21.11.10

segredo revelado

Todos temos nossos segredos — segredinhos e segredões — e eu vejo que isso é bom. Um sinal de que temos autonomia. Uma alma soberana se resguarda. E nessa alma soberana existe uma caixinha, uma gaveta, uma cabine indevassável onde guardamos certas coisas (boas ou más, feias ou bonitas, legais ou ilegais, isso não importa: o filósofo não julga, não tem moral a defender). Alguns desses segredos podem ser desvendados livremente, outros apenas desvendidos, e temos alguns que só revelaremos vinte anos depois da nossa morte. Digo isso porque hoje quero te propor um exercício: Conte para o teu namorado ou namorada (marido ou esposa, pai ou mãe, colega, amigo, amante) aquele segredo que, se revelado, mais ameaça o seu relacionamento.

Assuma o risco — e conte.

Ou você não vai contar porque tem medo de não ser compreendido? Tem medo de que o barco afunde, ou de que a coisa desande? Ora, se for apenas por isso, então eu pergunto: Por que manter um relacionamento que não suporta um segredinho revelado?

E se der pau nem ligue: toda perda abre caminho para o novo.