Eu me apaixonei pelas duas — ao mesmo tempo. Porém, enquanto Patrícia desejava "o melhor" para mim, Suzana só queria que eu continuasse sendo o poeta louco, exagerado e bailarino que sempre fui. Eu, de minha parte, que nunca tive mesmo a pretensão de ser indispensável, só queria era fluir. Fluir e voar, enquanto ainda houvesse ventos de liberdade soprando sobre mim. Enquanto eu ainda tivesse meia dúzia de asas saudáveis e esta vontade inabalável de ser livre.
Patrícia, por uns tempos, foi o meu maior amor, em quase todos os sentidos. Suzana, também. Por isso, dediquei a elas tudo o que fiz de melhor naquela fase da minha vida.
Eu as amava, mesmo!
Era sincero quando lhes dizia, a cada uma, "eu te amo". E também sincero nos momentos em que só pude amá-las em silêncio profundo porque estava, respeitosamente, com outras.
Corria o ano de 1999.
O século 20 estava virando de ponta-cabeça.
E a Vida, ali — como doce Tentação — me convidando pra dançar.
Como todo mundo que busca crescimento espiritual, eu tenho dois lados: o sério e o gostoso. Patrícia, é claro, queria o primeiro. Suzana — o gostoso. Patrícia queria, primeiro, o eterno, o estável, o mais tarde. E Suzana queria, primeiro, o segundo, o momento — o agora! Patrícia queria o marido. Suzana, o poeta. Patrícia, como já disse, era sensualíssima, mas Suzana tinha a inocência mágica dos 17. Enquanto Patrícia adorava o burguês que morava no meu corpo, e me cobria de roupas, perfumes e presentes, Suzana só me descobria. Adorava o meu lado maluco, segurava minhas mãos como se me pegasse todo, e dizia, olho no olho, sorrindo, encantada:
Viva a vida, Edson — nos três sentidos!
Patrícia queria certezas; Suzana me jogava no abismo.
Patrícia significava segurança, estabilidade.
Mas Suzana quer dizer Aventura!
Durou quase dois anos esse nosso delicioso triângulo de vertigens. E foi só quando chegamos ao pico é que tive de optar com veemência. Porque, de Patrícia, eu tinha que me salvar correndo, para enfim poder viver. E de Suzana, eu só queria ter belíssimas lembranças...
Além disso, ambas também precisavam salvar-se de mim.
Então, saltei.
De cabeça, no coração da Vida.
Patrícia, por uns tempos, foi o meu maior amor, em quase todos os sentidos. Suzana, também. Por isso, dediquei a elas tudo o que fiz de melhor naquela fase da minha vida.
Eu as amava, mesmo!
Era sincero quando lhes dizia, a cada uma, "eu te amo". E também sincero nos momentos em que só pude amá-las em silêncio profundo porque estava, respeitosamente, com outras.
Corria o ano de 1999.
O século 20 estava virando de ponta-cabeça.
E a Vida, ali — como doce Tentação — me convidando pra dançar.
Como todo mundo que busca crescimento espiritual, eu tenho dois lados: o sério e o gostoso. Patrícia, é claro, queria o primeiro. Suzana — o gostoso. Patrícia queria, primeiro, o eterno, o estável, o mais tarde. E Suzana queria, primeiro, o segundo, o momento — o agora! Patrícia queria o marido. Suzana, o poeta. Patrícia, como já disse, era sensualíssima, mas Suzana tinha a inocência mágica dos 17. Enquanto Patrícia adorava o burguês que morava no meu corpo, e me cobria de roupas, perfumes e presentes, Suzana só me descobria. Adorava o meu lado maluco, segurava minhas mãos como se me pegasse todo, e dizia, olho no olho, sorrindo, encantada:
Viva a vida, Edson — nos três sentidos!
Patrícia queria certezas; Suzana me jogava no abismo.
Patrícia significava segurança, estabilidade.
Mas Suzana quer dizer Aventura!
Durou quase dois anos esse nosso delicioso triângulo de vertigens. E foi só quando chegamos ao pico é que tive de optar com veemência. Porque, de Patrícia, eu tinha que me salvar correndo, para enfim poder viver. E de Suzana, eu só queria ter belíssimas lembranças...
Além disso, ambas também precisavam salvar-se de mim.
Então, saltei.
De cabeça, no coração da Vida.