23.9.22

Jardins do Éden

Primeiro eu plantei as flores...



Foto em 31.03.2021. Jardim da minha Mãe.

As flores são mesmo ingratas: a gente as ganha para que sejam eternas, mas então elas desistem no meio do caminho. Murcham, secam, e depois morrem, assim sem mais, nem menos, "como se entre nós nunca tivesse havido... Vênus".

E morrem talvez por desespero — talvez até por amor não respondido — antes que a gente mesmo as abandone, amorosamente, ao seu próprio perfume imortal que se acabou. 

As flores — quando colhidas — são mesmo ingratas...


Por isso, jamais eu colho essas flores que encontro nos jardins da minha vida. Quando vejo algumas, lindas e viçosas, ofereço-as aos meus amores, delicadamente. Mas deixo-as onde estão:  no próprio caule da plantinha inocente que lhes deu origem.



E então eu fico assim — distribuindo flores e estrelas, todo dia, o dia todo...


Um novo projeto em fase de criação.