24.5.11

Se eu ja te amasse tudo

Se eu já te amasse tudo deixaria agora mesmo de te amar o resto, meu amor. No dia em que atingirmos o pico, nosso amor se completa. Por isso, quando a hora chegar, te deixarei voando...


Que não se perca o triplo sentido da minha última frase. Este é o ponto: Te deixar voando. Porque, na maioria das vezes, quando as relações ditas amorosas se quebram, um sempre deixa o outro caído, espezinhado, humilhado. Nas separações, raramente se deixa o outro em condições de voar — e voando! Mais precisamente: é raro querer deixá-lo assim. Quase sempre impera o rancor (quando não ódio) entre os separantes — antes tão amorosos... 

Nos meus casos ocorre exatamente o contrário: eu sempre deixo meus amores voando, em três principais sentidos. Quais sejam: 

1 — Eu as deixo imediatamente, assim que concluímos que nenhuma novidade pode mais haver entre nós. 

2 — Eu saio voando, planando, deliciosamente nos braços do vento, e sem sequer olhar para trás. 

3 — Elas também ficam voando: exercendo o voo que aprenderam comigo e amando a própria liberdade mais ainda.

Claro que tem algumas que não sabem voar quando as conheço. Tem mesmo. Muitas. Mas, a primeira coisa que faço com esses meus novos amores não alados é fazer com que lhes cresçam as asas. E que estas sejam maravilhosas, magníficas, enormes, inquebráveis. 

Quero que esses meus amores adorem voar o próprio voo e que amem fundamente a liberdade. Faço isso porque não quero ter sentimento de culpa quando as abandono lá no Pico. Sei que jamais cairão, pois eu as deixo sempre extremamente capazes de voar. E com suas duas asas abertas...

Só pra finalizar: tem algumas que voam muito melhor do que eu. 

Aprendo com elas!