Hoje cedo sentei-me frente ao fascinante espelho do mundo que trago no peito, e fiquei fazendo algumas reflexões. Vi que vocês têm nas mãos um produto chamado Vida, um verdadeiro tesouro — e não sabem bem o que fazer com ele. Então saem desesperados querendo vendê-lo a todo custo, por qualquer preço, nesse mercado esquisito em que se expõem. Desgraçam-se. Viram comerciantes de si mesmos. Exploram-se. Bêbados de uma espécie triste de álcool, dilaceram seu próprio presente com voracidade absurda de piranha faminta. Despedaçam-se. Consomem-se. E acabam desperdiçando, um a um, todos os instantes mais gloriosos que a Vida tem.
Até quando?
Até quando?