21.2.11

Único dia do teu passado

Se você agora pudesse voltar a um único dia do teu passado, a qual deles voltaria?


Com base na tese que defendo no meu livro Teoria do Acaso, só somos o que somos porque fomos o que fomos. O destino não passa de uma deliciosa sucessão de acasos. A liberdade será sempre condicionada pela base material da existência. Se meu bisavô não tivesse raptado a Vitalina em 1920, eu sequer existiria. Se alguém batesse à porta do meu pai minutos antes de ele transar com minha Mãe no dia em que fui gerado, eu também jamais existiria. Isso vale também para você. Se eu tivesse me casado com o primeiro grande amor da minha vida, eu certamente não estaria aqui, agora, solteiro e feliz. Ou talvez meu conceito de felicidade fosse outro, e eu hoje poderia estar ainda mais feliz. Mas, com base nas estatísticas, e se é verdade que o casamento é o túmulo do amor, tivesse casado, eu hoje estaria morto. No sentido figurado, ou morto de verdade, tanto faz. Como se vê, o acúmulo das decisões tomadas por nós determina a situação presente. Nesse sentido, se eu mudasse qualquer das decisões que tomei, por menores que fossem, em qualquer momento anterior da minha vida, nada do que vivi após essa decisão teria acontecido como aconteceu. E hoje eu não seria o que sou. Poderia estar melhor ou pior, não importa. O que realmente importa é que toda decisão é crucial. Portanto, reflita bastante sobre as decisões que você estiver tomando hoje. Elas determinarão, necessariamente, o teu futuro. E como mudar o teu passado não é mais possível, tente mudar o teu futuro. Se o caminho que você hoje percorre pode desembocar na escuridão, tome providências. Às vezes, na vida da gente, logo à frente pode haver uma emboscada. Ou uma porta escancarada para o céu, não se sabe.

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