25.7.22

Com a ajuda do Tempo


Ter um irmão como eu não deve ser fácil: há mais de trinta anos que não perco a calma, não reclamo da Vida, e dou valor secundário às coisas secundárias. Sou um poeta zen, feliz e alegre. Independente. Completamente livre. O único solteiro entre os irmãos. E não fico doente nunca! Há mais de cinquenta anos que não tomo nem aspirina... Isso talvez possa causar um certo desconforto espiritual naqueles que se supõem iguais a mim por terem nascido, supostamente, da mesma Mãe. Mal sabem eles que a Mãe de um primogênito é sempre diferente da Mãe dos demais filhos. Tudo muda. E talvez essa injusta medida tomada por eles, no caso da censura cruel ao telefone, impedindo que eu falasse com minha Mãe por três ou quatro meses, foi só uma vã tentativa de arrastar-me para o mundo escuro dos conceitos mal elaborados. Jamais conseguirão.

Eu sempre os compreendi.


Com a ajuda do Tempo, e da Biologia, tudo se resolverá.

Bom ressaltar ainda que nossa convivência sempre foi amorosíssima, em todos os sentidos, em todas as circunstâncias. Até que eles começaram a tomar antidepressivos...

Edson. Palladium. 09.01.2008.