13.2.13

morarei no interior

Por isso, nunca deixarei de ser Dorian: há minas no meu peito enluarado. Mesmo quando tiver mais idade, serei um véio de ouro, sorteiro, e as garimpeiras de amor sempre vão querer encontrar-me entre os cascalhos do riozinho. Morarei no interior. Abandonarei a Stoli e os frutos do mar; trocarei o Baron D´Arignac por caipirinhas deliciosas... Mas, em nome de Vênus, o erótico Lúcifer continuará descobrindo, todo dia, essas minhas doces e eternas, essas minhas gloriosas, indispensáveis e adolescentes Madrugadas.

Então, que Deus me perdoe, e que você me compreenda. Porque o Lúcifer a que aqui me refiro é aquele da primeira fase, quando ainda era um anjo — o belíssimo Anjo da Luz. O brilhante intelectual contestador. E Dorian é o irretocável Retrato de Oscar Wilde. E as Madrugadas, são estas que agora vivo — amorosamente — entre flores e estrelas.