Eu optei por ser feliz aos doze anos de idade. Já lia muito, inclusive Neruda e Karl Marx, mas não foram (só) o marxismo e a poesia que iluminaram meus caminhos. Eu olhei para os lados, e vi a vida sem graça que as pessoas do meu meio viviam. Aquilo me chocava. Eram pessoas infelizes, que só reproduziam relações antigas, e só seguiam as regras. Acomodadas e passionais. Então, analisei as circunstâncias, vislumbrei um futuro — e tomei a decisão. Conscientemente. Elaborei um Plano de Salvação. E o segui à risca. Com muita disciplina, com muito amor, com muita leitura, com estudos profundos, com determinação.
Deu certo.
Deu certo.