21.8.19

Frustração

Frustração.

O não atendimento das expectativas montadas pode gerar frustração. Mas tal sentimento não necessariamente é devido à incapacidade do Outro de atender às nossas expectativas (que lhe derrubamos por sobre, às vezes até mesmo à revelia do pobre coitado), mas, sim, devido à nossa própria incapacidade de ter colocado tais expectativas em mãos incapazes de realizar aquilo a que supúnhamos fossem. Erramos na avaliação da capacidade (ou desejo, vontade, disposição) do Outro. Esperávamos uma determinada resposta — e veio outra. Apostamos (quase sempre irracionalmente) na ocorrência de um evento (fora do nosso efetivo controle) — e o citado evento não ocorreu. Portanto, erramos. E talvez seja esta conclusão que nos faça desabar, emocionalmente.

Por exemplo, esperávamos (ou tínhamos “certeza absoluta”) que o Outro iria nos amar pelo resto da vida, e com a mesma intensidade — mas ele exerceu seu direito de mudar de ideia. E isso acaba gerando FRUSTRAÇÃO no avaliador. No esperançoso (e irracional) avaliador.

(...)

Vou escrever mais ou menos nessa linha. Mas ainda preciso pensar sobre a “autofrustração”, ou seja, quando nós mesmos não conseguimos corresponder, eternamente, às nossas próprias expectativas. Quando o nosso potencial (no Tempo, no Espaço, no Corpo, no Cérebro, ou no Espírito) acaba sendo menor do que supúnhamos fosse.

Volto depois. Vou primeiro fazer um café. Com água benta...

Por falar em água benta — eu não tenho nenhuma expectativa de que toda água que eu uso já seja benta. Por isso eu mesmo aprendi a benzê-la. Eficientemente. Amorosamente.