Agora eu caminho com estrelas a bombordo e flores no infinito. Me esquecendo de umas coisas, me lembrando de outras — cheio de tantas e vazio de muitas. Navego respirando como se esse mar azul inflasse meus pulmões enlouquecidos. Tudo agora é claro mas não esclarecido, pois o dia é mais do que uma eterna madrugada. Tudo nublado por uma doce névoa de gostosuras, liberdades, incertezas. Tudo quente — e tudo frio ao mesmo tempo. Meu espírito inspirado dança no meu próprio corpo. Meu coração, luminoso, brilhante, colorido — me seduz e me conduz. Se vou para o Norte ou para o Sul — acho que nunca mais vou saber. Porque não é preciso saber, nos dois sentidos de saber e de preciso. Nada agora é mais preciso do que agora é necessário. Pois rasguei os meus mapas, quebrei meu relógio e perdi minha bússola... Mas acabo de me encontrar: Abracei meu coração.