17.9.08

Tempestade de desejos

Deverei assumir a inconsequência e o risco dos projetos fascinantes, ou deixar que esmaguem no meu peito a gostosura das paixões enlouquecidas? Devo permitir que as vontades puras que tenho em mim sejam cada vez mais satisfeitas, ou submeter meu coração apaixonado às regras neuróticas de outros? Assumo o compromisso com essa estética erótica que permeia toda a minha existência — e a torna melhor — ou devo aceitar essa volta ao passado, essa negação amargurada, ridícula, normalizante, precária; essa renúncia desajustada e caótica de um futuro brilhante que trago em mim? Poderei continuar sendo um fogoso corcel negro em disparada, ou conseguirão eles (os moralistas, os conservadores, os donos da força bruta...) fazer com que morram, por perigosas, essas paixões que me libertam? Saberei eu manter as dúvidas enquanto caminho por esta deliciosa tempestade de desejos?