21.5.15

poema bendito

Para expressar o que hoje ao teu lado senti
tem que ser a palavra que ainda não há.

Tem que ser o gesto amoroso
que ainda não feito,
e o poema bendito que eu nunca escrevi.



Talvez por isso mesmo eu não consiga dizer o que preciso. O que você merece. Inventarei depois a palavra, deixarei por uns tempos esse meu gesto suspenso no ar, e o poema mais tarde virá. Só posso dizer que esta noite o Atlântico transbordou de alegria, e sinto Afrodite beijando-me os pés outra vez. É quase madrugada e eu me transformo em Lua só para me despedir de você, aqui — no sopé da tua pequena montanha — brilhando no mar. Esta noite, portanto, velarei o teu sono à distância, menina.. Vou te cobrir com tua luz — e nada mais.