3.7.10

este eu que ora sou

Este eu que ora sou, num enorme, num desesperado esforço de imaginação, posso até jurar-te amor eterno. Mas, como esperar — como exigir — que o outro eu que amanhã certamente serei cumpra, eternamente, o que te promete este eu que sou agora?


Dora era uma menina que fascinou-me quando jantávamos logo após uma sessão de fotos no estúdio do Senac. Aquela noite fiz 360 fotos dela. Na hora da sobremesa eu decidi que abandonaria a a faculdade de Direito para ser fotógrafo. Foi para ela que escrevi, três anos depois, no Restaurante Brahma (SP), num guardanapo de linho branco, esse poema sobre promessas eternas...
Publicado depois no Manual da Separação, página 14.