5.10.10

mentira

Ontem eu menti para um morador de rua. Dito assim, sem explicação, parece algo muito negativo. Acontece que foi assim: eu vi que um morador de rua precisava de uma coisa que eu tinha no exato momento em que o encontrei. Disse-lhe, então, que tinha duas delas, e que, por tê-las sobrando, lhe daria uma. Ele, um pouco relutante mas com visível alegria, aceitou minha oferta. Porém, o fato de eu lhe ter dito que tinha duas era mentira: eu só tinha uma – aquela mesma que lhe dei... Acho que vou escrever um pouco mais a respeito. Principalmente, sobre o sentimento de plenitude em que me mergulhei ao ficar vazio de algo que me era útil, mas de que outro precisava muito mais do que eu.