O brilho da manhã não se repete. Separo-me porque te amo, vou-me assim porque te quero, abandono alguns sonhos no teu peito porque preciso ficar só. Deixo você porque parece que atingimos o pico. Também sei que poderíamos ir mais além — juntos. Seria um risco, eu sei, mas o risco maior é irmos mais além — separados. Entre dois riscos, devemos escolher sempre o mais profundo, o mais radical, o mais incerto, o mais dançante, o mais alegre, o mais aberto. Vamos dar chance ao mundo para que possa ver e sentir quem somos nós, vamos deixar que outras borboletas visitem nossos doces corações... E se em vez de borboletas nos visitarem urubus, não tem problema, pois nós agora já sabemos distingui-los. Quando vivemos em absoluto estado de alerta, conscientes — todas as experiências valem a pena. Inclusive a perda.