Eu não perco nenhuma oportunidade de ajudar alguém. Esta frase me ocorreu a propósito de uma cena presenciada ontem por mim. Um ex-amigo meu — crente em Deus, devoto sincero — ao ver um maltrapilho pedindo um pratinho de comida, recusou-se a ajudar, sob a alegação de que "Deus sabe o que faz", e que, se aquele ser humano está passando fome (ou sede, ou dor, ou frio), é porque merece esse "castigo". Já minha visão do fato é outra. Minha leitura da mesma cena é radicalmente diferente. Embora eu também ache que "Deus sabe o que faz", suponho que Deus colocou aquele mendigo no meu caminho exatamente para que eu participe da cena — e o ajude. No fundo, é uma chance que Deus me concede para que eu ajude alguém. Portanto, eu jamais iria desperdiçar uma chance de servir a Deus. Além do mais, pode ser que Deus me apresenta essas coisas todas só para ver se estou atento ao sofrimento alheio... Vai saber.
Essa forma fria, cruel e econômica que esse meu ex-amigo escolheu para encarar tal questão me parece desumana e meio contraditória, pois elimina qualquer possibilidade de ajuda humanitária, apoio amoroso, justiça social e até mesmo simples caridade. Desumaniza as relações. Vai contra o que pregavam Jesus Cristo e outros mestres espirituais. Contra até mesmo o Bolsa Família. Entretanto, ressalvo que também eu, neste caso, talvez esteja errado — e Deus pode não estar ligando a mínima para o sofrimento humano...
Se é que Deus existe, é claro.
Essa forma fria, cruel e econômica que esse meu ex-amigo escolheu para encarar tal questão me parece desumana e meio contraditória, pois elimina qualquer possibilidade de ajuda humanitária, apoio amoroso, justiça social e até mesmo simples caridade. Desumaniza as relações. Vai contra o que pregavam Jesus Cristo e outros mestres espirituais. Contra até mesmo o Bolsa Família. Entretanto, ressalvo que também eu, neste caso, talvez esteja errado — e Deus pode não estar ligando a mínima para o sofrimento humano...
Se é que Deus existe, é claro.