. Me lembro de algumas cenas do filme A Filha de Ryan, que vi de madrugada. Olha, que loira linda ali, escolhendo melancias... Acho que vou... 


Eis que acontece um insight: Na fila, logo atrás de mim, dois rapazes contam suas moedinhas... Meu mundo vira de ponta-cabeça na hora! Um deles trazia quatro salsichas num saquinho transparente. Será que vai dar, o mais novo perguntou. E o outro recontou as moedinhas, uma por uma. Acho que vai, responde, apreensivo. Duas lágrimas rolam dos meus olhos e eu tento disfarçar. Um monte delas caem de novo agora enquanto escrevo isto. Meu Deus: como pode nossa sociedade ainda produzir cenas como essa? Tanta complexidade só para comprar quatro salsichas?! Tanta dor e tanto sofrimento por causa de noventa e quatro centavos?! Tanta humilhação só para se matar a fome?! E meu coração me diz que devemos fazer alguma coisa... Então, peço-lhes, gentilmente, que passem à minha frente, e o que faço depois não é preciso contar aqui.


Isto aconteceu no dia 10 de janeiro de 2008, quando eu estava fazendo uma obra em São Vicente, SP, no Condomínio Brasil Colonial, e, além do Guarujá, morava também no Flat Paladium.










12.6.25

Dia dos Namorados


Neste Dia dos Namorados eu quero que você faça esta profunda Declaração de Amor ao teu Amor.

E que ouça dele a mesma coisa, talvez em outros termos — mas com a mesma gostosura:


Eu te amo quando não preciso mais dizer te amo.

Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
Eu te amo quando respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
Eu te amo quando compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
Eu te amo quando não te sufoco com chiliques ou pressões.
Eu te amo quando ponho afeto entre as nossas distâncias.
Eu te amo quando aplaudo os teus desejos de voar.
Eu te amo quando me convenço de que o ciúme é algo a superar.
Eu te amo quando te ajudo a ser mais livre do que eras quando eu te conheci.
E eu me amo quando a recíproca a tudo isso também é verdadeira.

Eu Me Amo!


Meus presentes amorosos no Jardim da Casa Azul.



 

10.6.25

Estratégias de Deus

Começo a supor que existam estratégias inconscientes pessoais inexplicáveis. Montadas à nossa revelia, escapam da nossa compreensão primária, imediata. São racionais, logicamente, posto que originadas no cérebro, embora delas não tenhamos consciência. Entretanto, talvez não tenham origem no cérebro, mas, sim, sejam lá colocadas pelos Assessores de Deus (*), em mais um capítulo do Seu Grande Projeto... Preciso pensar um pouco mais sobre esse tema. Inclusive sobre o papel fundamental do Inconsciente nas determinações da Consciência.





(*) Isto, claro, é só uma metáfora.

9.6.25

Tudo que existe

Click na imagem para ver minha biografia.

Foto que fiz de uma carroça conversível que estava estacionada em frente ao boteco do meu Pai, com uma máquina fotográfica Kodak, comprada por reembolso postal. Eu tinha 11 anos, e já era um Cartier-Bresson.



Tudo que existe no mundo — existe duas vezes : primeiro, na cabeça do Criador. Toda mudança tem que antes ser sonhada. A realidade só se transforma de verdade, na prática, depois que transformou-se em teoria. Primeiro no cérebro — depois, no mundo. Sem sonho e sem loucura inteligente, nada de concreto se produz. Nem sorvete, nem avião, computador, arranha-céu. Nem igreja, nem poesia, nem romance, nem boteco, nem Calçadas do Brasil.


Os inventores, os poetas, os artistas, os cantores, e os sonhadores empreendedores — são todos visionários. Einstein, Jesus Cristo, Picasso, Buda, Galileu, John Lennon, Espinosa, Niemeyer e o dono do boteco ali da esquina: um bando de malucos. Se dependesse apenas dos normais, ainda andaríamos de carroça. Talvez nem mesmo de carroça, pois a roda foi criada por um louco... Sem fantasia e liberdade não se encanta o cotidiano. A imaginação descontrolada é que dá cor e vida ao mundo livre. Por isso é que a Loucura Criativa é necessária, desejada — e tão temida.



Volume 001.


8.6.25

Capela da Mãe




 Teste  Casa 1925 da Rua 15.









Capela de Nossa Senhora de Iracy

Minha ideia 469.

Esboço da Capela que vou construir no jardim da minha Mãe. Lembrem-se de Arquimedes, quando disse: "Deem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu levantarei o mundo". Só agora eu vejo que tem relação com isso. Essa obra terá um único ponto de apoio. Eu a tinha feito apenas com dois traços: o V e o círculo. Depois, acrescentei (em traços um pouco mais finos) a "Cruz" estilizada, que em verdade é o ideograma em mandarim 上 (shàng), que significa "pra cima, alto, superior, excelente". E que compõe 上帝 (shàng dì), que significa Deus. O altar ficará no círculo (que na execução será uma esfera). Ainda estou extasiado com a beleza dessa ideia. Ela me surgiu de repente, assim que me acordei, num domingo Guarujá de manhã, dia 23/09/2015.
.


7.6.25

Pontos de vista

Quero te fazer umas perguntas, cujas respostas podem me dizer quem você é:

Especialmente em questões subjetivas — tais como amor e liberdade, família e religião, psicologia e direito, casamento e política, dinheiro e negócios — quando você não concorda com determinadas concepções alheias, também considera que a razão pode estar com o outro?

Em certos debates, em certas discussões, você costuma ter abertura intelectual suficiente para eventualmente considerar que o ponto de vista contrário ao teu pode estar até mais próximo da verdade?

Na vida, você já não defendeu valores, ideias e proposições que depois envelheceram, desesperadamente?

Você já não teve tantas e tantas certezas absolutas que mais tarde foram fulminadas pelo tempo, pela experiência — e, principalmente, pelo estudo?

Sobre certos assuntos, você já não mudou de ideia muitas e muitas vezes?

E será que agora você nunca mais vai mudar?

Será que você, neste exato momento da tua vida, já chegou a todas as conclusões possíveis?




O poema Mude no comercial da Fiat.

5.6.25

Escola de mudanças




E quantas vai aprender hoje?





Sou um poeta


Mas também sou saniasyn, e meu nome, Paritosh Keval, foi dado por Osho, em Poona, India. Sou leitor voraz de Nietzsche, Jung, Cioran, Sartre, Freud, Reich, Leminski, Henry Miller, entre outros.  Acabei de relançar meu livro "Solidão a Mil". Esta edição tem 380 páginas. Filosoft.

Sou o autor do poema "Mude", texto do belíssimo comercial da FIAT, feito pela Agência Leo Burnett. Há muitas outras versões em vídeos no meu blog Mude. Em 2006, foi publicado o livro Mude - pela PandaBooks Editora Original, com prefácio de Antonio Abujamra, a quem concedi entrevista no programa Provocações - TV Cultura.


Sou sócio fundador da Ordem Nacional dos Escritores, ocupando a cadeira número 6, cujo patrono é Graciliano Ramos. Fui Diretor do Clube de Poesia de São Paulo, na Gestão Ives Gandra da Silva Martins. Criador da Máquina de Vendas em 2001. Vencedor do Prêmio Cervantes/Ibéria/1993, categoria Narración em Portugués, com o conto mágico-realista cujo título é A orelha,  Criador da empresa de software  Liberdata. E da Calçadas do Brasil em 2001.

Psicodramatista inquieto, trabalhei, entre outros, com Alfredo Soeiro. Claro que adoro também a Psicanálise. Já experimentei (quase) todas as linhas terapêuticas, a fundo. Mas, em princípio — e exceto para casos gravíssimos — rejeito frontalmente as soluções químicas. Também estou finalizando o Tratado do Arrependimento, livro em que falo das relações familiares, basicamente. Além do livro Teoria do Acaso — cujo título, por sugestão da minha Mãe, será alterado para Tudo é por Acaso.


Estudei Filosofia na USP. Fui aluno de Marilena Chauí, Oswaldo Porchat, Franklin Leopoldo e Silva, entre outros. Sou quase jornalista pela ECA (parei na metade). Estudei Direito também na USP (Largo São Francisco), onde meu maior Mestre era Gofredo Silva Telles. Abandonei a faculdade de Direito no sexto semestre para tornar-me um fotógrafo profissional. Também estudei Economia, por uns tempos, mas isso agora não vem ao caso.  Por sugestão do meu professor de Lógica, Oswaldo Porchat, comecei a estudar Alan Turing fora da USP. Em seguida, fascinado que fiquei, entrei de cabeça na computação. Sem abandonar a poesia, aprendi várias linguagens, inclusive Cobol, Assembler, Pascal e Fortran. Tudo isso em apenas um ano de dedicação integral. Fui ser programador, e três meses depois era Analista de Sistemas e em seguida, aos 22 anos, promovido a Gerente de Informática numa empresa chamada Protin. Meu salário, impulsionado pela Lógica, decuplicou. Cheguei a abrir uma empresa chamada K-Misster. Depois, por doze anos, fui Diretor (inclusive de TI) da empresa ITEL. E continuava mergulhando na Filosofia — e amando a Lógica cada vez mais. Por isso hoje esse meu respeito absoluto pela lógica e pela poesia. Eu respiro lógica e poesia o dia inteiro.  E adoro cozinhar na Casa Azul.



Quantas dimensões será que tem o tempo?







4.6.25

Ultrapassando limites

 

Foto feita hoje de manhã no quintal da Casa Azul, enquanto eu tomava sol e também o café que fiz com água benta e açúcar cristal.


Sem fome, sem sono, sem culpa, e sem dor. Sem pressa, sem apego, e sem pressões. Sem esperas, sem cobranças, sem promessas. Sem medo e sem controle, sem ódio e sem juízo. Sem maldade — e sensível. Sentindo-me eterno no transitório. Conseguindo equilíbrio no instável, no incerto e no inseguro. Amado com delícia e liberdade, e amando com grandeza e ousadia.

Passageiro numa viagem sem destino, percorrendo caminhos ainda não trilhados. Cada vez mais fascinado e encantado com os novos horizontes que se abrem para mim. Adorando as surpresas no momento mesmo em que acontecem, e vivendo a Primavera em qualquer das estações.

Quebrando as barreiras, de modo irreversível. 


Encontrando a essência de cada coisa nela mesma. Compreendendo as razões também daqueles que não me compreendem. Vivendo o mais profundo, o mais criativo, o mais sensual, o mais inocente e o mais sagrado período da minha vida.

Sugando a doçura de todas as coisas...

Vivendo as maiores e melhores paixões da minha vida, e vibrando com tudo que me toca. Sentindo-me a cada momento como se Deus me cobrisse de glórias, de flores e estrelas. Dançando nas minhas próprias e nas Suas emoções. Inundado de carinho e gratidão. Com a cabeça nas nuvens — e o coração no infinito.


Portanto, o que mais posso eu querer da vida, além de amores livres e brilhantes, crepúsculos cor de abóbora nessa praia que eu prefiro, óleo de amêndoas doces, um buquê de rosas brancas e vermelhas, duas ou três taças de vinho transbordantes, muita liberdade, alegria, saúde, poesia, gostosura — e tempo livre para viver tudo isso? 





3.6.25

Metáforas de açúcar



Daqui você sai diferente do que era quando entrou. Eu quero te provocar, intelectualmente. Quero que você suba ao palco da Vida agora mesmo. Por isso é que nas cadeiras poéticas do meu teatro fantástico eu coloco um monte de preguinhos instigantes e palavras que te ferem de algum modo, delicadas, deliciosas, penetrantes...


Eu te provoco com metáforas de açúcar. Eu te cutuco com verbos e delícias insistentes. Eu te cutuco com flores e estrelas — todo dia — porque quero que você pense de modo diferente. Quero que você mude. Quero que você viva.


Quero que você dance no arco-íris de um violino que se chama Liberdade.

2.6.25

Minha Primeira Noite

A Primeira Noite de um Menino.


Quando a primeira paixão da minha vida começou a incendiar-me o peito, tornei-me um serzinho sensual e amoroso full-time. Transformei meu coração num sol inesgotável, e pensei que todas as meninas e mulheres do mundo, daquele dia em diante, se chamariam Marina.


Foto minha aos seis meses de idade, feita por Gustav Jansson.

1.6.25

Zorba - o Buda

Como disse Zorba, o Buda, cada um procura (ou constrói) o seu próprio paraíso: alguns consideram paraíso um copo de pinga; outros, uma igreja evangélica ou uma carreira de sucesso; outros ainda, um saldo bancário ou relações fechadas de amor eterno. Mas eu, como poeta que sou, tenho assim meu paraíso: uma bela tarde ensolarada, uma brisa delicada me tocando as duas faces, gostosuras preenchendo meus olhares, tempo livre, e ao meu lado um amor apaixonado que eu agora esteja amando. E mais duas ou três mulheres-roses dispostas a beijar-me os pés.

É assim meu paraíso: entre vinhos e mulheres, entre flores e estrelas, delícias, liberdades.

E muita paz no coração.



Por falar em paraíso e mulheres-roses, Marina hoje beijou-me os pés. Beijos cândidos, lúbricos, a língua dançante, cobra vermelha entre os meus dedos loucos, explodindo-os de alegria na praia da Enseada. Agora sei o que sentia Jesus quando chegava a prometer até o céu às mulheres que Lhe beijavam os pés.

Agora eu sei...


E pergunto: por que demoraste tanto, Jesus, para mostrar-me agora essa mulher-Marina e seus lábios doces? Por que demoraste tanto, Edson, a mostrar-me essa mulher-Menina?




31.5.25

Conclusões

Não devemos ficar muito impressionados com uma ideia, só porque ela é nossa. Toda hipótese boa não passa de um pequeno passo no caminho do verdadeiro conhecimento. Temos que perguntar, sempre, por que uma determinada ideia nos agrada tanto. Temos obrigação intelectual de compará-la, imparcialmente, com as alternativas. É bom verificarmos se é possível encontrar razões que a invalidem. Aliás, essa verificação é fundamental. Porque, se não fizermos isso, outros certamente o farão — e nós poderemos ser inclusive ridicularizados. Nossa reputação intelectual pode ir para o ralo... O que nos deve interessar, portanto, antes de tudo, é a verdade, e não o nosso apego inabalável a certas conclusões que adoramos.