5.6.15

trama tecida com ternura

Enquanto meus dedos tecem com ternura e alegria a trama do tecido que descobre a tua pele — e com ela se confunde — minhas bêbadas e rútilas pupilas procuram resgatar teu gesto cheio de surpresa, e que perdura. Essa trama tecida com ternura me acalenta. O vermelho prazer das tuas unhas costura com a linha do horizonte do teu corpo a essência mesma da carícia mais profunda, e eu sinto teus cabelos derramados como trigo por sobre o silêncio do meu corpo absoluto. O que sinto, eu sei, é mais do que Amor. Busco então, com perplexa emoção, aquele ponto único que faz de mim um deus entusiasmado com sua própria criatura. E então te amo...