17.6.08

it´s just me

Ontem, no trânsito, dirigindo na avenida da praia, tive um insight: aquele "idiota" que ocupava o meu corpo não era Eu: era um outro, que ali estava a caminho do trabalho alienado, numa desesperada pausa da própria vida. Estava indo vender o meu tempo para uma pessoa que possui uma estupidez monumental. Falar de negócios com alguém que nunca deve ter lido um poema de amor é um horror. Uma coisa que eu às vezes preciso suportar.

Porém, logo mais, à noite, felizmente, eu voltaria a ser Eu — e viveria como mereço e posso. Encheria uma taça de gelo picado com Absinto, colocaria talvez Jon Bon Jovi a dizer-me It's Just Me, chamaria os meus amores, um por um, e depois entraria delicadamente no Oceano Atlântico.

E ficaria olhando a lua nova por toda a eternidade...