Deverei assumir o risco sinuoso dos projetos fascinantes, ou deixar que se esmaguem no meu peito essas paixões enlouquecidas? Continuo abraçado como sempre à gostosura da surpresa, ou me derreto em nome de pecados que nem fiz? Deverei permitir que as vontades puras que hoje tenho em mim sejam cada vez mais satisfeitas, ou submeter meu coração apaixonado às regras neuróticas daqueles que ainda nem sabem amar? Assumirei o compromisso luminoso com essa estética erótica que permeia minha existência — e a torna melhor — ou devo aceitar a proposta de retorno ao passado que me dão de presente? E onde então vou colocar o futuro brilhante que trago em mim? O que fazer com a negação persistente da minha pureza? Terei forças para vencer a fraqueza? Continuarei sendo o fogoso corcel negro em disparada absoluta, ou conseguirão eles (os moralistas, os conservadores, os donos da força bruta...) fazer com que morram, por perigosas, essas paixões que me libertam? Saberei manter as dúvidas enquanto caminho dançando por esta deliciosa tempestade de emoções?