20.11.10

ideias nascem como cabelos

Idéias nascem na minha cabeça, como fossem cabelos. Às vezes lisas, outras vezes enroladas, em cachos, negras, livres, caracóis. Tenho que penteá-las, faço luzes, dou-lhes brilho, corto as pontas, tento até um reflexo invertido certos dias. Algumas são aranhas, apressadas, delirantes; outras, cor de trigo, ouro em nuvens, brancas, loucas, prateadas, zen budistas, retumbantes. Diferentes entre si, são multicores, inspiradas quase sempre, calorosas com certeza. Todas minhas, entretanto. Mas empresto-as, livremente — desde que me citem, entre aspas e poesias, entre flores e estrelas.