16.2.14

eu

Eu não abro concessões àqueles que possam querer me prender. Não jogo minha própria vida em troco de salário, prestígio, poder, posses, coisas, tranqueiras. Não permito que me roubem esse único presente que hoje tenho. Não aceito promessas de um futuro que nem sei se vai haver... Não assumo compromissos que me sufoquem, ou que me levem à exaustão para cumpri-los. E também não crio dependências que me prendam, em hipótese alguma. Não tenho chefe, não tenho patroa, não tenho filhos, não tenho noivas, não tenho muitas namoradas e nem faço juras de amor eterno. Não tenho planos mirabolantes que possam sugar minha existência gostosa de agora. Faço só o que me dá prazer — e apenas pelo prazer. Sem maldade. Sem dor, sem pressa, sem cansaço, sem inveja, sem ciúmes, sem mágoas, sem esforço desumano. Sem explorar quem quer que seja. Quem me conhece sabe que não é um mero jogo de palavras: eu sou assim. Sou o dono do meu tempo. E isto — por enquanto — me basta: