Certa vez, escrevi um conto infantil, cujo título era O Galinho Co-co-ri-cor e a Raposa Furta-Cor. Era a história de um pintinho gago, colorido e caipira, e uma raposa, boazinha, que só lhe furtava as cores — mas não suas penas, nem suas dores. Apesar das diferenças, os dois se amavam, deliciosamente. O pintinho sonhava em ser galo, e a raposa, franguinha. Não foi publicado ainda, e não sei onde está. Mas é uma criativa e delicada parábola dos amores improváveis e dos planos impossíveis.