Alguém atirou um pau no gato, o cravo brigou com a rosa, mataram um passarinho, esmagaram a formiga. Não importa que tais frases sejam letras de música infantil, do folclore ou caipira ou Vila Lobos, tanto faz. O que não podemos é fazer crianças cantarem coisas assim, maldosas, em seus folguedos. O mundo mudou. A Pedagogia, também. Estas músicas são do tempo em que palmatória era considerada um "método de ensino". Ninguém merece umas palmadas, nem mesmo esse professor de História que se mete a pedagogo. Cada macaco no seu (respectivo) galho. Música infantil não pode ter cenas de violência. Nem a gatos, nem a flores, nem a gente. Se se quiser manter a melodia, que se mudem as letras. Ou que essas letras mal escritas (embora vindas do folclore) não sejam apresentadas às crianças. Se eu tivesse um filho, não gostaria que ele considerasse normal atirar um pau no gato. Não gostaria nem mesmo que ele matasse uma formiga... E que também não lhe dessem palmadas na bundinha. A Pedagogia mudou. Felizmente. Chega de vara de marmelo, puxão de orelhas, tapas na cara, safanões... Chega de cravo sair ferido e rosa, despedaçada. Chega de pau no gato to to.