22.6.25

Com as asas no Pico

Cair do pico é fatal. Portanto, só suba até aqui se você já tiver criado asas. E se já souber voar, perfeitamente. Caso contrário, fique por aí mesmo...


A condição sine qua non para subir ao Pico (e sentir-se bem aqui) é ter asas próprias, saber voar com eficiência — e amar a Liberdade sobre todas as coisas. Sem isso, é melhor contentar-se com o sopé da montanha. Ou tomar providências rigorosas imediatas!






20.6.25

Amar de verdade

MEU CONCEITO DE AMOR


Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.


Amar é permitir sempre. Amar é deixar que o outro vá – ou que fique, se assim o desejar. Amar é ter um respeito absoluto pela própria liberdade e pela liberdade do outro. Amar é compreender sempre. E isso não significa apenas entendimento racional, vai além, muito além: Amar é reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas. Mesmo que essas escolhas eventualmente me excluam.


Mas, se amar significa "reconhecer afetuosamente o direito que o outro tem de fazer suas escolhas" — como eu sempre digo — será que nessa colocação pode estar implícito que devo aceitar as idéias do outro, todas, mesmo as absurdas, e incorporá-las como se fossem minhas, se ele assim o desejar?
Claro que não.
Isto seria uma violência.
Cada um de nós tem um sistema de valores.
Mesmo que seja em nome do amor, a submissão é um horror.

Portanto, amar não significa aceitar todas as escolhas que o outro fizer, mas sim apenas aquelas que não impliquem uma supressão da nossa liberdade pessoal. Porque falta de liberdade causa uma dor imensa. E se causa dor, não é amor. Portanto, se uma determinada escolha feita pelo outro, que diz me amar, contraditoriamente cerceia minha liberdade, ou violenta minha dignidade, me sufoca ou atormenta — então essa escolha me faz mal, e deve ser rechaçada imediatamente, com determinação. Jamais devemos compactuar com quem nos fere ou nos amputa. Sem essa de beijar o carrasco em nome do amor...

Sem liberdade a vida morre.

Amar de verdade é jamais ter ciúmes, nem medo de perder. Amar é não forçar nada, nem sequer um beijo. Amar é não fazer perguntas desnecessárias ou indiscretas — muito menos na hora errada. Amar é deixar fluir a relação em todos os sentidos. É incentivar o voo livre que o outro possa estar querendo, e às vezes até mesmo empurrá-lo com ternura para o abismo gostoso do desconhecido profundo. Amar é respeitar com devoção e aplaudir com entusiasmo esse desejo louco de saltar que o outro às vezes tem. (...)


Eu defendo a tese de que o amor deve ser livre. Se não for livre, chame-o de qualquer outro nome — menos de amor. Aliás, é bom perguntar: se o amor não for livre, como será ele, então? Amor preso? Encarcerado? Acorrentado? Será que alguém, com um mínimo de respeito à vida, pode ser contra o amor livre? Sei que esse é um tema complexo, impossível de ser debatido em meia página de um blog. Mas gosto de supor que sinto-me amado, realmente, quando a pessoa que diz me amar pode olhar-me nos olhos e também dizer, do fundo do coração:

Eu te amo quando não preciso mais dizer te amo.
Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
Eu te amo quando respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
Eu te amo quando compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
Eu te amo quando não te sufoco com chiliques ou pressões.
Eu te amo quando ponho afeto entre as nossas distâncias.
Eu te amo quando aplaudo os teus desejos de voar.
Eu te amo quando me convenço de que o ciúme é algo a superar.
Eu te amo quando te ajudo a ser mais livre do que eras quando eu te conheci.
Eu te amo quando a recíproca a tudo isso também é verdadeira.


18.6.25

Me apaixonando

Ontem eu tirei o dia pra me apaixonar. Faz tempo que eu não fazia isso. Quase um mês. Sair assim, sem destino, ao acaso, e ir me apaixonando, deliciosamente, ao deus-dará... Por meninas e praias, conhecidas ou desconhecidas, tanto faz. Ao léu. Almoçando no Guarujá, jantando em Juqueí, parando nos botecos amigos na beira da estrada. Descalço, despreocupado, escrevendo poesias em guardanapos de papel, fazendo planos maravilhosos — e dançando livremente em todas as praias. Sem buscar nada e encontrando tudo... 

E depois ainda voltar pra casa cantando! 

São e salvo. 


Tem coisa melhor?





17.6.25

Eu te convido a ter Coragem

Minha proposta é a Liberdade Absoluta. Eu venho é para semear razões, quebrar paradigmas, romper limites e derrubar padrões. Não trago nenhuma resposta pronta: só faço perguntas. Eu quero é mexer no coração da tua cabeça, carinhosamente. Fazer um delicioso cafuné nos teus neurônios enrolados. Passar um pente fino nos caracóis da tradição empedernida. Quero questionar tuas verdades mais queridas. Chacoalhar tuas convicções inabaláveis. Não vim, portanto, te propor sossego — nem venho te trazer a paz cansada... Eu te convido a ter coragem. Eu te convido a um salto profundo. Um salto escandalosamente profundo em direção à Vida.






16.6.25

A busca pela inexplicação correta


 
Mojud - O homem com a vida inexplicável


Havia uma vez um homem chamado Mojud. Vivia numa cidade onde obtivera um emprego como pequeno funcionário, e tudo parecia indicar que terminaria sua vida como Inspetor de Pesos e Medidas. Certo dia quando caminhava ao longo dos jardins de um antigo edifício próximo à sua casa, Khidr, o misterioso Guia dos Sufis, surgiu diante dele, vestido de um verde luminoso.
Então Khidr disse:
— Homem de brilhantes perspectivas! Deixe seu trabalho e se encontre comigo na margem do rio dentro de três dias.
Dito isso, desapareceu.
Excitado, Mojud procurou seu chefe e lhe disse que ia partir. E todos na cidade logo souberam do fato e comentaram:
— Pobre Mojud! Deve ter ficado louco.
Mas como havia muitos candidatos ao posto vago, logo se esqueceram de Mojud. No dia marcado, Mojud encontrou Khidr, que lhe disse:
— Rasgue suas roupas e se lance no rio, talvez alguém o salve.
Mojud obedeceu, embora se perguntasse se não estaria louco .
Já que sabia nadar, não se afogou, mas ficou boiando à deriva um longo trecho da corrente antes que um pescador o recolhesse em seu bote, dizendo:
— Homem insensato! A corrente aqui é forte. Que está tentando fazer?
— Na verdade, eu não sei — respondeu Mojud.
— Vejo que perdeu a razão, mas o levarei à minha cabana de juncos junto ao rio e aí veremos o que se pode fazer por você — disse o pescador.
Quando o pescador descobriu que Mojud era bem instruído, passou a aprender com ele a ler e escrever. Em troca, Mojud recebeu alojamento e comida e ajudou o pescador em seu trabalho diário.
Transcorridos uns poucos meses, Khidr apareceu novamente, desta vez ao pé do leito de Mojud, e disse:
— Levante-se e deixe a cabana deste pescador. Será provido do necessário.
Vestido como um pescador, Mojud deixou imediatamente a humilde cabana e perambulou sem rumo certo até alcançar uma estrada. Ao romper da aurora, viu um granjeiro montado num burro, a caminho do mercado.
— Procura trabalho? — perguntou o agricultor. — Estou precisando de um homem que me ajude a trazer algumas compras da cidade.
Mojud o acompanhou então. Trabalhou para o granjeiro durante quase dois anos, ao fim dos quais aprendeu muita coisa, mas somente sobre agricultura.
Uma tarde quando estava ensacando lã, Khidr fez nova aparição e lhe disse:
— Deixe esse trabalho, dirija-se à cidade de Mosul, e empregue suas economias para se converter em mercador de peles.
Mojud obedeceu.

(...)


Um mestre sufi em êxtase

14.6.25

Nortesul e Calçadas do Brasil

 Antes eu era um vendedor de ideias.




Veja o Projeto revolucionário que, como criador e Diretor de Arte da Construtora NorteSul, desenhei para o quinto dos onze prédios de um Conjunto Residencial, na cidade de São Vicente, SP. Levemente inspirado em Gaudí, com cerâmicas Portobello, 9.5 x 9.5. /// Depois eu publico aqui as fotos dos outros quatro prédios anteriores, e explico como foi que concebi a ideia gráfica do revestimento. Pena que o Santiago Calatrava não pôde me ajudar...



Estas paredes não são virtuais: estão prontas e lindas. Desenhadas por mim, ao som de Vangelis e tomando Lambrusco. Fotografei com uma máquina simples, digital, foco automático. Se quiser ver detalhes, dê um click sobre a foto. E lá também havia uma Rose....


No fundo,
 sou apenas um pedreiro inspirado e parabólico... Mas, talvez em 2025, vou fazer pós-graduação em Arquitetura. Só para poder frequentar o escritório do Calatrava, lá em Valencia. Ou em Nova York, tanto faz.


Mas agora estou finalizando o projeto de uma casa para mim, cuja ideia básica eu desenhei num guardanapo de papel no Restaurante Brahma em SP, em 12.10.2010. Quatro dias antes, já havia tido um vislumbre da ideia em Santos, na Kopenhagen. Veja detalhes no link acima.


A seguir uma homenagem aos 7 haitianos que trabalham conosco
Eles adoram almoçar todos os dias na Praça de Alimentação do Shopping West Plaza, que fica em frente às nossas obras nos Condomínios Milano e Torino, Avenida Francisco Matarazzo, São Paulo.




Nada de verdadeiramente grandioso foi criado até hoje na história da Humanidade — sem paixão, ousadia e liberdade!

13.6.25

Razões para sorrir


Não espere a próxima primavera
para sentir o perfume de todas as flores.



Amanhã pode ser tarde demais.

Há oito dias ele estava assim, viçoso.









Razões para chorar. 

Eu acredito sempre na supremacia da ternura. Escrevi esta frase na página 4 de um livro de Erich Fromm, onde ele analisa a Antígona de Sófocles. Eu a escrevi num momento de silêncio após ter almoçado uma deliciosa comida-surpresa, no Pedra Baiana. Coloquei açúcar hoje na salada e temperei com vinho. Me acham louco, também por coisas assim. Eu estava me lembrando de como os infelizes têm certas dificuldades de raciocinar com lógica, quando fui interrompido pelo dono do restaurante, que veio me cumprimentar, todo sorridente. O cozinheiro já tinha vindo antes, e os três garçons também. Não sei o que eles veem em mim. Talvez gostem de poesia ou talvez saibam que eu amo Henry Miller. Não sei. Mas eles são simpáticos e competentes. Leio mais um pouco, pago a conta, me dão balas, vou embora. O carro estava na sombra, felizmente. Resolvo então passar no Pão de Açúcar da Presidente Wilson. Escolho um vinho diferente, duas garrafas, só para experimentar; guaraná Antarctica, um leite Parmalat premium, um pedacinho de queijo, duas mangas. E entro na fila, cantando por dentro. Divagando...  

Será que vou à praia agora? Vejo um dvd do Sammy Davis Jr na gôndola ao lado e me lembro do meu Pai, que gostava dele. A menina do caixa tem os olhos lindos. E os lábios dela, parecem da Angelina Jolie. Bem que eu beijaria... Alguém me liga, convidando pra jantar. Atendo e desligo. Não posso: tenho que terminar o desenho daquele projeto. Nossa, já são quase três horas! Acho que vou subir à piscina primeiro. Tomara que aquela gostosinha de Piracicaba esteja hoje lá de novo. Me lembro de algumas cenas do filme A Filha de Ryan, que vi de madrugada. Olha, que loira linda ali, escolhendo melancias... Acho que vou... 


Eis que acontece um insight: Na fila, logo atrás de mim, dois rapazes contam suas moedinhas... Meu mundo vira de ponta-cabeça na hora! Um deles trazia quatro salsichas num saquinho transparente. Será que vai dar, o mais novo perguntou. E o outro recontou as moedinhas, uma por uma. Acho que vai, responde, apreensivo. Duas lágrimas rolam dos meus olhos e eu tento disfarçar. Um monte delas caem de novo agora enquanto escrevo isto. Meu Deus: como pode nossa sociedade ainda produzir cenas como essa? Tanta complexidade só para comprar quatro salsichas?! Tanta dor e tanto sofrimento por causa de noventa e quatro centavos?! Tanta humilhação só para se matar a fome?! E meu coração me diz que devemos fazer alguma coisa... Então, peço-lhes, gentilmente, que passem à minha frente, e o que faço depois não é preciso contar aqui.


Isto aconteceu no dia 10 de janeiro de 2008, quando eu estava fazendo uma obra em São Vicente, SP, no Condomínio Brasil Colonial, e, além do Guarujá, morava também no Flat Paladium.










12.6.25

Dia dos Namorados


Neste Dia dos Namorados eu quero que você faça esta profunda Declaração de Amor ao teu Amor.

E que ouça dele a mesma coisa, talvez em outros termos — mas com a mesma gostosura:


Eu te amo quando não preciso mais dizer te amo.

Eu te amo quando reconheço teu Direito de Fazer Escolhas.
Eu te amo quando respeito tua própria liberdade tanto quanto a minha.
Eu te amo quando compreendo tua vontade de às vezes ficar só.
Eu te amo quando não te sufoco com chiliques ou pressões.
Eu te amo quando ponho afeto entre as nossas distâncias.
Eu te amo quando aplaudo os teus desejos de voar.
Eu te amo quando me convenço de que o ciúme é algo a superar.
Eu te amo quando te ajudo a ser mais livre do que eras quando eu te conheci.
E eu me amo quando a recíproca a tudo isso também é verdadeira.

Eu Me Amo!


Meus presentes amorosos no Jardim da Casa Azul.



 

10.6.25

Estratégias de Deus

Começo a supor que existam estratégias inconscientes pessoais inexplicáveis. Montadas à nossa revelia, escapam da nossa compreensão primária, imediata. São racionais, logicamente, posto que originadas no cérebro, embora delas não tenhamos consciência. Entretanto, talvez não tenham origem no cérebro, mas, sim, sejam lá colocadas pelos Assessores de Deus (*), em mais um capítulo do Seu Grande Projeto... Preciso pensar um pouco mais sobre esse tema. Inclusive sobre o papel fundamental do Inconsciente nas determinações da Consciência.





(*) Isto, claro, é só uma metáfora.

9.6.25

Tudo que existe

Click na imagem para ver minha biografia.

Foto que fiz de uma carroça conversível que estava estacionada em frente ao boteco do meu Pai, com uma máquina fotográfica Kodak, comprada por reembolso postal. Eu tinha 11 anos, e já era um Cartier-Bresson.



Tudo que existe no mundo — existe duas vezes : primeiro, na cabeça do Criador. Toda mudança tem que antes ser sonhada. A realidade só se transforma de verdade, na prática, depois que transformou-se em teoria. Primeiro no cérebro — depois, no mundo. Sem sonho e sem loucura inteligente, nada de concreto se produz. Nem sorvete, nem avião, computador, arranha-céu. Nem igreja, nem poesia, nem romance, nem boteco, nem Calçadas do Brasil.


Os inventores, os poetas, os artistas, os cantores, e os sonhadores empreendedores — são todos visionários. Einstein, Jesus Cristo, Picasso, Buda, Galileu, John Lennon, Espinosa, Niemeyer e o dono do boteco ali da esquina: um bando de malucos. Se dependesse apenas dos normais, ainda andaríamos de carroça. Talvez nem mesmo de carroça, pois a roda foi criada por um louco... Sem fantasia e liberdade não se encanta o cotidiano. A imaginação descontrolada é que dá cor e vida ao mundo livre. Por isso é que a Loucura Criativa é necessária, desejada — e tão temida.



Volume 001.


8.6.25

Capela da Mãe




 Teste  Casa 1925 da Rua 15.









Capela de Nossa Senhora de Iracy

Minha ideia 469.

Esboço da Capela que vou construir no jardim da minha Mãe. Lembrem-se de Arquimedes, quando disse: "Deem-me uma alavanca e um ponto de apoio e eu levantarei o mundo". Só agora eu vejo que tem relação com isso. Essa obra terá um único ponto de apoio. Eu a tinha feito apenas com dois traços: o V e o círculo. Depois, acrescentei (em traços um pouco mais finos) a "Cruz" estilizada, que em verdade é o ideograma em mandarim 上 (shàng), que significa "pra cima, alto, superior, excelente". E que compõe 上帝 (shàng dì), que significa Deus. O altar ficará no círculo (que na execução será uma esfera). Ainda estou extasiado com a beleza dessa ideia. Ela me surgiu de repente, assim que me acordei, num domingo Guarujá de manhã, dia 23/09/2015.
.


7.6.25

Pontos de vista

Quero te fazer umas perguntas, cujas respostas podem me dizer quem você é:

Especialmente em questões subjetivas — tais como amor e liberdade, família e religião, psicologia e direito, casamento e política, dinheiro e negócios — quando você não concorda com determinadas concepções alheias, também considera que a razão pode estar com o outro?

Em certos debates, em certas discussões, você costuma ter abertura intelectual suficiente para eventualmente considerar que o ponto de vista contrário ao teu pode estar até mais próximo da verdade?

Na vida, você já não defendeu valores, ideias e proposições que depois envelheceram, desesperadamente?

Você já não teve tantas e tantas certezas absolutas que mais tarde foram fulminadas pelo tempo, pela experiência — e, principalmente, pelo estudo?

Sobre certos assuntos, você já não mudou de ideia muitas e muitas vezes?

E será que agora você nunca mais vai mudar?

Será que você, neste exato momento da tua vida, já chegou a todas as conclusões possíveis?




O poema Mude no comercial da Fiat.

5.6.25

Escola de mudanças




E quantas vai aprender hoje?





Sou um poeta


Mas também sou saniasyn, e meu nome, Paritosh Keval, foi dado por Osho, em Poona, India. Sou leitor voraz de Nietzsche, Jung, Cioran, Sartre, Freud, Reich, Leminski, Henry Miller, entre outros.  Acabei de relançar meu livro "Solidão a Mil". Esta edição tem 380 páginas. Filosoft.

Sou o autor do poema "Mude", texto do belíssimo comercial da FIAT, feito pela Agência Leo Burnett. Há muitas outras versões em vídeos no meu blog Mude. Em 2006, foi publicado o livro Mude - pela PandaBooks Editora Original, com prefácio de Antonio Abujamra, a quem concedi entrevista no programa Provocações - TV Cultura.


Sou sócio fundador da Ordem Nacional dos Escritores, ocupando a cadeira número 6, cujo patrono é Graciliano Ramos. Fui Diretor do Clube de Poesia de São Paulo, na Gestão Ives Gandra da Silva Martins. Criador da Máquina de Vendas em 2001. Vencedor do Prêmio Cervantes/Ibéria/1993, categoria Narración em Portugués, com o conto mágico-realista cujo título é A orelha,  Criador da empresa de software  Liberdata. E da Calçadas do Brasil em 2001.

Psicodramatista inquieto, trabalhei, entre outros, com Alfredo Soeiro. Claro que adoro também a Psicanálise. Já experimentei (quase) todas as linhas terapêuticas, a fundo. Mas, em princípio — e exceto para casos gravíssimos — rejeito frontalmente as soluções químicas. Também estou finalizando o Tratado do Arrependimento, livro em que falo das relações familiares, basicamente. Além do livro Teoria do Acaso — cujo título, por sugestão da minha Mãe, será alterado para Tudo é por Acaso.


Estudei Filosofia na USP. Fui aluno de Marilena Chauí, Oswaldo Porchat, Franklin Leopoldo e Silva, entre outros. Sou quase jornalista pela ECA (parei na metade). Estudei Direito também na USP (Largo São Francisco), onde meu maior Mestre era Gofredo Silva Telles. Abandonei a faculdade de Direito no sexto semestre para tornar-me um fotógrafo profissional. Também estudei Economia, por uns tempos, mas isso agora não vem ao caso.  Por sugestão do meu professor de Lógica, Oswaldo Porchat, comecei a estudar Alan Turing fora da USP. Em seguida, fascinado que fiquei, entrei de cabeça na computação. Sem abandonar a poesia, aprendi várias linguagens, inclusive Cobol, Assembler, Pascal e Fortran. Tudo isso em apenas um ano de dedicação integral. Fui ser programador, e três meses depois era Analista de Sistemas e em seguida, aos 22 anos, promovido a Gerente de Informática numa empresa chamada Protin. Meu salário, impulsionado pela Lógica, decuplicou. Cheguei a abrir uma empresa chamada K-Misster. Depois, por doze anos, fui Diretor (inclusive de TI) da empresa ITEL. E continuava mergulhando na Filosofia — e amando a Lógica cada vez mais. Por isso hoje esse meu respeito absoluto pela lógica e pela poesia. Eu respiro lógica e poesia o dia inteiro.  E adoro cozinhar na Casa Azul.



Quantas dimensões será que tem o tempo?







4.6.25

Ultrapassando limites

 

Foto feita hoje de manhã no quintal da Casa Azul, enquanto eu tomava sol e também o café que fiz com água benta e açúcar cristal.


Sem fome, sem sono, sem culpa, e sem dor. Sem pressa, sem apego, e sem pressões. Sem esperas, sem cobranças, sem promessas. Sem medo e sem controle, sem ódio e sem juízo. Sem maldade — e sensível. Sentindo-me eterno no transitório. Conseguindo equilíbrio no instável, no incerto e no inseguro. Amado com delícia e liberdade, e amando com grandeza e ousadia.

Passageiro numa viagem sem destino, percorrendo caminhos ainda não trilhados. Cada vez mais fascinado e encantado com os novos horizontes que se abrem para mim. Adorando as surpresas no momento mesmo em que acontecem, e vivendo a Primavera em qualquer das estações.

Quebrando as barreiras, de modo irreversível. 


Encontrando a essência de cada coisa nela mesma. Compreendendo as razões também daqueles que não me compreendem. Vivendo o mais profundo, o mais criativo, o mais sensual, o mais inocente e o mais sagrado período da minha vida.

Sugando a doçura de todas as coisas...

Vivendo as maiores e melhores paixões da minha vida, e vibrando com tudo que me toca. Sentindo-me a cada momento como se Deus me cobrisse de glórias, de flores e estrelas. Dançando nas minhas próprias e nas Suas emoções. Inundado de carinho e gratidão. Com a cabeça nas nuvens — e o coração no infinito.


Portanto, o que mais posso eu querer da vida, além de amores livres e brilhantes, crepúsculos cor de abóbora nessa praia que eu prefiro, óleo de amêndoas doces, um buquê de rosas brancas e vermelhas, duas ou três taças de vinho transbordantes, muita liberdade, alegria, saúde, poesia, gostosura — e tempo livre para viver tudo isso? 





3.6.25

Metáforas de açúcar



Daqui você sai diferente do que era quando entrou. Eu quero te provocar, intelectualmente. Quero que você suba ao palco da Vida agora mesmo. Por isso é que nas cadeiras poéticas do meu teatro fantástico eu coloco um monte de preguinhos instigantes e palavras que te ferem de algum modo, delicadas, deliciosas, penetrantes...


Eu te provoco com metáforas de açúcar. Eu te cutuco com verbos e delícias insistentes. Eu te cutuco com flores e estrelas — todo dia — porque quero que você pense de modo diferente. Quero que você mude. Quero que você viva.


Quero que você dance no arco-íris de um violino que se chama Liberdade.

2.6.25

Minha Primeira Noite

A Primeira Noite de um Menino.


Quando a primeira paixão da minha vida começou a incendiar-me o peito, tornei-me um serzinho sensual e amoroso full-time. Transformei meu coração num sol inesgotável, e pensei que todas as meninas e mulheres do mundo, daquele dia em diante, se chamariam Marina.


Foto minha aos seis meses de idade, feita por Gustav Jansson.

1.6.25

Zorba - o Buda

Como disse Zorba, o Buda, cada um procura (ou constrói) o seu próprio paraíso: alguns consideram paraíso um copo de pinga; outros, uma igreja evangélica ou uma carreira de sucesso; outros ainda, um saldo bancário ou relações fechadas de amor eterno. Mas eu, como poeta que sou, tenho assim meu paraíso: uma bela tarde ensolarada, uma brisa delicada me tocando as duas faces, gostosuras preenchendo meus olhares, tempo livre, e ao meu lado um amor apaixonado que eu agora esteja amando. E mais duas ou três mulheres-roses dispostas a beijar-me os pés.

É assim meu paraíso: entre vinhos e mulheres, entre flores e estrelas, delícias, liberdades.

E muita paz no coração.



Por falar em paraíso e mulheres-roses, Marina hoje beijou-me os pés. Beijos cândidos, lúbricos, a língua dançante, cobra vermelha entre os meus dedos loucos, explodindo-os de alegria na praia da Enseada. Agora sei o que sentia Jesus quando chegava a prometer até o céu às mulheres que Lhe beijavam os pés.

Agora eu sei...


E pergunto: por que demoraste tanto, Jesus, para mostrar-me agora essa mulher-Marina e seus lábios doces? Por que demoraste tanto, Edson, a mostrar-me essa mulher-Menina?




31.5.25

Conclusões

Não devemos ficar muito impressionados com uma ideia, só porque ela é nossa. Toda hipótese boa não passa de um pequeno passo no caminho do verdadeiro conhecimento. Temos que perguntar, sempre, por que uma determinada ideia nos agrada tanto. Temos obrigação intelectual de compará-la, imparcialmente, com as alternativas. É bom verificarmos se é possível encontrar razões que a invalidem. Aliás, essa verificação é fundamental. Porque, se não fizermos isso, outros certamente o farão — e nós poderemos ser inclusive ridicularizados. Nossa reputação intelectual pode ir para o ralo... O que nos deve interessar, portanto, antes de tudo, é a verdade, e não o nosso apego inabalável a certas conclusões que adoramos.




30.5.25

Crescimento emocional

Numa discussão racional (*) sempre sou flexível. Se os argumentos de um suposto adversário forem melhores do que os meus, seria burrice não admitir tais fatos. Aliás, admitindo-os, eu amplio meu sistema de informações. De certo modo, fico ainda mais inteligente, pois acabo incorporando ao meu repertório algumas informações ou conclusões que eu antes não tinha.


Além de demonstrar elegância intelectual com tal atitude, fico até melhor preparado para os futuros embates — com esse mesmo citado oponente ou com eventuais outros..

(*) E se for uma discussão irracional, eu nem entro.


Será que você, em princípio, pode concordar com esse meu critério relacional?












Abaixo a canequinha de lata.









Não devemos ficar muito impressionados com uma ideia, só porque ela é nossa. Toda hipótese boa não passa de um pequeno passo no caminho do verdadeiro conhecimento. O que temos que perguntar, sempre, é por que uma determinada ideia nos agrada tanto. Temos obrigação intelectual de compará-la, imparcialmente, com as alternativas. É bom verificarmos se é possível encontrar razões que a invalidem. Aliás, essa verificação é fundamental. Porque, se não fizermos isso, outros certamente o farão — e nós poderemos ser inclusive ridicularizados. Nossa reputação intelectual pode ir para o ralo... O que nos deve interessar, portanto, antes de tudo, é a verdade, e não o nosso apego inabalável a certas conclusões que adoramos.



29.5.25

Paulo Coelho plagiou meu poema Mude


Veja o histórico dos muitos PLÁGIOS que Paulo Coelho cometeu contra mim, em várias publicações pelo mundo.




Em 23.01.2015 ele se desculpou, publicamente.


Em 16.03.2011 ele já tinha conversado comigo.

E ainda tentou me intimidar... rs!

Acontece que o plágio vinha desde 2008.


28.5.25

Mu danças

Eu vivo a deliciosa incerteza a cada instante. E exceto a defesa radical da Liberdade absoluta, não tenho convicções inabaláveis. Não creio em destino. Adoro varandas. Construo jardins...

A vida é incerta. Uma corda bamba de seda à beira do abismo me excita. Eu não quero ordens — eu quero música. Ninguém me prende, ninguém me dirige, ninguém me controla, ninguém me segura. Não aceito invasões. Ninguém pode viver minha vida em meu nome. Não terceirizo as minhas emoções. Não estou à venda. Sou eu que faço as minhas escolhas.





27.5.25

Minha Vó Vitalina

Minha bisavó Vitalina às vezes se fazia de surda — para defender-se das besteiras que toda família acaba proferindo, diariamente. Quando alguém lhe falava coisas que não lhe pareciam importantes, ela continuava com seu cigarrinho de palha, olhando para o nada. Então, sorria pra mim, dava uma piscadinha sarcástica e, mais tarde, quando estávamos só nós dois, ela me explicava sobre tudo o que tinha ouvido, mas fingira que não. Um dia ela me disse que, para sobreviver com decência, eu deveria ter duas qualidades: pensar rápido e enganar autoridades. Tive que aprender.




Minha bisaVó Vitalina Marques e minha Mãe Iracy Marinho (que nesse dia, aos dezenove anos de idade, já estava grávida de mim).







 Teste 1925


26.5.25

Nasci para voar


Nasci para ser livre.

Eu já nasci entusiasmado pela Vida. Já nasci fazendo amor e alegria. Mas também nasci para contestar as regras bobas e saltar profundo. Para escrever poemas libertários e dançar com Deus. Para tomar o vinho consagrado e mastigar a hóstia. Nasci para provocar os acomodados. Para compreender os incompreendidos. Para fazer escândalos poéticos e cobrir de gostosura os anseios do teu peito, meu Amor.

Eu nasci para tocar teu delicado coração.

Nasci para ser Livre.

Nasci para ser Meu.


Desde aquela madrugada solitária em que a Mãe do Mel me deu a Luz numa casinha de madeira, ao lado de uma roseira branca, minha alma transformou-se no meu corpo — e vive em festa.

24.5.25

Aconteceu na Romênia

Falo como se fosse Medy. Falo como se fosse noite. Como se fosse tarde. A vida tem muitas estações — eu já sabia. Estávamos numa delas, a mais fria, ao norte da Bucareste assolada pela guerra, na região industrial, com suas chaminés fumegantes apontando para um céu sombrio. Sentada numa pedra ao lado dos trilhos, eu contava os buracos que enfeitavam minhas luvas de lã. De vez em quando olhava para minha mãe, com seu lenço escurecido, emoldurando com tristeza um rosto marcado por tempo e angústia. Mesmo de longe eu sentia que seus olhos estavam úmidos. Parece que ela economizava até lágrimas, pois quase não as derramava, e elas ficavam contidas nos seus olhos, formando dois minúsculos lagos misteriosos e azuis. Sentada num banco de madeira gasta, ela todo dia esperava por alguém que nunca vinha. Se bem me lembro, nunca veio. Senti a fome outra vez — mas fiquei com vergonha de achar que era verdade. Diria Knut Hamson que a nossa situação se recusava a melhorar — e eu só podia contribuir com renúncias. Eram pequenas as renúncias que eu fazia, mas eram todas que podia fazer. Quando saíamos de casa pela manhã, já tinha consciência de que poderíamos voltar à noite com a mesma fome original. As circunstâncias me pareciam eternas, imutáveis. Minha mãe lutava com as armas que tinha, e eu já compreendia que ninguém vai além dos seus limites. Nunca lhe falei sobre fome, por maior que fosse — como essa que agora me corta em duas.

Mais um trem passou entre nós, sinuoso, e eu pisco meus olhos para vê-la entre um vagão e outro. Minha mãe era tudo o que me ligava à vida. Foi ela que me ensinou a contar, a rezar, a cantar. E, principalmente, a sorrir.

Ontem, eu contei trinta e quatro buraquinhos, e hoje, trinta e dois. Será que Deus anda consertando minhas luvas à noite, sem que eu veja? Será que é por Deus também que minha mãe espera todo dia na estação? Hoje não está nevando, mas o vento parece que tem lâminas. Brinco com pedrinhas nesse chão encardido da Romênia, e vejo minha sombra escurecer um pouco mais: é o sol que surge tímido no céu. Levanto então minha cabeça, e vejo coisas lindas. Vislumbro tudo aquilo que um dia vou ter: avião, automóveis, colares, braceletes de ouro, pulseiras divinas.

Eu me espanto.

Abro ainda mais os olhos, e vejo claramente uma mesa enorme: comidas, bebidas, flores, pérolas, pãezinhos, doces de todos os tipos, luzes, barras de chocolate. E tudo isso vai ser meu — um dia. Tudo!

A esperança acendeu meu coração de novo. Mais que esperança, era uma certeza absoluta.

Grito "mammi!"

E me levanto, atravesso os trilhos ofegantes, escorrego em pedregulhos, chego perto dela: "Mammi, sabe o que eu vi?"

Ajoelho-me à sua frente, e conto-lhe tudo, tintim por tintim — com aquela alegria pura que só uma criança consegue sentir, e mostrar que sentiu. Quero compartilhar com ela o que teremos um dia. Ela sorri, passa sua mão por meus cabelos revoltos, e não diz nada. Vejo que agora transbordam seus dois lagos azuis. Inundada de gratidão, choro também. Choro porque ela me ama. Porque demonstra com seus olhares e gestos que confia em mim:   e sabe que é verdade tudo aquilo que eu vi.

Ela acredita.


(Eu também.)




Escrevi esse texto acima no Flat Palladium em 2010, no último dos quatro anos em que lá também morei (além do Guarujá). Foi quando eu estava criando as paredes do Brasil Colonial. Nesse sofá do meio, na recepção, eu escrevi centenas de páginas para os meus livros. E lá em cima, na piscina, também.




Em abril de 2027 vou ficar uns dias lá de novo, só para me lembrar da Giulia, neta da Dryade.