Meu ceticismo é um doce milagre: são luminosas as premissas que me encantam e me acendem. Por isso não aprisiono a Razão nos meus sonhos jamais. Quero é sempre sonhar com ela liberta e depois libertá-la de si mesma também. Deito-me puro e acordo-me Sócrates no meio da noite, cheio de imagens brilhantes exatas e desiguais. Mas não me basta captar só o foco da imagem perfeita, eu quero mesmo é capturar a exatidão amorosa da imagem disforme. Então destrincho metáforas a golpes de luz, e acendo-me todo, feito um palito de fogo na hora do risco.