Quando nasci ganhei um frango e um saco de algodão. Eu tinha uma tia chamada Felicidade, e outra, cuja nome talvez fosse Guilhermina. Não me lembro de nenhuma delas. Em verdade eram tias adotivas de minha mãe, negras, ambas, sendo Dade a mais clarinha. E foi esta quem me deu o frango. De Mina ganhamos o algodão, com o qual minha Mãe mandou fazer um acolchoadinho azul. Do frango, é bem provável, se fez uma canja, como as evidências sugeriam. Vieram de muito longe esses presentes. Suponho que esperávamos ouro, incenso e mirra — que só vieram bem depois. Em fabulosas quantidades...