18.12.16

distorcendo

Exceto quando recebo a coisa pura e já perfeita, eu sempre distorço o que me dizem — para melhor. Interpreto na hora aquilo que ouço ou vejo, filtro as impurezas e bobagens e entrego ao meu cérebro um produto agora limpo, refinado, carregado de poesia e gostosura. Faço tradução poética simultânea das COISAS que chegam até mim, modifico as construções verbais, ponho lógica e amor onde couberem, redesenho mentalmente quase tudo — e só então as ofereço aos meus sentidos mais profundos. Só então. Delicadamente.