Como dizia Oscar Wilde, o maior afrodisíaco é a inocência. São puras as palavras, e a mim se entregam — crianças, no seu dia. Amo-as e as defloro com a própria minha língua, não para que deixem de ser virgens, mas para que gozem o prazer de serem ditas — e bem ditas.
Não é um jogo o que faço com elas — apenas brinco com elas. Brinco nas orelhas de Van Gogh de novo, e pinto-as de azul. Enquanto brinco, meu Amor chega, glorioso, e me arrasta do sonho para o devaneio — e em seguida vice-versa. Às vezes, transforma em delírio aquele sonho que eu mesmo já sonhava.