Mas hoje eu não cometo mais pecados.
A menos que sejam gostosos e se tornem inevitáveis...
Eu me lembro das canções de ninar que ela cantava para que eu não dormisse — do Kyrie Eleison ao Noel Rosa. Eu me lembro do conselho que me deu: que eu nunca deixe de ser Eu. E me lembro do dia em que eu nasci: era um dia de duplas esperanças. Era uma noite de luar azul escandaloso. Era um sábado de aleluias e esperas, de poesia e de romance... Era uma casinha de madeira e primaveras, ao lado de uma bela roseira branca — no finzinho de uma rua principal. Era hora de metáforas, era hora de loucuras. Como toda musa entusiasmada era fora deflorada por um louco delicado que se chamava Luiz. Era outra vez madrugada e ela sozinha outra vez. Foi então que essa Mulher se decidiu me dar a Luz.
Era o começo de duas histórias de Amor.