Dizem que as pessoas, para serem felizes, devem se descascar. Devem livrar-se das cascas como se livra de uma lepra. Todos nascemos sem cascas. As crianças, recém-nascidas e até certa idade, são puras, limpas, inocentes. Mas os pais e as mães (medrosos, incultos, e quase sempre despreparados) vão cobrindo-as de cascas. Depois, os professores, a polícia e os patrões (e os namorados ciumentos) completam a cobertura com mais cascas. Muitas cascas. E o que é pior: mais tarde, as próprias pessoas, elas mesmas, erradamente, supõem que essas cascas lhes são naturais, e até indispensáveis. E acabam se cobrindo com mais algumas, escolhidas ao acaso. Mal sabem, as coitadas, que essas cascas não as protegem: aprisionam. E quando descobrem que foram enganadas, geralmente é tarde demais.
Cascas, ou máscaras. Ou neurose freudiana. Grosso modo, são as mesmas coisas. Caso o tema te interesse, faça uma pesquisa. Sugiro o livro Análise do Caráter, do Reich. Ou comece lendo isto. Claro que as cascas, as máscaras, as couraças, as neuroses — tudo são "soluções" de sobrevivência. Soluções que não privilegiam nem o amor, nem o prazer, nem a liberdade. Nem a vida. Mas esta é outra história.
Cascas, ou máscaras. Ou neurose freudiana. Grosso modo, são as mesmas coisas. Caso o tema te interesse, faça uma pesquisa. Sugiro o livro Análise do Caráter, do Reich. Ou comece lendo isto. Claro que as cascas, as máscaras, as couraças, as neuroses — tudo são "soluções" de sobrevivência. Soluções que não privilegiam nem o amor, nem o prazer, nem a liberdade. Nem a vida. Mas esta é outra história.