21.2.24

Omelete

Ontem, por sugestão amorosa da Rayara, eu comi o melhor omelete de toda a minha vida. Depois,  eu e ela fomos tomar um vinho Pector, rosé.





E no fim da noite, nos braços da Lua, refinei este poema:


Sou o autor da minha peça e o próprio personagem. A dança e o bailarino, a música, o maestro, compositor. A ternura mais vermelha e delicada, o lóbulo da orelha e o copo de vinho do meu amor. O beijo e o abraço, a delícia e o licor. O êxtase, e todas as auroras que ainda vão chegar.

Sou o céu do precipício, a língua do horizonte — e mais além. Sou o sagrado e o profano, o profundo e o supérfluo, a origem da tragédia, e o brilho da cor. Sou mínimo e tanto, pouco e princípio, paixão, excesso e glória.

Sou relâmpago, transitório, passageiro, imprevisível, pétala de estrela solitária, um pingo de ocidente no teu mel.

Sou todo infinito no entusiasmo, e a última labareda amorosa de uma espécie de fogo em extinção...