Sônia tem treze anos, e é linda. Sensualíssima. Convidado por ela, vamos ao cinema. Sentamos lá na última fila. Quando as luzes se apagam, ela desliza suavemente sua mão esquerda por minha perna, e ficamos de mãos dadas, enternecidos. Meu coração dispara de alegria. Nem me lembro do filme, mas sei que tinha John Wayne. Quando a sala se ilumina em certas cenas, eu vejo que a outra mão dela está entre as duas do Júnior, um amigo meu. A princípio, estranhei um pouco, mas a parte de Sônia que me tocava continuava comigo...
E assim, por muitos filmes e muitas e muitas noites de claro amor inocente, eu aprendi a compartilhar a musa até hoje inesquecível. Eu tinha então doze anos — e isso mudou minha vida para sempre. Aprendi que ninguém é dono de ninguém. E o que é mais importante: ninguém é propriedade de ninguém.
E assim, por muitos filmes e muitas e muitas noites de claro amor inocente, eu aprendi a compartilhar a musa até hoje inesquecível. Eu tinha então doze anos — e isso mudou minha vida para sempre. Aprendi que ninguém é dono de ninguém. E o que é mais importante: ninguém é propriedade de ninguém.