Eu adoro a Matemática desde pequenino. Aos oito anos eu já sabia a tabuada do 15 e a regra de três. Aprendi a descontrolar meu mundo com o Teorema de Pitágoras. Aos dez, já era íntimo de PA e PG e de equações exponenciais. Depois, me apaixonei pela Lógica de modo inescapável. Mais tarde, virei amante excitado da Estatística e da Teoria dos Nós. Vibrei com Fibonacci, e fui fazer computação. Mas tudo isso abraçado a flores e estrelas, e sem jamais abandonar a Poesia. E foi assim, dançando nos versos dos meus sonhos, é que descobri a existência de uma coisa gloriosa, que se chama Divina Proporção. O modo mais brilhante de levantar uma parede ou desenhar uma calçada. O modo mais gracioso de colocar as vogais tônicas nos meus cantos e poemas, e a maneira mais elegante de massagear os pés do meu amor.
Por sugestão do meu professor de Lógica na USP, Oswaldo Porchat, comecei a estudar Alan Turing de modo profundo. Em seguida, fascinado que fiquei, entrei de cabeça na computação. Sem abandonar a poesia, aprendi várias linguagens, inclusive Cobol, Assembler, Pascal e Fortran. Tudo isso em apenas um ano de dedicação integral. Fui ser programador, e três meses depois era Analista de Sistemas e em seguida, aos 22 anos, promovido a Gerente de Informática numa empresa chamada Protin. Meu salário, impulsionado pela Lógica, decuplicou. E eu continuava na Filosofia — amando a Lógica, lógico, cada vez mais. Por isso hoje esse meu respeito absoluto pela lógica e pela poesia. Eu respiro lógica e poesia o dia inteiro.
Como me disse meu Pai,
Se. Eu. Não. Estudar. Eu. Vou. Me. Foder.
Veja o que é a Divina Proporção.