Um poeta filósofo como eu, falando de Jesus, pode te chocar, mas é que também gosto muito da Mitologia Cristã. O que desaprovo, radicalmente, é a utilização primária dessa mitologia por uma certa classe de aproveitadores com o principal objetivo de fundar uma Igreja e arrecadar fundos — mas essa é outra história.
Para mim, Jesus é o Caminho para o Reino de Deus — e esse reino é a Liberdade Total. Se Jesus é a Verdade e o Exemplo, então deveríamos obviamente segui-lo. Mas, em vez de percorrê-lo, nós destruímos esse Caminho — exatamente para que ninguém mais consiga passar por ele. Matamos esse Exemplo não só para que nós mesmos não alcancemos o Céu (ou "Reino de Deus", que aliás está dentro do nosso próprio peito), mas também para que ninguém mais o alcance. Nós apagamos essa trilha para que todos se percam. Para que todos desperdicem essa maravilhosa possibilidade de Salvação...
Essa tese que agora proponho me parece consistente. Porque o exemplo de Jesus vai contra a Tradição, contra a Família, contra a Propriedade, contra as convenções sociais, contra a Hipocrisia — e contra a Autoridade. Jesus nunca trabalhou, não tinha casa própria, não se casou, andava descalço, estudou filosofia, namorou uma mulher solteira (que diziam ser prostituta só porque era livre), gostava de vinho, de perfume e dos cafunés da Marta, fez alguns milagrezinhos para a platéia — e nunca se apegou a rigorosamente nada. Nem à própria Vida. "Olhai os lírios do campo" — dizia ele. "Olhai os pássaros do Céu: não tecem nem fiam, etc". Jesus era brilhante. Você vai entender o que estou dizendo se ler, lá em Mateus 6 ponto alguma coisa, o belíssimo "Sermão da Montanha".
Exceto pela morte trágica (que pode até ser metafórica), a vida de Jesus deve ter sido realmente uma delícia. Só festa, cultura e alegria. Só vinho, mulher e oração. Jesus era adepto do ócio criativo. Passou a vida inteira coçando o Divino Saco... Em verdade, seu trabalho consistia em vender ideias. Nunca se deixou explorar por um patrão nem por uma patroa. Nem por um Pai dominador.
Claro que um "Exemplo" como esse não seria enaltecido pela classe dominante. Claro que tal "Caminho" teria mesmo que ser negado, destruído, açoitado, crucificado e, principalmente, desqualificado.
Mas é exatamente por isso que eu amo Jesus!
Para mim, Jesus é o Caminho para o Reino de Deus — e esse reino é a Liberdade Total. Se Jesus é a Verdade e o Exemplo, então deveríamos obviamente segui-lo. Mas, em vez de percorrê-lo, nós destruímos esse Caminho — exatamente para que ninguém mais consiga passar por ele. Matamos esse Exemplo não só para que nós mesmos não alcancemos o Céu (ou "Reino de Deus", que aliás está dentro do nosso próprio peito), mas também para que ninguém mais o alcance. Nós apagamos essa trilha para que todos se percam. Para que todos desperdicem essa maravilhosa possibilidade de Salvação...
Essa tese que agora proponho me parece consistente. Porque o exemplo de Jesus vai contra a Tradição, contra a Família, contra a Propriedade, contra as convenções sociais, contra a Hipocrisia — e contra a Autoridade. Jesus nunca trabalhou, não tinha casa própria, não se casou, andava descalço, estudou filosofia, namorou uma mulher solteira (que diziam ser prostituta só porque era livre), gostava de vinho, de perfume e dos cafunés da Marta, fez alguns milagrezinhos para a platéia — e nunca se apegou a rigorosamente nada. Nem à própria Vida. "Olhai os lírios do campo" — dizia ele. "Olhai os pássaros do Céu: não tecem nem fiam, etc". Jesus era brilhante. Você vai entender o que estou dizendo se ler, lá em Mateus 6 ponto alguma coisa, o belíssimo "Sermão da Montanha".
Exceto pela morte trágica (que pode até ser metafórica), a vida de Jesus deve ter sido realmente uma delícia. Só festa, cultura e alegria. Só vinho, mulher e oração. Jesus era adepto do ócio criativo. Passou a vida inteira coçando o Divino Saco... Em verdade, seu trabalho consistia em vender ideias. Nunca se deixou explorar por um patrão nem por uma patroa. Nem por um Pai dominador.
Claro que um "Exemplo" como esse não seria enaltecido pela classe dominante. Claro que tal "Caminho" teria mesmo que ser negado, destruído, açoitado, crucificado e, principalmente, desqualificado.
Mas é exatamente por isso que eu amo Jesus!