Segundo a Bíblia, Jesus ressuscitou após três dias da sua morte biológica, num processo de religação do seu corpo à sua alma. E na Páscoa celebra-se exatamente isto: a volta de Jesus ao mundo matematerial, levantando-se do seu sepulcro, e ressurgindo perante Madalena, primeiramente (João 20:10-18). Esse retorno, essa passagem de volta a este mundo, essa ressurreição é comemorada na Páscoa.
Tal concepção de ressurreição está na Bíblia, explicitamente, e é assim entendida por todos os teólogos e cristãos nos últimos dois mil anos. Mas eu defendo uma tese diferente. Para mim, a verdadeira ressurreição de Jesus foi quando Ele morreu. Quando ele deixou esta vida e renasceu para a outra. Para aquela de onde ele supostamente veio.
Esta é a minha tese. Como Jesus foi o maior criador de metáforas, um mestre das parábolas, entro no jogo dele e crio uma nova. Quando se diz “ressuscitar”, isso, segundo aqui proponho, quer dizer “renascer para a outra vida” — não para esta. Não é o retorno a esta, mas o retorno à outra.
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A Bíblia relata dez casos de ressurreição: três no Antigo Testamento e sete no Novo. A Bíblia (em Mateus 28:5-6) diz claramente que Jesus ressuscitou dos mortos:
"Mas o anjo disse às mulheres: Não temais vós; pois eu sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Não está aqui, porque ressurgiu. (...) Vinde, vede o lugar onde jazia."
Ou seja, segundo a Bíblia, o Corpo deixou o sepulcro e viveu novamente. E depois teria sido visto, andando, por muitas pessoas, incluindo Madalena e os apóstolos.