8.8.10

meu pai e eu

Ele era o símbolo da autoridade, e eu — da rebeldia. Nossa coexistência não era pacífica, embora eu sempre soube que ele, no fundo, me respeitava. Aliás, o respeito era mútuo e forte, mas nossas relações eram sempre estremecidas, certamente por excesso de presença.

Nenhum de nós dois gostava de repartir a liderança. Eu não nasci pra ser segundo, e ele morria de medo de não ser o primeiro.

Então, quando fiz dezessete nos separamos: eu vim estudar filosofia, e ele continuou sendo um comerciante. Foi então que começamos realmente a conversar. Depois, com o tempo, nos tornamos amigos. Hoje, somos amantes.


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