2.5.10

que poeta eu seria

Que poeta eu seria se uma idéia me viesse à cabeça e ao coração e eu tivesse que escondê-la (ou sufocá-la) porque poderia, talvez, ferir suscetibilidades alheias? Que tipo de homem eu seria se condicionasse minha inspiração aos preconceitos, crenças ou visões do mundo de outras pessoas? Já pensou se eu não pudesse defender o amor livre só porque muita gente é contra? Se eu não pudesse falar do Buda porque o cristão é contra? Se eu não pudesse amar Jesus porque os judeus o negam? Se eu não pudesse escrever sobre Zeus só porque é um Deus que nasceu muito antes de Jesus, ou de Alá, ou Maomé? Se eu não pudesse amar a rosa porque o lírio a quer toda para si?

Seria muito difícil viver assim!

Pautar nossa vida exclusivamente pelas opiniões alheias deve ser um horror! Por isso, eu me exponho inteiro — aqui e em todo lugar. Eu abro minhas entranhas sem medo de mostrar os meus avessos... Escancaro meu coração porque creio na Vida! E espero que tenham por mim a mesma compreensão amorosa que eu tenho por todos. Mas essa compreensão não afasta o direito de crítica ao que eu digo e defendo. Aliás, o reforça.

Critique-me — amorosamente.