Tem dias que eu varo a noite tomando vinho com ela e Zaratustra. O computador ligado, e a tela descansando à beira-mar. Mas de madrugada, o sol quase raiando, o velho Nietzsche desabraça o belo cavalo negro da Razão — e ficamos ali, só nós dois, eu e ela. Então escrevo um bilhete azul-clarinho que deixo pregado no espelho da sala, e também me vou:
Assim como o andarilho tem que afastar-se da cidade para perceber a altura das suas torres, eu também devo às vezes afastar-me de quem amo — só pra perceber o tamanho desse amor...
Assim como o andarilho tem que afastar-se da cidade para perceber a altura das suas torres, eu também devo às vezes afastar-me de quem amo — só pra perceber o tamanho desse amor...