Adoro crianças! Tenho verdadeira paixão intelectual por elas, e parece que tal sentimento é recíproco. Trato-as com profundo respeito, e sempre ensino-lhes coisas novas. Até chego a dar-lhes algumas dicas sobre como enganar (de modo amoroso) os papais muito autoritários e as mamães superprotetoras. Minha relação com as crianças — todas as crianças que não sejam birrentas — é fundada na mútua compreensão, no ensino gostoso da lógica, no deslinde dos mistérios, na cumplicidade fraternal, na alegria de buscar coisas novas e na quebra de alguns tabus. E na tabuada. E na regra de três. E no chute às normas castradoras. Todas as crianças eu as trato como grandes artistas, gênios indomáveis, pequeninos deuses. Por isso elas geralmente também me respeitam — racionalmente.