Relâmpagos penetram insistentemente pela janela. Há um brilho encantado nos olhos do meu Amor, e o entusiasmo do fogo se acende a si mesmo nesta noite escandalosa. Ela suspira, respira, coleia, ronrona, e se ergue surpresa, feito naja indiana ao som de um flautim. Abraçados na cama perplexa, forrada de risco e de azul, nos esquecemos do mundo e do tempo. Meus dedos delicados perambulam por seus lábios inocentes, vasculham seus macios pelos negros — e se detêm no topo da pequena montanha... O coração do mistério profundo precisa de Espírito e fôlego. Mas existe ainda um Everest de razões absolutas para que eu retome o caminho lúbrico em direção a Deus.
Ela diz que vai ficar louca se eu não parar os meus toques.
Não paro.
Ela fica.
Ela diz que vai ficar louca se eu não parar os meus toques.
Não paro.
Ela fica.