25.2.12

casamento festa

Eu sempre digo que o casamento é o túmulo do amor. Entretanto, se considerado apenas como mais uma aventura, como mais uma loucura, como mais um salto profundo — sem compromisso algum de ser eterno a qualquer custo — o casamento pode até ser maravilhoso. Mas sempre acaba. Só vale mesmo é pela festa. Com o tempo, a poesia inicial desaparece, a vida sexual vira um tédio, o romance sai todo pelo ralo. Portanto, uma sábia medida é aproveitarmos só a parte boa dele, especialmente a festa... Quando virar tragédia — e vai virar tragédia! — cada um pro seu lado.

Este é um tema delicado. Toda análise — mesmo superficial como esta — tem que ser feita a partir de um certo distanciamento crítico. Eu sou contra o casamento, mas já me casei cinco vezes... Acontece que esses meus casamentos foram todos não-tradicionais. Eram relações abertas. Amorosamente abertas. Românticas. Poéticas. Sem juras de amor eterno, sem exclusividades inautênticas. E, principalmente, sem o "auxílio" do ciúme. Sem a neurótica muleta do ciúme. Nesse formato saudável, eu acho que os casamentos podem ter uma gostosura mais duradoura. Porém, mesmo assim, é preciso que durem pouco — exceto se houver filhos. Nos meus casos, nunca houve filhos. Claro que minha filosofia de vida, fundada na liberdade absoluta (o que nem sempre é possível para todo mundo), leva-me a considerar tudo como coisas passageiras. Deliciosamente passageiras. Não fosse isso eu não teria conhecido um dos maiores amores da minha vida — exatamente no quinto casamento. Que foi o melhor. O mais maravilhoso. A menina com quem me casei nesta quinta vez — Joyce Ann — foi (e ainda é e suponho que será para sempre) um dos maiores amores da minha vida. Talvez o maior mesmo! Portanto, se eu tivesse estacionado apenas no primeiro, não teria conhecido nem Joyce Ann nem as outras três. Aliás, não teria conhecido nenhum dos meus amores posteriores. O que seria um desperdício imperdoável...

Eu analisarei esses eventos todos com um maior rigor filosófico no meu livro Teoria do Acaso.