Eu sou tão bom,
que às vezes chego a mentir que não sou tanto,
apenas para não sufocar o outro com esse excesso de bondade.
Sou tão alegre, que às vezes dissimulo, para que o outro não perceba
que toda a felicidades do mundo pousou em mim
e habita meu corpo como uma deusa.
Eu sou tão puro, que às vezes tomo emprestado
um pouco da mácula do mundo,
para ficar menos divino;
Sou tão inocente, que você nem acredita
Às vezes nem eu mesmo acredito.
Mesmo quando me transformo delicioso num pirata,
ou num doce aventureiro,
o meu corpo vira um punhal que não tem corte,
mas perfume.
E minha língua, vermelha,
verbo transitivo de mim mesmo,
essa navalha de fogo que penetra teu sexo
e teu coração,
é uma navalha que não tem corte, mas doçura.
Uma navalha que não ataca, mas beija.
Que não dilacera, mas lambe.
A navalha em que minha língua vermelha se transforma
não tem corte, mas perfume.
Por isso, ela te beija,
e não te fere.
Acaricia.
que às vezes chego a mentir que não sou tanto,
apenas para não sufocar o outro com esse excesso de bondade.
Sou tão alegre, que às vezes dissimulo, para que o outro não perceba
que toda a felicidades do mundo pousou em mim
e habita meu corpo como uma deusa.
Eu sou tão puro, que às vezes tomo emprestado
um pouco da mácula do mundo,
para ficar menos divino;
Sou tão inocente, que você nem acredita
Às vezes nem eu mesmo acredito.
Mesmo quando me transformo delicioso num pirata,
ou num doce aventureiro,
o meu corpo vira um punhal que não tem corte,
mas perfume.
E minha língua, vermelha,
verbo transitivo de mim mesmo,
essa navalha de fogo que penetra teu sexo
e teu coração,
é uma navalha que não tem corte, mas doçura.
Uma navalha que não ataca, mas beija.
Que não dilacera, mas lambe.
A navalha em que minha língua vermelha se transforma
não tem corte, mas perfume.
Por isso, ela te beija,
e não te fere.
Acaricia.