3.12.10

elevado fogo

Elevado fogo.

Relâmpagos penetram insistentemente pela janela. Há um brilho encantado nos olhos do meu amor, e o entusiasmo dela acende o elevado fogo puro nesta noite escandalosa. Ela suspira, respira, coleia, ronrona — e se ergue surpresa, feito naja indiana ao som de um flautim. Abraçados na cama perplexa, forrada de risco e de azul, nos esquecemos do mundo e do tempo. Meus dedos perambulam delicados por seus lábios inocentes, vasculham seus macios pelos negros — e se detêm no topo da pequena montanha... O coração do mistério profundo precisa de fôlego. Mas existe ainda um Everest de razões para que eu retome o meu caminho lúbrico em direção a Deus.
Ela diz que vai ficar louca se eu não parar os meus toques.
Não paro.
Ela fica.